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sábado, 25 de junho de 2011

Isqueiro Zippo e Namorada

Há muito tempo que eu queria ter um isqueiro. Um empecilho considerável nessa intenção era que eu não fumava. Esse pequeno obstáculo foi superado durante esse ano. Bom, uma vez que a fumaça começou a tomar conta dos meus pulmões eu comecei um casual e desprazeroso relacionamento com isqueiros BIC e assimilados. Infelizmente gnomos também são fãs de isqueiros BIC e eles sempre dão um jeito de pegá-los e eu acabava comprando uns três por semana. A solução foi comprar um isqueiro mais "style". Melhor ainda quando você consegue começar com o pé direito e comprar um para você e outro como primeiro presente para a sua nova namorada (que por um bônus é fumante). Eu estava em Rivera visitando o meu pai e deu uma passada nos free-shops. No Sineriz tinha um estande muito bacana de isqueiros Zippo. Aqui em Porto Alegre em sempre via os modelos por uns R$ 100,00 e nunca me motivei a comprar. Lá eles estavam por U$ 25,00 cada e resolvi comprar dois. O meu foi bastante fácil de escolher e fui de AC/DC Back in Black que é um CD que eu adoro e a música homónima é melhor ainda. Já para a namorada foi um pouco mais difícil. Bom, na verdade nós ainda não estavamos namorando. Estavamos naquela fase de termos ficado algumas vezes e estarmos ansiosos se íamos acabar namorando ou não. Obviamente eu estava querendo que a coisa engrenasse (caso contrário não estaria comprando um presente bacana, né?) e queria passar a mensagem adequada com o isqueiro. Bom, primeiro o isqueiro em si deixava claro que eu não me incomodava que ela fumasse e seria uma companhia para essas horas. Segundo a figura teria que ser adequada e transmitir a mensagem certa. Havia alguns com corações e mensagens mais obviamente românticas, mas nessa altura eu não queria me mostrar um romântico exacerbado e não achava que ela fosse muito romântica também (o futuro trataria de desnudar essas noções) e resolvi continuar procurando.

Tinha algumas outras opções mais descoladas: camuflado do exército, com furo de bala, caveira, mas nenhuma delas me pareceu apropriado. Dois que me pareceram bem legais foram os dois últimos do estande. Um tinha uma clássica "Bola 8" e outro um dragão vermelho tribal. Por um bom tempo eu fiquei tentado a escolher o Bola 8, e quando eu digo "bom tempo" eu quero dizer um realmente longo tempo. O meu cunhado Francisco sofreu a agonia de me acompanhar enquanto eu escolhia e acho que ele queria arrancar os próprios olhos depois de 2 horas escolhendo isqueiros. Enfim, eu considerei que o "Bola 8" poderia passar a mensagem errada, tipo, "a bola da vez" e essa era justamente o tipo de mensagem que eu não queria que ela entendesse. Considerei o dragão vermelho e achei interessante. Recentemente eu havia lido "A Garota com Tatuagem de Dragão" e a protagonista me lembrava de uma certa forma a minha possível-futura-namorada: interessante, alternativa, com aquela combinação irresistível de perigo e mistério. Então o dragão vermelho tribal foi escolhido. Muito bem, tudo certo. Eu retorno de viagem, peço ela em namoro e eles viveram felizes para sempre...

O isqueiro? Bom, eu dei para ela, ela adorou o presente, se emocionou e entendeu a mensagem, mas fez um pequeno comentário quando eu disse que estava indeciso entre ele e a "Bola 8": ""Humm, Bola 8... A bola que termina o jogo. Essa teria sido uma mensagem bem forte..."
Mulheres...

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