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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dragon Age 2

Dragon Age tinha tudo para ser o melhor RPG de Fantasia que eu já joguei. As duas primeiras revelações me encheram de esperança: o personagem principal teria voz (ao contrário da primeira edição) e os gráficos tinham recebido uma melhora considerável. Depois veio uma notícia que me deixou com um pé atrás: as opções de jogar com mais de uma raça ou a possibilidade de começar com mais de um background foram retiradas do jogo. Agora você seria um humano ou uma humana e ponto. Como eu sempre jogo como humano eu honestamente não me importei. Alguns pontos do menu (algo que é consultado várias vezes em jogos de rpg) foram melhorados e pequenos defeitos do primeiro jogo consertados, assim como alguns detalhes da conversação (que agora funciona no mesmo estilo de Mass Effect 2) sofreram aprimoramentos. Depois disso veio uma simplificação do combate que eu não tenho certeza se era realmente necessária. Mas eu tenho que admitir que deixou o combate mais "espetacular" e definitivamente mais ágil. Até aqui temos um produto regular cujo único defeito é não corresponder as expectativas criadas pelo seu antecessor.
O problema todo está na execução do produto final. Enquanto Dragon Age: Origins era coeso, Dragon Age 2 é um emaranhado de boas idéias, amarradas de forma pouco inspirada e que deixa a desejar no produto final.


A narrativa é apresentada em flashbacks e tem lá sua originalidade mas peca em muitos detalhes importante para ser considerada boa o suficiente. Eu joguei o jogo todo e não conheci a principal personagem feminina da história! Sem falar na possibilidade de romance que era muito interessante no primeiro jogo e agora é algo que não tem peso algum e fica resumido a alguns flertes triviais.
Outra bola fora é a possibilidade de importar o seu save com os acontecimentos do jogo anterior. Enquanto em Mass Effect isso é uma ferramenta importante, em Dragon Age 2 isso nao passa de uma promessa vazia que não altera em nada a estrutura do jogo e só determina uma aparição de um personagem secundário do primeiro jogo.


A profundidade do primeiro jogo foi perdida em um material visivelmente mais polido e com um melhor acabamento, mas sem nada do impacto e maturidade do primeiro jogo.
Se há algo positivo no jogo é a dualidade da história. Com raras exceções ninguém é simplesmente bom ou ruim. Há más ações alimentadas por boas intenções a profusão no jogo e isso acaba amenizando um pouco a falta de qualidade geral da narrativa. Você pode jogar Dragon Age 2 "em cima do muro" até certo ponto, mas depois será necessário tomar decisões sem volta e elas terão seus lados bons e ruins e isso pode até não salvar o jogo, mas com certeza faz com que mereça ser jogado.
Os tipos de erros cometidos em Dragon Age 2 são o tipo de erros que poderiam ser cometidos no primeiro capítulo de uma nova franquia. De maneira alguma eles poderiam ocorrer em uma continuação que se propunha a melhorar o primeiro capítulo, mas infelizmente só alcança seu objetivo na parte visual.

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