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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Como ensinar sua namorada a jogar RPG? Parte 2 - Top 10 Trailers que Inspiram para Jogar RPG

Eu mencionei em um post anterior que a minha noiva estava embarcando nessa jornada de RPG comigo. Começamos a jogar alguns meses atrás com o meu fiel e clássico grupo rpgista. Infelizmente, só conseguimos jogar umas duas vezes até o momento já que a nossa agenda estava lotada esse ano e avançamos pouco na aventura.
Até o momento conseguimos apenas nos envolver um pouco na ação mas os personagens ainda estão crus e não conseguimos estabelecer as personalidades deles adequadamente. Ainda sim, a Fabi ficou muito empolgada (para o meu alívio) e mesmo tendo jogado muito pouco, frequentemente falamos sobre o assunto. Em uma de nossas últimas conversas sobre o assunto, logo depois de assistirmos ao trailer de O Hobbit, Uma Jornada Inesperada, falamos sobre como alguns videos ou trailers (sejam de jogos, filmes, ou séries) nos ajudam a entrar no clima mais facilmente e visualizar o mundo do RPG de forma mais clara.
A minha dica para você que quer trazer a sua namorada para o mundo rpgístico é simples: seduza-a com videos sobre fantasia aliados a idéia de que ela poderia interpretar a sua personagem favorita (ou ao menos uma versão dela) no jogo. Ainda é cedo para que ela descubra o prazer de criar um personagem do zero, e mesmo assim eu estou convencido de que mais nenhum personagem bacana é completamente original.
Esse vídeos podem ser uma fonte de inspiração de novas aventuras para o mestre, de novos personagens ou caminhos para o jogador ou aquele impulso final que a sua namorada precisa para começar a rolar os dados na mesa.
Aqui vai o meu Top 10 Videos para Inspirar a Sua Namorada a Jogar RPG:

10º Beowulf

9º Cruzada

8º Skyrim

7º World of Warcraft - The Wrath of The Lich King

6º Fúria de Titãs

5º Stardust

4º Game of Thrones

3º O Senhor dos Anéis - As Duas Torres

 2º World of Warcraft - The Cataclysm

1º Dragon Ages - Origins

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Últimas Ceias

Aparentemente é um passatempo comum recriar a "Última Ceia" conforme pintada por DaVinci. Selecionei as minhas preferidas:








Groover Séries - Retornando a Ilha de Lost


Eu sei que falar de Lost hoje em dia é como falar  sobre Nintendo 64, ninguém mais quer saber disso. Mas que se dane porque Lost é um grande exemplo de algo ótimo que eu simplesmente abandonei em algum momento da minha vida dizendo a mim mesmo que eu voltaria mais tarde para buscar e acabei nunca mais aparecendo.
Eu me deixei convencer pelas críticas ruins das últimas temporadas e nunca olhei os últimos episódios. Na verdade eu nem sei onde parei. Para matar de vez a minha esperança de desenvolver interesse o suficiente para voltar a assistir o seriado a minha colega de trabalho me prestou o desserviço de contar o final. Todos esses foram golpes fortes e me afastaram do que uma vez havia sido um grande prazer para mim.
Eu assisti Community, The West Wing, Dexter, Lie To Me e até tentei o primeiro episódio de Big Love. Community me faz gargalhar como e muito tempo eu não fazia, West Wing desperta o meu dever cívico e varre um pouco da poeira do cinísmo que se depositou durante os anos, Dexter lida com a parte psicológica e se tornou uma grande novela para mim a para a Fabi e Lie To Me me parecia cool até eu perceber que simplesmente não era. Eu não posso dizer que vou assistir qualquer outro epísódio de Big Love por que um filme de terror não seria tão assustador quanto essa série. Um cara com três esposas? Sério, o que poderia ser pior do que ter três esposas e sete filhos e sustentar três casas diferentes? Façam uma série sobre um cara sua esposa e suas duas amantes... Mas chega de Big Love, vamos voltar a Lost.
 Outro ponto que foi que REALMENTE me fez desistir de Lost foi o fato de eu ser um grande fã de Sawyer e o destino romântico dele simplesmente ser inadimissível para mim. Eu adorava o personagem e eu não posso negar que ele faz parte da lista de meus heróis intelectuais juntamente com Han Solo, Hank Moody, Carter e William Riker, então eu naturalmente esperava que ele ficasse com a Kate, o que não acontece. Então o canalha não fica com a mulher que eu esperava... É pedir demais hoje em dia que a ficção não fique imitando a realidade. Quando nem os seus relacionamentos projetados em outros personagens dão certo é hora de largar a série.
Mas mesmo com toda a minha decepção com a série eu tenho que admitir que Lost me trouxe ótimos momentos e eu vou arriscar e assistir até o final.
Depois de uma rápida pesquisa no Guia de Episódios de Lost no Wikipedia eu descobri que eu parei de assistir provavelmente no episódio 9 da 4º temporada, ainda que ao ler a resenha dos episódios eu lembre de algumas coisas de episódios posteriores enquantos outras cenas de episódios anteriores sejam uma completa novidade para mim.
Com a minha apertadíssima agenda de trabalho eu consigo assistir a pelo menos dois epísódios de 1 uma hora cada um. Por enquanto eu vou me manter assistindo 1 episódio de The West Wing e vou incluir um de Lost. Quando eu terminar essas duas séries, eu vou ter que começar a pensar em novas séries para assistir. Aceito sugestões...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Morre Christopher Hitchens, autor de "Deus Não é Grande"

Foi com muita tristeza que comecei o dia de hoje tomando conhecimento da notícia do falecimento daquele que foi uma grande influência para mim: Christopher Hitchens.
Hitchens era um crítico mordaz, ferrenho, irrascível da religião organizada e um debatedor sem igual. Hitchens era tão avasssalador como debatedor que o termo "Hitchslap" (algo como bofetada de Hitchens) foi cunhado em sua homenagem.
Hitchens morreu de câncer na noite de ontem nos Estados Unidos, ele tinha 62 anos. Hitchens, apesar de bastante fragilizado pelo câncer continuou produzindo textos e ensaios até seus momentos finais.
Para mim seu livro mais influente foi "Deus Não é Grande" porém todos os seus livros eram interessantes e compunham leitura praticamente obrigatórias para qualquer ateísta. Seu livro o "Ateu Portátil" era uma leitura esclarecedora sobre os grandes pensadores e como suas visões se entrelaçavam e davam base a vários argumentos ateístas e seculares. Desde Sócrates e Platão, até Mark Twain e Salman Rushdie, passando por Thomas Hobbes e Spinoza, Hicthens soube incorporar argumentos e provocar reflexões sobre as origens e a própria natureza da religião.
Em sua homenagem eu coloco um vídeo com os melhores momentos dele disponíveis no YouTube.

Ps: Eu lamento não poder disponibilizar ele com legenda mas os melhores momentos de Hitchens não estão disponíveis legendados.






quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Como Foi Formada a História do Velho Testamento.

Há algum tempo atrás encontrei esse video sobre a história da criação dos mitos que formam o Velho Testamento. Achei uma teoria tão importante e esclarecedora que pensei eu mesmo em legendar o video. Felizmente alguém mais teve a mesma idéia e eu posso compartilhar com vocês através do blog. O video é dividido em duas partes e um pouco complexo, afinal a própria junção de diferentes mitos que compõem esse livro é bastante complexa, mas com um pouco de atenção podemos ter uma versão bem mais interessante e realista do que veio a formar o Velho Testamento.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Jesus, O Imoral (Os ensinamentos imorais de Jesus)

Aqueles que acompanham o blog sabem que eu estou em uma instigante discussão com meus bons amigos Derek Scheifler Moreira (agnóstico) e João Colombo (teísta) sobre religião. Em um dos meus úlitmos posts eu afirmei que os ensinamentos de Jesus eram não somente amorais, como também imorais. Afirmei que trataria do assunto em um post subsequente e este é o post. Porém antes de irmos ao nosso tópico, cabem alguns esclarecimentos sobre Jesus e religião.
Os argumentos contra o Cristianismo são numerosos e inegáveis. Mas, como o João Colombo gosta de me lembrar, se aplicam apenas a Instituição Religiosa da Igreja Católica. Sendo assim a mensagem original (Jesus Cristo) seria completamente inocente das barbaridades perpetradas em seu nome nos séculos que se sucederam.
Nesse eixo teísta-ateísta em que depositamos nossa discussão há algumas posições nas quais classificar a posição de cada um para com os ensinamentos e a figura de Jesus Cristo.

1º A pessoa acredita que Jesus é o filho de Deus e portanto que tudo o que ele diz é correto e verdadeiro.

2º A pessoa é agnóstica em relação à divindade de Jesus, mas acredita que independente disso sua mensagem é positiva. 

3º A pessoa é agnóstica em relação à divindade de Jesus e julga o que ele diz pelo próprios méritos dos seus argumentos.


4ºA pessoa não acredita que Jesus é o filho de Deus e julga o que ele diz pelos próprios méritos dos seus argumentos.


5º A pessoa não acredita na divindade de Jesus, e portanto acredita que seus argumentos estão errados.



Eu acredito que a 1º e 5º opções estão igualmente equivocadas. Não se pode concluir que os ensinamentos de Cristo são simplesmente errados ou certos baseados em sua divindade. E eu acredito que todos os que discutem comigo concordam com essa postura.
 
Mas um detelhe interessante a se considerar aqui é quantas pessoas você conhece que pensam como a 1º opção e quantas pensam como a 5º opção?
Eu posso honestamente dizer que eu conheço absolutamente ninguém que pensa como a última e que a maioria das pessoas que eu conheço pensa como a primeira.
 
Porém na 2º opção é onde reside o mistério: porque tantas pessoas não sabem mais do que um ou dois ensinamentos de Jesus e são tão ávidos em dizer que sua mensagem é universal e inegavelmente positiva?
 
Primeiro, Jesus tem uma campanha de Marketing que deixaria a Coca-Cola com inveja. Eu mesmo, me questionei, quando o meu atéismo enveredou para a validade dos argumentos de Cristo, de onde vinha a impressão positiva que eu tinha dele, mesmo sem lembrar de uma parábola do suposto filho de Deus. Quando eu era pequeno eu assistia a Desenhos Bíblicos no SBT. Eu fiz catequese e o primeiro ano da Crisma e não aprendi absolutamente nada sobre a Bíblia ou Jesus, mas sempre que eu me pegava considerando os ensinamentos de Cristo eu pensava naquele desenho. Obviamente o bordão jesuítico "me entregue a criança antes dos 10 anos e eu te entregarei o homem" tem seu sentido.
 Mais tarde Mel Gibson me encantou com "A Paixão de Cristo". Eu lembro de o filme ter causado um profundo impacto em mim. Eu assisti o filme duas vezes, uma com o Derek e me lembro de eu o ter repreendido por rir das pessoas que choravam na saída do filme. Eu disse a ele que deveriamos respeitar aquelas pessoas. O que eu estava querendo dizer é que deveriamos respeitar a crença delas e isso é algo que eu não acredito mais. Hoje eu consigo identificar o que me abalou na história de Mel Gibson sobre os momentos finais de Cristo. A violência e o sofrimento causados são elementos suprimidos da história (ainda que sejam a moral da mesma) quando ela é repassada às crianças. Todo nós aprendemos ainda jovens que Jesus morreu pelos nossos pecados mas nenhum pai adiciona uma violência tão gráfica a uma história que nos é tão familiar.


Obviamente os méritos da produção de Mel Gibson não atribuem ou definem qualquer valor a história original mas atestam o quanto ela nos é entregue de forma pessoal e nos é familiar e imediatamente reconhecível. A identificação com a foto acima (de Jesus com um carneirinho) não é algo imediato?
O meu ponto aqui é que entre os Desenhos Bíblicos quando eu era jovem e A Paixão de Cristo já adulto o marketing de Jesus é forte e (uma das poucas vezes na qual podemos atribuir essa palavra a religião de forma realista) onipresente.

Antes de eu enveredar pelo caminho da 3º e 4º opções que é onde reside a minha convicção eu devo salientar uma pequena circunstância sobre essas posições:

Infelizmente não espaço para uma posição do tipo: "6º A pessoa não acredita que Jesus é o filho de Deus e mesmo assim que tudo o que ele diz é correto e verdadeiro."

Há uma lógica (ainda que eu discorde dela) em dizer que Jesus está certo em tudo porque ele é o filho de Deus. Quando tentamos analisar o que ele diz tentando não atribuir a ele qualquer divindade a possibilidade de lhe atribuir qualquer mérito se torna quase impossível.

C. S. Lewis definiu muito bem a possibilidade de que Jesus tivesse sido um grande líder moral sem ser divino: " Essa é a única coisa que nós não devemos dizer. Um homem que era apenas um homem e dissesse o tipo de coisas que Jesus disse não seria um grande professor moral. Ele seria ou um lunático, no mesmo nível que o homem que diz que é um ovo cozido ou então ele seria o Diabo do Inferno. Você deve fazer sua escolha. Ou este homem era, e é, o Filho de Deus, ou então um louco e coisa pior. Você pode tê-lo por um tolo, pode cuspir Nele e matá-Lo como um demônio, ou você pode cair a Seus pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com algum disparate sobre ele ser um grande mestre humano. Ele não deixou essa possibilidade aberta para nós. Ele não teve esta intenção." 

Mesmo concordando com Lewis (e essa seria uma rara ocasião já que ele é o maior dos defensores do Cristianismo do século 20) eu ainda me vejo compelido a ir adiante com a minha proposta e demonstrar
que vários dos ensinamentos de Cristo eram imorais. Mas obviamente eu admito que nem todos eram imorais, alguns deles eram válidos, ainda que impraticáveis em uma sociedade justa e moderna  e outros simplesmente derivativos ou irrelevantes e só receberam alguma atenção já que teriam vindo de uma fonte divina e alguns de fato bons conselhos.

Mas finalmente vamos aos ensinamentos de Cristo que eu acho são imorais e/ou denotam uma hipocrisia tremenda:

Em Lucas 22:36 Jesus diz a seus discípulos para comprarem espadas. Nada contra a ação em si, mas isso soa estranho para o maior pacifista de todos os tempos. No contexto da frase ela obviamente tem em mente apenas auto-defesa, mas o que aconteceu com "dê a outra face"?

Em Apocalipse 2:22 Jesus deixa claro sua raiva contra a profetisa Jezabel: "Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações". Toda essa Ira vinda justamente do Princípe da Paz?
Em Mateus 10:34 Jesus passa uma mensagem um tanto quanto distoante de seus outros ensinamentos mais pacíficos: "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada."


Em João 2:15 se dá a famosa passagem na qual Jesus vendo comerciantes no templo expulsa os animais e os homens a chicotadas, derruba as mesas e as moedas dos comerciantes: "E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derrubou as mesas."



Em Mateus 8:32 Jesus, ao expulsar demônios de dois homens os "transfere" para uma manada de porcos, que em seguida se atira de um penhasco em um lago abaixo e morre afogada.
Ainda que eu saiba que várias religiões odeiam porcos, isso me parece um tanto quanto cruel.
 

Em Mateus 15:22 ocorre a passagem que eu acho mais revoltante desse suposto "mais perfeito exemplo de moral". Jesus inicialmente se recusa a expulsar um demônio da filha de uma mulher cananéia, chamando a mulher de "cachorro". Depois de muito pedir, ele finalmente concorda em expulsar o demônio.


Em Lucas 14:26 Jesus diz: "Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo."

Em Mateus 12:30 Jesus diz a famosa frase "Ou você está comigo ou contra mim". Bom, nosso grande filósofo Obi-Wan Kenobi teria algo a dizer sobre isso:

Se você fizer algo pecaminoso com a sua mão/olho, corte o fora. (Mateus 5:29-30, contexto sexual).

Casar com uma mulher divorciada é adultério. (Mateus 5:32)

Não faça planos para o futuro. (Mateus 6:34)

Não junte dinheiro. (Mateus 6:19-20)

Não se torne rico (na terra), no céu tudo bem... (Mateus 10:21-25)

Venda tudo e dôe aos pobres. (Lucas 12:33)

Não trabalhe para obter comida. (João 6:27)

Não tenha desejos sexuais. (Mateus 5:28)

Se alguém roubar de você não tente reaver o que foi roubado. (Luke 6:30)

Se alguém te der um soco convide-o a fazer novamente. (Mateus 5:39)

Se você perder um processo dê mais do que foi determinado. (Mateus 5:40)

Eu até entendo a beleza de alguns dos ensinamentos acima, mas convenhamos eles não são apenas impraticáveis são também contrários a nossa própria natureza e instinto de preservação.



Umas das provas do quanto Jesus é hipócrita é a passagem na qual ele diz que caso alguém chame outra pessoa de "tolo" essa pessoa poderá ir para o Inferno (Mateus 5:22) e mesmo assim ele chama outras pessoas de "tolo" (Mateus 23:17).
Nenhum personagem da Bíblia aterroriza tanto outras pessoas com a certeza do Inferno como Jesus. Há ainda o agravante de várias vezes Jesus deixar claro que o Inferno com todos os seus sofrimentos está reservado para aqueles que não acreditarem no que ele fala, ou não escolherem ele como salvador.

Muitas pessoas afirmam que apesar de O Velho Testamento apresentar uma sucessão de genocídios ordenados por um Deus infantil, ciumento e irado, o Novo Testamento, através da figura de Jesus Cristo, seria a grande redenção do Cristianismo. Bom, infelizmente Jesus já no começo do Novo Testamento demonstra seu compromisso com a ideologia do Velho Testamento ao não apenas reforçar os 10 mandamentos mas ainda "aprimorá-los".
Jesus relembra o mandamento de "não cometerás adultério" porém complementa: "Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela."



Além dessas passagens específicas, que eu não chamaria necessáriamente de imorais, apenas problemáticas,  há doutrinas centrais que Jesus defendeu que eu realmente considero imorais:
 
Amor compulsório: Segundo os ensianamentos de Jesus você DEVE amar ao próximo, você DEVE amar o seu vizinho, você DEVE amar os seus inimigos. Instintivamente essa condição é impossível para nós. Nós não somos capazes de amar indiscriminadamente e dizer que a única alternativa para esse dever é queimar eternamente no fogo do inferno é completamente imoral e esse tipo de ensinamento não deve ser passado as nossas crianças.
 
Livre Arbítrio Unilateral: Nós temos a ilusão de livre arbítrio no caso apresentado por Jesus. Nós até podemos escolher não segui-lo mas então qual a opção que nos resta? Fogo eterno! Ele não diz: " me siga por causa dos meus argumentos" ou "me siga por que eu sou a melhor opção". Ele diz me siga e me aceite incondicionalmente ou você será eternamente amaldiçoado.
 
Pecado Original: Mesmo não estando presentes quando o fruto proibido foi comido ou quando Jesus foi crucificado (os dois grandes pecados da humanidade), e independente de nossas reações a eles nós carregamos essa culpa conosco desde o nascimento. E temos de nos arrepender disso. Não temos em nenhum momento a opção de não ter pecado. Não, essa é uma caracteristica exclusivamente divina. Não importa quem você seja ou o que você faça, você tem que se arrepender desses pecados que você nem ao menos cometeu.  
 
Perdão a Terceiros: Jesus redimiu os pecados de todos os seres-humanos, anteriores a ele e posteriores a ele. Isso significa que ele perdoou todas as ofensas que cometemos contra ele e Deus (ele mesmo). Até aí tudo bem e significativamente nobre. Mas ele perdoou também as ofensas cometidas contra outras pessoas. Se alguém te ofendeu, cometeu um crime contra você, independentemente da gravidade do assunto e independete do que você acha da situação Jesus perdoou essa pessoa. Esse conceito de perdoar uma terceira parte, quando a questão nem ao menos envolve você é imensamente presunçosa e nem um pouco humilde, como sempre ouvimos que Jesus era.  
 
Redenção e responsabilidade: O pior dos ensinamentos de Cristo é que podemos pegar toda a nossa culpa e jogarmos em cima de outra pessoa por que um ritual de sacrifício humano foi realizado. Não há uma alegoria que seja mais bárbara e imoral do que essa e no entanto ela é mundialmente aceita e celebrada. Jesus corrompe o nosso próprio senso de moralidade e nós nos negamos a observar isso porque simplesmente nos acostumamos com a estória.
 
Crime de Pensamento: Como bem exemplificado nas passagens acima Jesus reconhece o direito de Deus de te julgar e punir (ainda que ele pregue que um cristão não deva julgar os outros, embora ele faça isso a todo momento) baseado no seu pensamento. Isso é a classificação de um estado totalitário e injusto.
 
Recompensa: Jesus nunca diz: faça o bem simplesmente por fazer, faça o bem simplesmente para deitar a cabeça no travesseiro com a consciência tranquila. Ele promete riquezas no pós-vida. Agora me parece que não é um objetivo muito nobre quando você quer ser bom pensando apenas na recompensa (póstuma ou não) que você ira ter. E é justamente aqui que toda a mensagem positiva de Jesus afunda. Seus grandes ensinamentos como fazer caridade sem a necessidade de se exibir para os outros, se mostram simplesmente articulações de um sistema diferente de lucro. Você investe agora e é recompensado no pós-vida. A lógica da situação pode ser posta a prova, mas fazer o bem aqui para ganhar dinheiro ali não é nem um pouco nobre. E só para constar quanto aqueles que possam argumentar que Jesus falava de riquezas espirituais ele sempre deixava transparecer que as riquezas espirituais deveriam ser buscadas aqui na Terra e as riquezas mais mundanas no Reino dos Céus.


Infelizmente na conclusão desse longo texto (e eu agradeço profundamente os que se dispuseram a ler até aqui) eu sou obrigado a admitir que isso tudo é desnecessário se observarmos o que é óbvio nessa situação. Os ensinamentos de Jesus, e a Bíblia como um todo, não passam de invenção, folclore e bravata religiosa. Eu só consigo apontar essas inconsistências e erros porque os livros que formam a Bíblia são o fruto de diversos autores, ao longo de séculos e escritos centenas de anos após os eventos que supostamente relatam. Não há nada de divino na Bíblia e pelo que eu acredito ter demonstrado há diversas mensagens que podem ser consideradas imorais. Porém se as inconsistências apontadas na Bíblia fossem retiradas, como ocorrem ainda hoje pois nessa minha pesquisa eu consultei diversas traduções e as mais novas assumem uma linguagem cada vez mais diferente e amenizadora dos absurdos escritos e cada vez mais longe do texto original, ainda sim estariamos com um livro que de mentiras e absurdos que sabemos não serem possíveis.
Se nós nos atermos ao aspecto da Bíblia que demonstra sua divindade estamos lidando com um Deus amoral e francamente intolerante, um Jesus com uma mensagem duvidosa e com aquilo que sabemos ser completamente impossível de acontecer. Do momento em que nascemos até o momento em que morremos todas as provas, todos os dias, apontam para que o que está escrito na Bíblia ser completamente impossível de acontecer e mesmo assim as pessoas acreditam baseadas no testemunho de um livro que foi escrito por pessoas que ouviram de outras pessoas que ouviram essas histórias ao redor de fogueiras no Oriente Médio durante centenas de anos. Se considerarmos apenas os ensinamentos morais da Bíblia e deixarmos de lado a parte fantástica da história podemos ver diversos valores na mensagem de Cristo, mas de forma alguma a mensagem dele está acima de críticas. Vários dos ensinamentos dele não nos servem hoje, vários dos ensinamentos dele não devem ser seguidos ou ensinados a nossos filhos e isso não é um atestado de que somos impuros e precisamos de absolvição ou que precisamos melhorar para chegar ao nível impossível exigido por Jesus. Pelo contrário, nossa inobservância de vários dos seus mandamentos deve ser interpretada como um sinal de nossa evolução moral e nosso compromisso para com valores reais.


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Religulous - Trailer Legendado

Fotografias Post-Mortem


Descobri isso no YouTube e achei que era mentira, mas o Wikipedia acabou confirmando:

"Foto post mortem é uma fotografia de uma pessoa morta. Esta era uma prática muito comum no século XIX, frequentemente na Era Vitoriana e muitas vezes, para fazer parecer que as pessoas ainda estavam vivas, eram feitas armações de madeira que sustentavam os falecidos por baixo de seus roupas, dando assim um aspecto vivaz.
Estas fotografias serviam mais como uma lembrança para recordar o falecido um lembrete da mortalidade das pessoas. Isso era especialmente comum com bebês e crianças pequenas; na Era Vitoriana taxas de mortalidade infantil eram extremamente elevadas, e uma fotografia post-mortem pode ter sido a única imagem da criança que a  família tinha. A invenção posterior do "carte-de-visite", que permitiu que várias impressões fossem feitas a partir de um único negativo, permitiu que várias cópias da imagem pudessem ser enviada à parentes.

De uma certa forma isso me faz pensar que tinhamos uma relação ligeiramente diferente com a morte. Não tinhamos tanto medo, e consideravamos a praticidade da situação. Ainda que seja estranho me parece, em um sentido um pouco tétrico, que tinhamos um respeito maior pelos mortos e passavamos pela incoveniência de andarmos com um defunto por aí simplesmente para termos uma recordação definitiva deles. Assim como a morte era uma coisa mais comum, não estavamos tão preparados a simplesmente perder um ente querido e esquecê-los rapidamente. Nada contra ou a favor aqui, apenas uma constatação.

Depois disso eu não dúvido de mais nada.










segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Top 10 Transformações de Atores

Ainda que isso não seja garantia ou mesmo sinônimo de qualidade alguns atores se submetem a mudanças drásticas em seus corpos para garantirem que determinado personagem, normalmente baseado em uma pessoa real, seja interpretado com a maior proximidade possível da realidade. Seja por maquiagem, perda (ou ganho) de peso ou simplesmente uma interpretação magnífica diversos atores se tornaram irreconhecíveis em determinados papéis. Ao longo dos anos tivemos vários exemplos e aqui vai o meu Top 10:

10º - John Voight


O pai de Angelina Jolie ficou absolutamtente irreconhecível como o comentarista esportivo Howard Cosell. Voigtht atua sob uma pesada maquiagem e de peruca, mas para quem viu o comentarista original sabe que a performance de Voight é soberba. Desde o timbre de voz até a cadência das palavras Voight acerta em cheio na interpretação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.


9º - Charlize Theron
Além da excelente maquiagem Charlize Theron também mudou completamente sua atitude para poder interpretar Aileen Wuornos.  A beleza delicada da sul-africana deu lugar a feiura e paranóia da personagem. Theron ganhou o Oscar de melhor atriz pelo papel.


8º - Robert Downey Jr
Ainda que não tenha passado por nada além do pesado ritual diário de horas de maquiagem para ficar com a pele negra, Robert Downey Jr impressionou muita gente com sua performance de um ator branco que de tão obcecado por seu ofício passa por uma cirurgia para pigmentar a pele que ele possa interpretar um personagem negro. Os maneirismos e voz do personagem são estereotipados, com certeza, mas é impressionante como vemos Downey Jr sumir na pele do Sargento Osiris.  


7º - Tom Hanks

Hanks já havia emagrecido bastante para interpretar um portador do vírus HIV no drama Filadélfia. Depois ele teve que engordar para fazer o técnico beberrão no filme Uma Equipe Muito Especial. Mas nada disso seria tão drástico como a sua mudança em Naufrágo. Para compor o personagem o ator chegava a passar dias sem falar com ninguém e as vezes só se alimentava de água-de-coco.



6º - Jared Leto
Jared Leto sempre apresentou uma figura esguia em grandes produções como Alexandre e Clube da Luta, mas surpreendeu muitos fãs ao abandonar essa silhueta e adiconar muitos quilos no corpo para viver o assassíno de John Lennon, Mark David Chapman. Leto tomava potes de sorvete derretido no microondas coberto com molho shoyu e azeite de oliva. Segundo ele essa dieta foi bem mais díficil do que a que ele teve que fazer para emagrecer para o filme Réquiem de Um Sonho, onde ele interpretava um drogado. Ele engordou 30 quilos para o papel e acabou desenvolvendo gota já que seu corpo não estava preparado para o peso extra. 



5º - Donnie Wahlberg

Donnie é o irmão mais velho e menos famoso de Mark Walhberg. Ele normalmente faz papéis mais fortes e intimidadores como o policial de Jogos Mortais e um sargento aliado na ótima série Band of Brothers. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que Donnie era o paciente raquitíco que atira em Bruce Willis em O Sexto Sentido. Mas a minha surpresa com Walhberg foi em dose duplas pois ele voltou ao corpo frágil e irreconhecível em O Apanhador de Sonhos no papel de um deficiente com a saúde extremamente fragilizada por um câncer.


4º - Eric Bana

Todo Mundo gostaria de ter a dieta de Eric Bana para viver o bandido Chopper no cinema: ficar sentado e consumir grandes quantidades de rosquinhas, cerveja e gordura saturada. O filme virou cult e lançou a carreira do australiano.

3º - Matt Damon
Quando fez Coragem Sob Fogo, Mat Dammon precisou emagrecer tanto para o seu papel que Steven Spielberg considerou não chamá-lo para O Resgate do Soldado Ryan. No ano passado o ator deixou para trás o físico preparado de Jason Bourne para viver um espião gordinho em O Desinformante.

2º - Robert De Niro
De Niro teve que malhar pesado para esculpir o físico de um boxeador jovem o no auge da fama e depois quando a produção foi parada por quatro meses, ele embarcou em uma viagem gastronomica pela França e Norte da Itália. O ator foi de 66 para 97 quilos e teve a sua saúde seriamente afetada, sofrendo graves problemas de postura, respiração e fala.



1º - Christian Bale

O ator emagreceu bruscamente para interpretar um operário insône em O Maquinista e depois teve que ganhar músculos para interpretar o Cavaleiro das Trevas em Batman Begins. Depois ele emagreceu novamente para fazer o irmão viciado de Mark Wahlberg no filme o Vencedor e novamente teve que voltar a boa forma para fazer o novo Batman. Bale já é sinônimo de radicais mudanças na silhueta e durante as filmagens de O Maquinista sua dieta diária incluia apenas uma lata de atum, uma maçã e muitos cigarros. Um médico chegou a ser chamado ao set e orientou Bale a parar imediatamente com a dieta.



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