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domingo, 12 de janeiro de 2014

Batman: Arkham Origins

Com o desfecho apresentado no final de Arkham City, e o inegável sucesso do jogo, era de se esperar que uma continuação não tardasse. Depois do primeiro jogo nos confinar ao Asilo Arkham e o segundo a uma porção isolada e abandonada da cidade, todas as pistas apontavam para uma sequência que finalmente apresentaria Gotham City em larga escala. O resultado de várias side-quests também já tornavam a premissa do jogo bastante interessante. Azrael fazia uma aparição em Arkham City prometendo voltar e por fim aos dias do homem-morcego, Hush havia jurado vingança a Bruce Wayne e agora tinha uma cópia fiel do seu rosto para atormentar o playboy mais famoso de Gotham e havia a expectativa da repercussão da morte do Coringa. Porém tudo isso foi deixado de lado e recebemos uma prequel que ninguém havia pedido. Ao contrário do que o nome indica, Arkham Origins não é uma história sobre Arkham e bem  uma “origin story”. O que, eu devo acrescentar, teria sido incrível. Imagine jogar uma jogo contando toda a origem do Batman. Desde uma sequência estendida do assassinato de seus pais, até as primeiras aventuras como o Cavaleiro das Trevas, passando pelo seu treinamento com a liga das sombras e seus primeiros encontros com seus inimigos e Gordon. Para ser sincero o jogo entrega as duas últimas partes, Batman tem seu primeiro encontro com o Coringa e estabelece seu relacionamento com Gordon e sua filha no jogo. Porém a impressão que fica é de que pegamos o episódio 2 de uma história na qual o episódio 1 é muito mais interessante.


Muita gente comentou sobre o fato de de que apesar de ser uma prequel Batman ter diversas gadgets as quais ele não tinha acesso no primeiro jogo. Isso realmente não me incomodou nem um pouco. Foi uma escolha feita pelos desenvolvedores para manter a sensação de aprimoramento no sistema do jogo, há uma pequena preocupação em apresentar os equipamentos como protótipos e isso é o suficiente para mim.
No geral esse é o mesmo jogo apresentado em Arkham City, porém com uma atenção muito menor aos detalhes, o que infelizmente acaba se mostrando uma falha comprometedora e uma queda no padrão apresentado pelos jogos anteriores. Os diversos easter-eggs presentes nos jogos anteriores estão ausentes, e os desafios do Charada apresentados não são interessantes como os anteriores e isso tudo afeta a qualidade geral do jogo. Até mesmo o detalhismo de algumas finalizações de golpes do Batman estão ausentes.



Há diversas novidades no jogo, mas absolutamente nenhuma delas é relevante para a experiência geral da aventura. Algumas novas opções de gadgets durante os ataques e defesas, opção de viagem rápida entre duas localidades do mapa e é só. No que se refere a mecânica, gráficos, trilha sonora e jogabilidade estamos praticamente lidando com um relançamento de Arkham City, e apesar de isso não ser necessariamente ruim, somado ao fato da expectativa de uma sequência ao invés do que foi apresentado, a soma desses componentes acaba sendo decepcionante.
Outro detalhe é que Kevin Conroy  e Mark Hammil não repetem as vozes do Coringa e do Batman, seus substitutos não chegam a comprometer, mas não atingem o nível de qualidade estabelecido por seus  antecessores.
A história apresentada no jogo na verdade é muito boa, o argumento pelo menos. A idéia do Máscara Negra contratar diversos assassinos para tentar acabar com o Batman na mesma noite dá um certo ar de credibilidade à uma inconsistência comum dos video-games. Infelizmente o mesmo não se aplica aos diálogos que quase sempre parecem ter sido escritos sem que houvesse uma segunda leitura e tão rasos e clichês em sua maioria que várias vezes fiquei me perguntando se eles não estavam sendo propositalmente irônicos.

Os jogos do homem-morcego se despedem da 7ª geração de video-games em um tom menor, mas ainda, definitivamente, com a capacidade de retornar na nova geração. 

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