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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Definições - A Favor do Aborto


Hoje em dia, em um tempo no qual somos rápidos em classificar pessoas baseados nos seus posicionamentos a respeito de algumas questões sobre a sociedade como um todo, há algumas questões que eu realmente concordo que fazem com que possamos definir algumas linhas básicas sobre aquele com quem estamos conversando.
Ainda que esse seja um tipo de julgamento apressado e superficial, quantas vezes recorremos a ele no nosso dia-a-dia?
Em um tempo no qual mantemos amizades através do Facebook, contamos nossas atividades rotineiras no Twitter e assistimos videos e comentamos (e muitas vezes debatemos) sobre eles no YouTube ao invés de com a pessoa que está ao nosso lado, esse é o tipo de julgamento predominante. Quantas vezes você já olhou o perfil de uma pessoa no Facebook esperando descobrir que tipo de pessoa era aquela que você ainda não conhecia profundamente.
Obviamente, quando eu tenho tempo de conhecer alguém, entender suas ideologias, princípios e experiências que o levaram a algum tipo de posicionamento esse tipo julgamento se torna incorreto e dispensável. Mas caso você me conheça de vista, compartilhe apenas um rápido papo ou troque uma ideia simplória, até que eu tenha a oportunidade de te conhecer melhor eu vou julgar o tipo de pessoa que você é baseado nas suas opiniões sobre homossexualidade, racismo, aborto, política, religião e outras questões sociais da mesma esfera.
Alguém poderia dizer que já que vamos julgar alguém precipitadamente deveriámos nos focar em questões mais "preto no branco" como: "Como você trata outras pessoas" ou algo mais direto (e ingênuo) como: "Você pratica o bem ou o mal?" Mas a questão é que todos nós mentimos sobre essas perguntas mais básicas.
 Já as perguntas sobre homossexualidade, racismo, aborto, política e religião não tem um certo e errado automático e revelam bastante da sua personalidade enquanto eu não tenho a oportunidade de entendo o ser complexo que você é.
Sendo assim aqui vai uma série de posts denominada "Definições" nos quais eu dou a oportunidade de as pessoas que não me conhecem mas acompanham o meu blog de formarem suas opiniões apressadas e superficiais a meu respeito baseadas nos tópicos que eu sugeri. Vamos começar com o aborto.


Eu sou a favor do aborto e a princípio essa é uma posição difícil de defender. Nas primeiras instâncias não há nada que um método contraceptivo não resolvesse com bem menos estardalhaço mas a minha questão aqui não é com a vida dos fetos. A razão de eu ser a favor do aborto é outra.
Uma vez o meu professor de sociologia me perguntou sobre qual seria a minha opinião a respeito do aborto, eu respondi que era a favor. Depois ele me deu o exemplo de uma criança que nasceu isolada do mundo em uma ilha (possivelmente uma sequência menor de "A Lagoa Azul") e não conseguia se comunicar com o resto de nós, e de repente ela fosse encontrada e reintegrada a nossa sociedade. Eu permitiria que essa criança, já em seus 12 anos, fosse morta. Eu prontamente respondi que não. Ele afirmou então que eu era contra o aborto. Ele seguiu adiante explicando que eu era contra a execução de uma criança, que obviamente deseja viver, mas que ainda não tinha condições de comunicar esse desejo e que tinha que contar com  o empenho de terceiros para garantir que ela sobrevivesse.



A questão que o meu professor sabiamente ignorou naquele dia foi a questão da disputada consciência dessa criança. Eu vou seguir o exemplo dele e manter o mesmo distanciamento dessa questão, já que nem mesmo a ciência consegue chegar a um consenso e eu realmente não me importo com esse ponto. Mas permitam-me explicar o porque eu não me importo falando o porque eu acho que a pessoa que diz que se importa também não se importa. Todos que dizem que a vida começa na concepção e que estão defendendo bebês, porque vocês mulheres que não tem filhos e querem desesperadamente salvar esses embriões nos úteros de outras mulheres não vão até uma clinica de fertilidade e saem de lá portando um belo embrião preenchido com um espermatozoide dentro do seu útero? Esses mesmos embriões serão jogados fora em um prazo de cinco anos (milhares já foram jogados) e ninguém , nem a igreja, nem a polícia, nem políticos dá a mínima para isso. Mas quando a fulana, negra, pobre e sem recursos quer fazer a mesma coisa com o que está dentro dela todas essas máquinas de sabedoria são as primeiras a querer culpar essa mulher e jogá-la na cadeia.
Eu me preocupo com a mulher. É uma escolha dela, que diz respeito ao corpo dela e que ninguém mais deveria botar o bedelho, a não ser é claro o pai da criança, mas mesmo assim em uma proporção menor do que a mãe.
Particularmente eu me sinto na obrigação de esclarecer que eu não faria um aborto, ou obviamente seria extremamente contra uma mulher que carregasse uma criança minha o fizesse. Mas isso não significa que eu não entendo as razões de outras pessoas para tomarem essa atitude.
Acho que o vídeo abaixo, que mereçe toda a divulgação que você puder dar, esclarece o meu ponto:


Então é isso: Oi, eu sou o Vinicio, sou  a favor do aborto. Muito prazer.

Um comentário:

  1. Oi, eu sou a Ana Gabriela, sou a favor do aborto. Muito prazer.


    Mto bacana seu blog. Estarei vindo aqui frequentemente *-*

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