Mais um texto que eu demorei a terminar, escrevi no dia do meu aniversário esse ano e não cheguei a terminar (até agora), mas mesmo com algum atraso acho que vale a pena ler.
Bom, eu estou completando 25 anos. Um quarto de século. Hoje também é o último dia das férias e amanhã (
re)começam trabalho e faculdade. Pois é, as férias acabaram e... sim, elas foram muito produtivas. Viajei para Santa Cruz (
Uau!), pensei várias vezes em escrever alguma coisa para o blog, comprei quatro temporadas de
Friends e virei
GTA 4. Mas seguindo com o meu raciocínio de postar pelo menos um
post por mês no blog eu decidi que apesar de já ter salvo o mês de
Fevereiro com um texto eu poderia escrever algo mais. Eu pensei em algumas possibilidades, como o
Top 10 das músicas para tocar no meu funeral ou o
Top 10 dos grupos fictícios com os quais nos identificamos ao longo dos anos, porém eu já tenho a
lista de 5 músicas para o funeral publicada no blog (e eu não acho que ninguém aguentaria 10 músicas no meu funeral) e os 10 grupos fictícios daria um pouco mais de trabalho. Depois eu pensei em escrever alguma coisa que enaltecesse alguma qualidade obscura minha já que hoje é meu aniversário, mas isso daria (também) muito trabalho (sem falar que seria provavelmente ficção).
Eu considerei muitas possibilidades ainda,
Top 10 Filmes de Faroeste, ou concluir um dos vários textos que eu tenho inacabados ao longo da lista de
postagens do blog. Finalmente eu decidi (ainda em comemoração aos 10 anos do meu aniversário de 15 anos) escrever sobre os momentos eu que eu mais "sobrei", ou situações nas quais eu nunca consegui me sair bem, ou passei vergonha, ou ainda simplesmente foram terrivelmente embaraçosas para mim! Eu tenho certeza que todo mundo ainda que não tenha passado por situações parecidas pelo menos já teve a sua cota de situações nas quais nunca se deu bem!
- 10 - Cantar em Videokês - Ok, eu sempre tive essa fantasia de que iria cantar super bem em um videokê para amigos e iria completamente animar a festa! Porém, eu também sempre soube que isso era só uma fantasia e que qualquer tentativa real resultaria em fracasso completo. Bom, essa vai para lista de vezes em que devemos ouvir aquela voz interior dizendo que não deveríamos levantar da cadeira. Ana, a minha antiga colega de trabalho saiu comigo e com o Renan e como se isso não bastasse essa foi a única vez que eu convidei a minha irmã para sair comigo. Eu e a Ana decidimos cantar "Na rua, na chuva, na fazenda". Detalhe: a Ana me abandonou no meio da performance e eu fiquei cantando sozinho. Detalhe 2: estávamos no calçadão de Cachoeirinha e o pub estava lotado. Eu estava indo razoavelmente péssimo até o Renan puxar as vaias e o terror completo tomar conta da noite.
- 9 - Musicas do Legião Urbana -Aqui vai uma categoria bem ampla: músicas do Legião Urbana em passeios e acampamentos. Porque todo mundo sabe as músicas do Legião Urbana de cor e todos sabiam cantar impecavelmente todas as músicas desses caras em qualquer acampamento ou passeio da escola? Eu nunca sabia uma música sequer e ficou pior ainda quando eu investi todas as minhas fichas em "Saideira" do Skank como o novo "sucesso" dos futuros acampamentos. Eu passei um fim de semana todo decorando a música e advinha? Ela nunca surgiu em nenhum passeio dali em diante e sempre que eu tentei puxar ela... som de grilos!
- 8 - Escala de horários da Ufrgs -Bom eu não sei se ainda funciona assim, mas na minha breve passagem pela Ufrgs a escala de horários era montada da seguinte forma os primeiros vinte colocados daquela matéria específica entravam em uma sala com alguns professores e ao redor de uma mesa apresentavam seus documentos e informavam quantas cadeiras iriam fazer. Quando chegou a minha vez um professor me questionou: "Hum, V-i-n-i-c-i-o?". Eu respondi: "Ahã". Ele seguiu: "Ah, com um "o" no final, né?". Eu novamente concordei. Ele olhou uma folha e olhou para mim novamente e disse: "Porque só isso?" Aí, eu comecei a contar toda a história do meu nome e como o meu pai havia brigado com o cara do cartório e falando que a etmologia correta do nome era realmente "Vinicio", que significava "aquele que tem voz melodiosa". Acreditem, tudo com detalhes. Depois de uns 5 minutos falando ele finalmente me interrompe e diz na frente de todos na mesa: "Eu tenho certeza que é um nome muito bonito, mas eu quiz dizer 'só isso' em relação as 3 cadeiras que você pretende fazer e não em relação ao número de letras no seu nome". Daí em diante a minha carreira acadêmica foi inexistente.
- 7 - Funeral do Meu Padrinho -Bom, aqui eu estava muito animado pois tinha acabado de ficar na noite anterior com uma garota linda na Oktoberfest. Talvez animado demais, já que eu estava comentando com todo mundo ao meu redor sobre o que havia acontecido na noite anterior. Detalhe: Era o funeral do meu padrinho e eu era o único sorrindo constantemente. E o pior, eu estava armado com as piores frases para puxar conversa na atual situação. "Uma pena que vocês não puderam ir na festa ontem".
- 6 - Ir duas vezes com a mesma garota no cinema e não ficar com ela - Se na primeira vez não der certo não peça conselhos ao Anderson! Eu sai com a garota e levei ela no cinema. Ela me deu um fora e conforme o Anderson ela estaria apenas me testando para ver se eu era insistente mesmo. Resultado: Eu fui com ela no cinema duas vezes na mesma semana e... nada!
- 5 - Eu e o Anderson em Encontro em Dupla- Bom, sempre tem alguém querendo arranjar um "Double-date", afinal sempre é bom ter uma parceria. Eu tinha a situação perfeita, duas colegas de trabalho do Zaffari me ligaram e disseram que estavam sozinhas e tal, perguntaram se eu não queria ir ao apartamento delas e se eu não tinha um amigo para levar. Eu, sem pestanejar, respondi: Claro, o Anderson! Falei com ele e embarcamos altas horas da noite para POA. No caminho eu de dono da situação fui dando várias dicas de como agir para o Anderson e tal, achei que apesar da parceria dos anos na hora que a coisa apertasse o Anderson ia ser meio travadão. Cheguei até a dar uma camisinha para ele. Chegando lá compramos um monte de bebidas em um posto (tudo no meu finado Banricompras) e fomos para o encontro. Resultado: enquanto o Anderson estava no quarto com uma garota, eu fiquei no sofá da sala ouvindo uma sessão de "ele me traiu e me deixou" da outra garota a respeito do seu ex-namorado. Voltei para casa zerado e sem ganhar um beijo.
4 - Não ouvir o "não" da frase da garota - Os Groovers estavam todos no Shopping do Vale, ainda na época em que ali havia um palquinho na praça de alimentação e tinha umas apresentações bizarras de vez em quando e queríamos assistir Resident Evil. Estávamos sentados na praça de alimentação e tinha um grupo de garotas na mesa ao lado. Uma delas chamou a minha atenção e de repente as colegas dela saíram da mesa e deixaram ela sozinha. Pensei... Tá pra mim! Comecei a caminhar lentamente até a mesa e no meio do caminho tropecei. Eu queria morrer ali mesmo, mas já estava no meio do caminho e não podia voltar, fui lá e falei com ela. Rolou uma conversa legal e ficamos conversando, quando as amigas dela voltaram elas mostraram interesse pelos meus amigos e eu decidi que o Anderson seria o mais indicado. Os guris estavam na mesa ao lado e observavam tudo atentamente, apenas o Anderson que estava no fliper não estava ali na hora (Lembrando que essa era a formação original dos Groovers e além de mim, tinha o Derek, o Parmalat, o Anderson e o Gerson).
Bom, eu já contava com a ajuda do Anderson para resolver a situação e tivemos um diálogo clássico dos Groovers. Eu olhava para a mesa dos guris e gritava: Pede para o Anderson vir aqui. E o Derek: Quem, eu? E eu novamente: Pede para o Anderson! E o Derek: Eu? Eu insistia: PEDE PARA O ANDERSON VIR AQUI! E o Derek rebatia: QUER QUE EU VÁ AÍ. Não teria sido tão ruim se tivesse parado por aí. Depois que eu havia comprado o meu ingresso uma das amigas da guria com quem eu estava conversando me chamou de canto e disse: "A minha amiga pediu para dizer que não vai ficar com você!" O problema é que tinha muito barulho na entrada do cinema e eu ouvi: "A minha amiga disse que vai ficar com você". Ai eu segui dizendo que isso era bacana e que eu também tinha gostado dela e o estranho (pelo menos para mim) é que quanto mais eu falava mais a garota fazia uma cara de quem não tinha entendido nada. Até que o óbvio me atingiu com toda a força do mundo e eu freiei com tudo: "Perai! Por um acaso você disse que ela não quer ficar comigo?!". E novamente eu queria morrer.
- 3 - Minha demissão do Mercado - Quando eu trabalhei no Zaffari, haviam regras específicas sobre não poder se relacionar no ambiente de trabalho. Regras opressoras eu tenho que dizer. Movido por um profundo movimento de revolução eu fui induzido pelos meus preceitos libertários a romper essa regra algumas vezes. Quando finalmente o "movimento pela libertação da Groelândia" acabou ficando um pouco volumoso demais a gerência me chamou. Antes de entrar na sala da gerência eu conversei com uma das minhas amigas (a que eu achei que poderia acabar assumindo o que aconteceu) e combinamos de negar tudo até morte. Quando eu comecei a falar com o gerente ele mencionou que tinha ficado sabendo de algumas situações que ocorreram entre eu e outra atendente. Eu me preparei para fazer um discurso arrasador e quando comecei a pronunciar as primeiras palavras o telefone dele tocou, ele atendeu e assim que desligou eu continuei. Tenho que dizer que eu estava inspirado, falei sobre a integridade do homem e como esse era um valor que estava se perdendo, coloquei em pauta a falta de responsabilidade de acusar alguém levianamente, baseado em boatos e que isso afetava a credibilidade da instituição, resumindo eu fui eloquente, juro que teria convencido qualquer um. Ele calmamente me deixou terminar de falar e completou: "É Vinicio, você falou muito bem. Meus parábens. Uma pena que o telefonema que eu recebi no inicio da conversa era de um outro gerente que está nesse momento com a menina em outra sala e ela confirmou que vocês têm saído". Bom, desnecessário dizer que esse foi o fim da minha carreira no mercado.
- 2 - Encontro Complicado - Chegamos à segunda melhor de todos os tempos. Bom, essa é especialmente escatológica então para aqueles fracos de estômago eu recomendo que parem a leitura por aqui. Eu estava em Livramento e estava namorando. Como sempre que eu vou a Livramento eu acabo cometendo o erro de arranjar uma namorada por lá que só eu acho bonita e o relacionamento normalmente só dura até eu voltar a Gravataí e os Groovers me informarem que na verdade ela é extremamente feia. Bom, mas lá estávamos nós e eu estava namorando e tinha marcado um encontro na Praça Internacional. Bom, eu havia almoçado na minha ex-sogra e ganho carona do meu ex-sogro (sim, eu mantenho bons relacionamentos com quase todos os sogros) e ele me largou a algumas quadras do centro. O problema é que quando eu desci do carro quase que instanteneamente veio aquela sensação de que o mundo parou e o universo enviou energias malignas para o seu estômago e aquele barulho diabólico vem de dentro da sua barriga: "Gggrrrrlrlrlrrrl". Bom, eu sempre tento uma negociação psicológica com o meu estômago, mas naquele dia apartentemente o Talibã tinha se apossado do meu sistema digestivo e a ordem era uma só: "Sem negociações". Eu tentei andar algumas quadras em marcha atlética mas o inevitável logo ficou óbvio: eu tinha que achar um banheiro e rápido! Bom, havia um banheiro no meio da praça, para todos aqueles que nunca estiveram em um banheiro público antes, cabe uma explicação: banheiro público é um local demoníaco que existe pura e simplesmente para testar a sua fé. Então, lá fui eu ao banheiro público em um estado de desespero aparente. Agora, outro detalhe que aparentemente lhe pareça familiar, sabe quando você está só a alguns metros do banheiro e parece que os Talibãs do seu intestino percebem que eles serão derrotados em sua tarefa de causar horror e agonia e agilizam o processo? Pois eu batizei isso de "desespero dos últimos metros". Sendo assim eu entrei transtornado no banheiro e entrei na primeira portinha aberta que havia. Detalhe horripilante nº1: era o banheiro destinado para crianças e eu mau cabia na privada. Detalhe horripilante nº 2: não havia papel!!!!! Sim, eu sei. Apartir desse ponto eu achava que poderia acordar desse pesadelo a qualquer momento. Bom, aqui mais um momento que você talvez reconheça, sabe quando os pequenos Talibãs do seu intestino não decidem ir embora silenciosamente e isso ocorre justamente na hora em que há mais pessoas entrando no banheiro? Pois é amigo, aqui eu já estava pronto para me matar. Detalhe mega-horripilante nº3, como eu estava no cubículo reservado as crianças até a porta era mais baixa e todo mundo que passava pela minha porta podia ver o meu rosto. É, e ainda faltava o papel. Aqui como vocês podem imaginar servia tanto papel quanto uma lâmina para cortar os meus pulsos, a essa altura qualquer um dos dois era uma solução plausível. Bom, mas o instinto McGyver tinha que prevalecer e eu não podia deixar ir ao encontro com a namorada, afinal como eu ia explicar? Bom, depois de analisar todas as possibilidades que eu poderia utilizar eu ponderei com equilibrio e tomei minha decisão e lá fui eu ao meu encontro... sem as minhas meias.
- 1 - Primeiro dia de Aula do Pré - Bom, essa é a mais clássica e com certeza todos que me conhecem bem já ouviram essa história. Era primeiro dia de aula do pré, ou seja, meu primeiro contato com a saula de aula. E lá vamos nós ao clássico "levante e diga seu nome para os coelgas". A turma toda lá se apresentando e, já que era em ordem alfabética, eu lá aguardando a minha vez, só que detalhe: uma pressão cada vez maior se acumulava na minha bexiga e eu tinha que ir ao banheiro. Bom, lá no meio da turma eu levantei a mão e a professora pediu que eu aguardasse a minha vez. E eu lá fiel e esperando, o problema é que a dona bexiga tinha uma idéia diferente e avisou: É AGORA! Bom, usei todo o meu intelecto para pensar em algo que pudesse me salvar no último segundo, aquele bom e velho "instinto McGyver de ser" que iria me livrar dessa enrascada inescapável. Quando eu já não aguentava mais esperar eu olho para o lado e lá está a coleguinha com a sua classe arrumadinha e em cima dela quase que iluminado por uma luz divina uma garrafinha com suco de laranja. Em um último suspiro de genialidade eu peguei a garrafa e disfarçadamente abri ela e derramei o conteúdo todo sobre o meu colo enquando fazia aquela cara de alívio e libertava a dona bexiga. Havia escapado de mais uma e ninguém nunca iria desconfiar, hahahahaha! Bom, ai levantei e seguinte: Pssora! A querida professora Marcia andou lentamente até mim e me olhou, eu tenho certeza que ela me viu com um olhar misto de orgulho e alívio e soltou as proféticas palavras que me acompanham até hoje:
"Além de se mijar todo ainda derramou o suco do colega!"