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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Olhar...

Há aqueles que tem uma vida recoberta pelo reconfortante marasmo. Uma capa protetora envolve essas vidas e para eles qualquer acontecimento fora da mesmíce parece uma revolução tão instigante que é uma história a ser lembrada e uma aventura a ser contada. Um curiosidade banal do dia-a-dia se transforma em um fato memorável e é o suficiente para tornar aquele dia distinto dos demais. Na outra mão do destino há aqueles que vivem eternamente na exceção da adrenalina, na rotina do inesperado, transformando o incomum em corriqueiro e sendo esporadicamente aplacados por um idílico momento de tranquilidade em suas vidas agitadas. Nessa indecisão entre esses dois pontos se encontra o seu olhar. Eu não poderia descrevê-lo como inebriante ou desconcertante, pois apesar de reais essa seriam definições imprecisas. Eu posso fazer melhor. Eu poderia classificá-lo como um abismo de indecisão entre esses dois estilos de vida no qual eu mesmo não consigo me enquadrar e tão pouco definir em qual dos dois você se encaixa. Existe uma frase de Nietzsche que diz: "Quando se olha por muito tempo para o abismo, o abismo também olha para você".
É exatamente assim que eu sinto quando te olho, como se houvesse uma questão proveniente desse abismo colossal e mesmo eu não sabendo qual seja a pergunta eu sei que devoraria a minha alma ter que respondê-la.

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