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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sou pior que você...

Hoje eu estava no McDonalds e havia um garoto sujo e maltrapilho vendendo umas figurinhas enquanto eu comia o meu delicioso Big Tasty. Eu lembrei de quando eu tinha uns 10 ou 11 anos e que esporadicamente a minha mãe me mandava varrer a frente da casa e isso acontecia justamente quando os meus amigos estavam jogando futebol na frente da casa. Eu acabava morrendo de vergonha por estar fazendo alguma tarefa doméstica na frente deles. Esse foi (omitidas algumas passagens únicas) o máximo de "vergonha" ao qual eu fui submetido pelos meus pais. Na época eu desconfiava que ela fazia de propósito e me mandava lá limpar justamente na hora em que os meus amigos estavam lá. Hoje eu tenho certeza que ela fazia isso propositalmente e mais, fazia isso com um objetivo específico e ao qual hoje eu coompreendo e sou grato. Mas voltando ao garoto do McDonalds eu me peguei olhando para aquele garoto tímido e que mal conseguia abrir a boca para vender um daqueles cartões e me lembrei que havia uma fenda abissal entre qualquer coisa que eu tivesse passado e o que era corriqueiro para ele. Quando se é criança e pré-adolescente e "aborrecente" sempre achamos que nossos pais estão errados e que de alguma forma eles estão tomando decisões arbitrárias por pura maldade. Deixem-me esclarecer algo, eu não vou dizer que sou um ex-adolescente revoltado, ou que agora eu entendo perfeitamente o que os pais desejam, ou que tive qualquer tipo de revelação "pseudo-filosófica" (ou pior ainda, religiosa). Eu acho sim que ao passarmos por essa fase peculiar da vida somos exagerados, imaturos e egoístas e como muitos classificariam fazemos uma "tempestade em copo d'agua". Porém o que me choca é que há diversas crianças ai fora que realmente tem problemas sérios (como se fosse necessário eu dizer algo assim) e acabam sendo completamente ignoradas por uma outra geração contemporânea que está preocupada com "Crepúsculo" e "Jonas Brothers". Essas pessoas realmente lidam com situações humilhantes, perversas, e desastrosas e o pior de tudo é que perdem toda a credibilidade de suas causas por causa das ações daqueles que tem a idade, mas não o direito de alegarem que são negligenciados. Mas não me tomem por reacionário quando eu disser que nada vai mudar. Nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã. Nada vai mudar porque todos nós ainda temos as mesmas características da adolescência. Todos nós somos como uma criança que sorri ao ver uma casa pegar fogo por achar aquilo interessante. Aquela curiosidade de observar até onde algo vai. Ela gosta de ver o fogo devorar cada pequena parte daquele lar e sorri ao assistir.
Aquela menina somos nós e aquela casa o mundo.

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