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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Animais de Estimação - Vida e Morte

Eu sempre gostei de animais de estimação, porém algumas espécies jamais entraram nessa lista. Eu já tive cachorros, coelhos, porquinhos-da-índia, papagaios e passarinhos. Bem simples e nada fora do normal, eu nunca fui o tipo de cara que apareceria com uma iguana ou uma cobra de estimação. Tudo começou com a Princesa, uma doberman cuja habilidade mais lembrada por todos da família é que ela era capaz de abocanhar pedaços de banana em pleno ar, utilizavamos essa tática para inserir as pílulas do remédio para vermes dela nos pedaços de banana e ela engolia sem hesitar.
Infelizmente a Princesa também tinha um traço peculiar: nas vezes em que ela deu cria, ela acabava comendo os próprios filhotes quando ia lambê-los após o parto. É eu sei... Mas se você honestamente achou que esse seria um post bonitinho sobre bichinos de estimação me pegou na semana errada. Continuando... Se não me falha a memória a Princesa morreu com um corte no ventre que acabou infeccionando depois de ela se machucar em um arame solto no pátio.
Ah lembrei que na verdade nem tudo começou com a Princesa, antes dela houve o lendário Dartangnan. Um pastor alemão de quem eu tenho poucas lembranças mas é figura onipresente em todas as fotos da minhas infância. Ele era realmente um belo cachorro e carrega a honra de ter sido batizado com o único nome que a minha mãe e o meu pai conseguiram pensar que era realmente bonito. Mas, conforme meus pais, um carteiro esteve em nossa casa e teria deixado o portão aberto, Dartangnan fugiu e foi atropelado a algumas quadras da minha casa. Eu deveria colocar a história dele antes da Princesa para fazê-lo justiça mas já estou bem adiantado no post e não vou reescrever o ínicio, então vamos prosseguir...
Depois da Princesa  veio o Charlita, um vira-lata. Ele era extremamente inteligente e fiel. Foi a primeira vez que eu percebi que um animal poderia ser um companheiro e amigo. Eu tinha entre uns 5 e 6 anos e lembro de boas memórias desse cachorro. O que mais me lembro dele é que conseguia andar uma distância considerável em duas patas e minha mãe sempre se referia a ele como "ela" (um traço que ela manteve com todos os outros animais que eu tive, se era uma cadela ela dizia "ele" seguindo sempre assim sem nunca acertar o sexo de nenhum animal).
A tragédia se abateu sobre o nosso mundo idílico quando o meu pai começou a cria perus no quintal de casa. Sim, perus. Ele chegou a ter mais de 100. Eu não os ponho nessa lista por dois motivos: primeiro, ele não eram meus animais; segundo, eu os odiava. Bom, os problemas começaram quando o Charlita descobriu que gostava de caçar os filhotinhos de perus. Em um ato de sadismo que na época eu não achava condenável ele começou a comer as cabeças dos peruzinhos. Meu pai não achou a atitude muito saudável e acabou matando Charlita.
Depois disso foi inevitável darmos um tempo nos cachorros e acabamos com um coelho gigante. Bom, o coelho não era do tamanho da casa, mas essa era a definição de raça que eu ouvia quando perguntavam que tipo de coelho era aquele. Chico era o nome dele e apesar de não ser realmente gigante ele era de fato enorme, aos 7 anos eu não conseguia segurá-lo no colo. Uma idéia peculiar da época foi fazer uma gaiola bem grande para Chico e depois de um tempo colocamos um casal de porquinhos-da-india. No ínicio Chico com seu tamanho imponente era o soberano do recinto e os porquinhos o tratavam com a pompa e deferência de um verdadeiro soberano porém em pouquissimo tempo os porquinhos-da-india se multiplicaram tanto que o Chico já não saia mais de sua casinha e parecia bastante acuado. Uma verdadeira insurreição foi organizada pelos porquinhos e o soberano Chico foi destronado. Com o tempo foi necessário começarmos a doar os porquinhos porém o Chico nunca mais foi o mesmo. Eu não lembro exatamente o seu fim, mas acredito que meu pai tenha dado ele para outra família ou que ele tenha simplesmente morrido de velhice, amargurado e com lembranças de seus dias de glória.
Ainda afastados do mundo canino resolvemos ter uma papagaio. Ele foi comprado pelo meu pai em uma viagem e logo de início nos trouxe bastante alegria. O nome? Chico. Obviamente não haviamos superado o episódio com o coelho e Chico II nos parecia um nome apropriado. O papagaio ficava livre na casa e nós o soltavamos nas árvores do pátio e ele sempre voltava com voôs curtos. Ele não conseguia falar nada além de seu próprio nome e a característica que eu mais admirava nele é de que ele sentia o medo das pessoas ao tentar dar o dedo para que ele subisse. Se a pessoa tivesse medo na hora de estender a mão para ele, ele bicava a pessoa. Se houvesse confiança no ato ele subia calmamente e permanecia ali passivamente. O convívio dele conosco chegou ao fim quando ele saiu para um voô e nunca mais voltou.
Mais tarde ainda não haviamos nos desligado completamente da figura do Chico (o papagaio) e acabamos com um pequeno periquito. Com a criatividade em alta resolvemos batísa-lo de Chico. Já era o terceiro animal na nossa casa com o mesmo nome, mas nossas bizarrices não pararam por aí. Começamos a confundir o periquito com o papagaio que havia fugido e começamos a criar o periquito como se fosse um papagaio. Ele voava solto dentro de casa e depois de algum treino começou a repetir seu nome. Os problemas de Chico III começaram quando resolvemos arrumar para ele um esposa. Não chegamos a batízá-la então ela ficou formalmente conhecida como Periquita. Depois de deixá-los uma semana juntos começamos a ficar ansiosos para que eles pusessem ovos e a família aumentasse. Assim, a cada cinco minutos um membro diferente da família abria a casinha dos passarinhos para ver se havia um ovinho ali. A pressão do lar e da perda de privacidade devem ter pesado para o pobre Chico pois o ninho nunca viu um ovinho sequer e tanto o Chico quanto sua Periquita acabaram morrendo. E dizem que casamento não mata....
Depois do nosso passeio pelo mundo das aves resolvemos excursionar novamente no mundo canino. Agora sim eu teria um cachorro e poderia escolher o nome. Fui agraciado com um Husky Siberiano, fiquei muito feliz e lhe dei o nome de Conan, uma escolha obviamente inspirado pela figura lendária do Cimério guerreiro que eu tanto acompanhava nas edições de "A Espada Selvagem de Conan" do meu primo Sandro. Conan foi um meio termo entre companheiro e arruaceiro, ele nunca foi muito calmo e foram raras as vezes nas quais eu consegui passear com ele, mas por outro lado ele sempre foi muito ativo e parecia bastante feliz. O fim das aventuras do cão bárbaro chegaram ao fim quando ele entrou em baixo da casa e comeu veneno que era destinado aos ratos que estavam no porão.
Depois do Conan, tivemos uma outra figura lendária. Commodus, o cachorro do demônio! O Commodus era uma mistura esquisita de raças e parecia um hibrído entre um buldog e um pastor alemão, baixinho e completamente preto. O Commodus era um bom companheiro e eu e meus amigos acabavamos brincando bastante com ele. Mas Commodus começou a revelar seu lado sobrenatural quando saíamos para passear na Morada do Vale, o bairro onde cresci. Bom, como eu sabia é normal os cachorros marcarem seu território urinando, mas Commodus ia um pouco além: ele urinava em toda a Morada do Vale! E o que acontecia quando ele não tinha mais urina? Ele mijava sangue! Sério! Sim, eu sei... Provavelmente eu deveria ter levado ele ao veterinário, mas diga isso a minha mãe. Naquela época era mais um caso para um exorcista do que para um veterinário... Por via das dúvidas decidimos não levar Commodus para para passear mais. Depois de alguns meses, o Gerson, um antigo integrante dos Groovers, foi na minha casa e deixou o portão aberto e o Commodus acabou fugindo. 
 Então durante muito tempo eu fiquei sem animal de estimação. Eu acredito que por pelo menos uns 6 anos. Bom, nesse tempo a minha vida mudou bastante e eu não moro mais com meus pais. Não moro mais em uma casa e não sou mais solteiro. Tudo isso afeta bastante a vida de uma pessoa. Quando eu conheci a Fabi, minha noiva e fomos morar juntos ela deixou claro desde o ínicio que gostava de animais e que adorava mais ainda gatos. Eu sempre fui de uma família de adoradores de cachorro e aves, ambos inimigos naturais dos cachorros, então eu meio que deixei o assunto por ai mesmo. Mas depois de um tempo juntando a necessidade de agradá-la com a saudade de um bichinho, a falta de movimento no apartamento (que acaba sendo muito grande para apenas duas pessoas) e observando qual tipo de animal se encaixava melhor no perfil da nossa atual moradia resolvemos adotar um gatinho. A Fabi sempre quis ter um gatinho preto chamado Salem. Por causa da Sabrina, A Feiticeira. Aparentemente todo mundo conhece essa série e só eu que não, então sempre que ela menciona a Sabrina eu sorrio e digo que entendi... Bom, de qualquer forma adotamos o Salem. 
 Fomos na Veterínaria Águia aqui em Porto Alegre e eles nos indicaram que falássemos com o pessoal do Movimento Gatos da Redenção, fomos muito bem atendidos pelo pessoal e acabamos achando o Salem. Um gatinho totalmente preto de dois meses de idade. Ele foi extremamente carinhoso conosco e ficava sempre grudado em nós. Eu realmente tenho que admitir que eu nunca tive uma relação tão afetuosa com animal como eu tive com o Salem. Um verdadeiro companheiro. Eu sempre critiquei as pessoas que tratam de animais como se fossem seus filhos mas devo dizer que eu finalmente consegui vislumbrar como elas se sentem e como esses animaizinhos acabam ocupando um lugar tão importante em nossas vidas. Infelizmente o Salém tinha uma doença grave e acabamos perdendo ele. Chegamos a interná-lo em uma clínica veterinária mas não adiantou. Eu fiquei bastante triste e a Fabi inconsolável. Bom, o tempo foi passando e acabamos vendo que haviam outros animaizinhos que precisavam de nossa ajuda e acabamos adotando dois gatinhos: o Boris e a Pandora. Eles estão bem saudáveis e são grandes companheiros. Bom, por enquanto é isso e obrigado por compartilharem da história dos meus animais de estimalção comigo. Um grande abraço.

Ps.: Eu adicionei o link do blog do Movimento Gatos da Redenção e vou adicionar eles permanentemente na barra de indicações de blog.

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