Então chegou a hora de aposentar o velho Xbox 360. Nós tivemos uma boa história e vários momentos memoráveis. Uma breve experiência on-line mas um histórico maior no lado errado da lei. Pagar mais de R$ 100,00 em um único jogo nunca foi algo que eu aceitasse com naturalidade, sem falar da rejeição da minha carteira para com esse tipo de necessidade, então foi uma saída natural utilizar um console desbloqueado e durante o tempo de vida da sétima geração de consoles o Xbox 360 havia sido desbloqueado bem antes do PlayStation 3.
Esse foi o fato mais impactante no que se refere a minha escolha na época. Infelizmente, o preço para isso é que eu fiquei fora do mundo do multiplayer on-line, o que trás um impacto bastante pesado em alguns jogos que não puderam ser aproveitados de forma integral, mas novamente, foi um alívio bem recebido pelo meu saldo no banco. Mas essa escolha seria uma que eu decidi não repetir na próxima geração de video-games.
A oitava geração teve seu início com o WiiU em Novembro de 2012. Mas os pesos pesados PlayStation 4 e Xbox One só foram lançados um ano depois. Completando o seu primeiro aniversário os dois carros chefes da Sony e da Microsoft deixaram claro que suas diferenças não são tão impactantes e apesar de uma leve vantagem de hardware do PlayStation (e do preço de lançamento absurdo no Brasil) a escolha hoje se dá primariamente por preferências pessoais.
Eu fiquei legitimamente dividido entre as duas opções. Partindo do princípio que ambos estavam disponíveis pelo mesmo preço (desde que o Xbox venha sem Kinect) as diferenças não são de nenhuma forma definitivas.
A minha preferência pela interface e o controle do Xbox One foram de encontro aos jogos exclusivos da Sony e uma abordagem mais "gamer". No fim praticamente não decidi e acabei comprando o que estava disponível no momento e felizmente era o PlayStation 4.
Até agora minhas principais impressões são de que o controle do Play é um pouco menos ergonômico do que o seu concorrente, isso fica evidente na disposição dos controles analógicos. Eu sempre sinto que a disposição do Xbox (com o analógico esquerdo localizado um pouco acima do nível do direito) mais natural e que o Dualshock acaba forçando levemente a mão para alcançar o controle com firmeza. Outro ponto é que os botões "share" e "options" ficaram com uma disposição pouco intuitiva e eu dificilmente os localizo na primeira tentativa. Entretanto essas diferenças se tornam rapidamente imperceptíveis depois de algumas horas de jogo.
Houve uma melhoria sensível no que diz respeito aos botões R2 e L2 e ao contrário do que eu imaginava eles realmente estão com o formato de gatilhos e se aproximam muito do design do Xbox.
Outros pontos positivos são o alto-falante no controle e a opção de plugar o fone de ouvido direto no dualshock, um touchpad no controle que apesar de ainda não ser muito útil apresenta bastante potencial. No fim o design geral do console me agrada mais do que o do Xbox, com um formato mais delineado e botões discretos.
Para completar o layout da interface do Play 4 é bastante simplório, mas intuitivo e bastante útil. Ideal se você está mais preocupado em jogar do que ter uma central de interatividade.
Pois muito bem, preparado para iniciar novos posts sobre os jogos do Play, o que deve ser mais viável pois não pretendo adquirir a mesma quantidade de títulos do Xbox (jogos vinte vezes mais caros tem esse efeito), acho que seria apropriado me despedir com uma lista definitiva dos meus 20 jogos preferidos do console.
Segue então:
20 - Lost Planet 2
Lost Planet é uma aventura irregular e tem momentos confusos e com algumas falhas, mas quando acerta o faz de maneira épica. A diversidade de níveis e o prazer de atacar adversário realmente gigantescos são um atrativo irresistível. A estrutura do jogo é um pouco confusa, mas os momentos de ação são únicos.
19 - Batman - Arkham City
Arkham City expandiu a série Arkham e botou o pé firmemente no território do sandbox. A história e o cenário ficaram maiores e apesar de a aventura ser memorável não tem a mesma qualidade do primeiro jogo da série.
18 - Prince of Persia - The Forgotten Sands
Apesar de ser uma série consagrada esse foi o meu primeiro contato com Príncipe da Pérsia e posso honestamente dizer que fiquei plenamente satisfeito. O que se destaca são o bom design do momentos de plataforma, os poderes realmente inovadores e a jogabilidade ótima nas lutas com espada contra dezenas de oponentes simultâneos.
17 - Portal 2
Portal 2 consegue ser um jogo de puzzles sequenciais e ainda sim ter um roteiro inteligente e cativante. A variedade de diferentes desafios aliado ao humor irreverente do jogo são complementados por um modo co-op que é viciante.
16 - Call of Duty - Modern Warfare 2
Ação consistente, sequências cinematográficas inspiradas e um modo co-op bastante eficiente fazem esse tiro em primeira pessoa ficar na lembrança de muita gente como a versão definitiva de Call of Duty.
15 - Dragon Age - Origins
Com uma história que lentamente vai envolvendo o personagem, Dragon Age conquista o jogador aos poucos. Os gráficos fracos e o início lento me afastaram do jogo por algum tempo, mas quando eu finalmente decidi dar uma chance ao continente de Ferelden sua mitologia e opções de escolhas interessantes definitivamente me conquistaram.
14 - The Elder Scrolls - Skyrim
Eu nunca fiz uma resenha sobre Skyrim porque nunca cheguei a virar o jogo (mas também quem virou?). Mas gastei muitas horas desbravando o continente e dando vida ao meu Dragonborn. Tendo um dos melhores sistemas de progressão de nível, um cenário incrivelmente grande e a possibilidade de se enfrentar dragões(!) Skyrim é um épico tão grande que a maioria dos jogadores o deixaram de lado (depois de muito tempo) mais pelo interesse em novos lançamentos do que por o jogo ter parado de oferecer novas emoções.
13 - Far Cry 3
FarCry 3 recupera a minha fé na franquia que havia sido destruída pelo segundo capítulo da série. Paisagens lindas e um sistema de progressão sólido fazem desse jogo uma excelente aventura paradisíaca. Infelizmente a graça acaba logo após a história ser concluída (em um final que deixa a desejar) e o quesito de re-jogabilidade fica devendo o que acaba colocando o jogo em uma posição mais baixa da lista.
12 - Assassin's Creed 2
Fundamentalmente Assassin's Creed foi o melhor jogo da franquia no que se refere ao parkour, roteiro e ambientação. Isso sem falar nos incríveis puzzles que desafiavam o jogador enquanto iam revelando mais detalhes de uma mitologia muito rica. Apesar de haver outro jogo da franquia melhor colocado na lista esse é o jogo que tornou essa franquia uma aquisição obrigatória para todos.
11 - GTA V
Grand Theft Auto 5 é mais criativo que as iterações anteriores da franquia, ainda que a história não seja tão envolvente pois acaba diluída entre três protagonistas. Ainda sim é o carro chefe no que se refere a um cenário gigantesco, completamente detalhado e cheio de atividades extras mesmo depois que a missão principal acaba.
10 - GTA IV
GTA IV está acima de seu sucessor na lista porque para mim apresenta uma história melhor desenvolvida que lida melhor com a ironia do sonho americano. Niko Bellic ainda é meu protagonista favorito da série.
9 - Limbo
Limbo é um puzzle-game elegante, inteligente e desafiador. Ele é relativamente curto e acessível mesmo para quem nunca jogou um video-game e consegue fazer isso mesmo sem instrução alguma surgindo na tela para guiar o jogador. Algo raro nos dias de hoje.
8 - Assassin's Creed 4- Black Flag
Um pouco mais livre da mitologia de Assassin's Creed, que acabou se tornando em demasiado pesada e restritiva, Black Flag deu mais liberdade ao jogador e trouxe as magníficas batalhas navais como sua principal mecânica.
7- Tomb Raider
É um dos jogos mais recentes dessa lista e também um grata surpresa. Esse é um remake que deixa o original no chinelo e eleva Lara Croft ao nível de uma aventura completa e empolgante. Os gráficos são ótimos, a jogabilidade muito natural e a história, apesar de ter seus pontos fracos (todos os personagens secundários são rasos), consegue manter o interesse do jogador no destino de Croft.
6 - Just Cause 2
Just Cause 2 é o melhor jogo de ação que eu já joguei. A história e outros elementos da narrativa (como todos os personagens) são fracos meras caricaturas que não conseguem nem ao menos ser irônicos de forma muito competente, mas a ação deixa tudo em segundo plano. Em questão de segundos você pula de uma moto para um helicóptero em queda e dispara mísseis e abre seu paraquedas e aterrisa no teto de um carro em movimento. Tudo isso com um cenário paradisíaco ao fundo.
5 - Red Dead Redemption
Um blockbuster da Rockstar que foi entregue cheio de personalidade, com a ambientação correta e uma história bem contada.
4 - Máfia 2
Máfia 2 é um sandbox bastante linear e que restringe bastante as opções e liberdade do jogador, entretanto tem a história mais envolvente de todos os jogos desta lista e gráficos impressionantes.
3 - The Saboteur
Uma pequena pérola que não fez sucesso (e na verdade levou seu estúdio a falência) The Saboteur foi meu sandbox favorito da sétima geração. A jogabilidade e os gráficos não era dos melhores, mas o jogo compensava suas fraquezas com muita personalidade, estilo e uma quantidade gigantesca de objetivos após a conclusão da história principal.
2 - Mass Effect 2
A mistura definitiva de ação e rpg na medida certa e em um cenário novo. A importação das decisões do primeiro capítulo foram apenas a cereja do bolo nesse jogo que tem uma história competente e ação contagiante.
1 - Batman - Arkham Asylum
Arkham Asylum conseguiu tudo o que um jogo precisa para ser memorável: boa história, boa jogabilidade, estilos diferentes e um personagem icônico. Esse foi o jogo mais completo durante a minha experiência com o Xbox 360. O único jogo que eu fiz questão de completar 100% e que virei duas vezes, mesmo assim eu não hesitaria em jogá-lo novamente.