Nenhum lugar, nem ninguém nunca vai me segurar. Eu lhes asseguro que o meu ímpeto é uma força avassaladora que não pode ser contida por nada que eu já tenha conhecido. Infelizmente ele normalmente é utilizado para atividades promiscuas ou fúteis ou ainda sem um sentimento de nobreza que seria uma motivação redentora.
Eu chorei por várias pessoas, mas nunca chorei por mim mesmo. A misericórdia é algo que eu gosto que me encontre, mas não gosto que me acompanhe. Se algum dia eu vou alcançar a minha redenção eu realmente não sei. O fato é que eu não quero encontrá-la agora.
Eu estou em uma caminhada determinada e incurruptivél de desistências. Um compromisso com o abandono e uma aliança concreta com o descaso.
Existe uma estrada que me conecta a cada pessoa especial que passou pela minha vida, nessa estrada essas conexões que levam a essas pessoas, são como pontes cobertas. Túneis aconchegantes ou tempestuosos que me levam a uma transição temporária ao mundo dessas outras pessoas. Eu já fui infantil o suficiente para acreditar que eu poderia manter todas essas pontes bem cuidadas e utilizáveis. Talvez utilizáveis não seja a palavra certa, eu não quero dar a idéia de eu simplesmente me utilizei dessas pessoas. Eu prefiro acreditar que eu doei muito dos meus sentimentos a essas ligações.
Como vocês imaginam qualquer ponte precisa de manutenção e mesmo a maturidade escassa que veio com a pouca idade veio a percepção de que nem todas chegariam até o fim da minha vida. Algumas pontes ruíram, outras simplesmente deixaram de ser usadas e outras eu mesmo pus fogo.
O que eu jamais quis acreditar e o destino teima em me ensinar é que temos uma cota dessas pontes que podemos ter e quando criamos uma perdemos outras, o que pode ser extremamente triste. Mas o contrário pode ser inspirador. Uma ponte pega fogo e as fagulhas dela queimam as vinhas que prendiam outra passagem. O quanto vale uma pessoa comparada a outra é uma pergunta que eu não tenho o menor desejo de responder mas o destino caprichoso nos faz considerar a questão, ainda que as vezes tarde demais.
Ainda que as vezes forças avassaladoras pareçam me forçar para um abismo infinito e que a própria estrutura do mundo pareça estar desabando sobre mim, eu continuo aqui e sempre acabo encontrando um meio de continuar. Um dia o destino vai me alcançar e quando isso acontecer eu não sei se vou estar preparado. Mas também quem está?
Hoje depois de três anos voltei a falar com meu pai.
Hoje depois de quatro anos voltei a escutar algo inédito de Johnny Cash.
Hoje recebi uma mensagem que me ensinou tudo isso, que me mostrou como “pessoas adultas falam”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário