Fazia algum tempo que eu não me viciava em uma série. Arquivo X, Lost, House e The Office foram algumas das poucas séries que realmente me chamaram a atenção. Séries de comédia conseguirem fazer isso é algo um pouco mais raro. Claro que temos bons exemplos disso, eu citei anteriomente The Office certamente existem outras, mas esse fator "viciante" é mais comum para mim em séries dramáticas (ainda que Arquivo X, Lost e House apresentassem suas pitadas de humor). Justamente por isso tem sido uma surpresa bem grande o quanto eu tenho gostado de Community. A série tem um humor muito irreverente, cheio de referências culturais a filmes e outras séries de televisão, um elenco afiado e roteiros muito "espertos". Eu quero chamar a atenção para essa parte, com certeza você não aprenderá nada de novo ou útil assistindo a essa série, não há nada de inteligente na série, mas a utilização de meta-linguagem sobre como os personagens percebem as próprias vidas como sendo parecidas com as de uma série é impagável, o que de fato é muito esperto. É a única série ou filme no qual as referências ao Twitter ou Facebook não parecem forçadas. Outro enorme trunfo do programa foi ter ressuscitado Chevy Chase que não me fazia rir assim desde Férias Frustradas. Agora o que realmente importa em uma série de tv de comédia é que ela te faça rir e isso eu garanto "Community" é simplesmente hilária. Eu nunca gargalhei tanto assistindo a uma série de tv e os episódios "Modern Warfare" da primeira temporada e "Advanced Dungeons & Dragons" da segunda são os mais engraçados que eu já assisti. Vale a pena assistir.
Ps: Uma dica, esse site tem os episódios legendados e com um tamanho de arquivo bem pequeno.
sábado, 23 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Livros Que Mudam A Vida - Mais Pesado Que O Céu
Bom, já fazia algum tempo que eu não lia um livro bom e interessante e Mais Pesado Que o Céu, a biografia de Kurt Cobain, resolveu o problema. Para dizer a verdade eu sou um grande fã de biografias, mas nunca tinha lido nenhuma de um astro do rock. A conturbada vida (e morte) do líder do Nirvana certamente é uma história interessante, e a leitura fica ainda mais fluída graças ao talento do escritor Charles R. Cross que consegue construir uma narrativa realista e romântica ao mesmo tempo. O título do livro é o mesmo da turnê que o Nirvana fez na Europa junto com o TAD, sendo uma referência tanto ao peso do vocalista do TAD quanto ao som pesado do Nirvana.
Com todo o cínico prazer que acompanha a leitura da biografia de um astro podemos aprender detalhes obscuros e lamentáveis de Kurt Cobain. Eu não tinha a menor idéia que o envolvimento de Kurt com a heroína havia sido tão grande, ou que ele sentia uma profunda aversão pela maioria dos compromissos sociais do Nirvana. Esses e outros detalhes são esmiuçados com esmero por Cross que entrega uma história pesada mas fácil de ler. O único porém fica justamente por conta do detalhamento excessivo. O livro foi bastante critícado por Cross incluir suas impressões pessoais sobre como Kurt estaria se sentindo como fato. Ainda que isso realmente leve a uma impressão parcial da história, funciona muito bem pois é realizada de forma competente por Cross. Há muitos comentários na Internet dizendo que essa seria a versão da história "aprovada" por Courtney Love, e de fato o retrato pintado da rockeira é bem mais afetuoso do que se viu na mídia na década de 90. Uma decepção do livro, mas não necessariamente uma falha, é que o lado musical é bastante ignorado. Acredito que o que mais me interessava na leitura era descobrir como certas músicas e letras se "encaixavam" na vida do ícone de uma geração, mas infelizmente fora algumas citações sobre About a Girl e Smells Like Teen Spirit o assunto passa bastante desapercebido. Além dos dados curiosos (e quase inacreditáveis) sobre a vida de Cobain, ele morava dentro do carro pois não tinha dinheiro para alugar uma casa quando "Smells Like Teen Spirit" estava no topo das paradas, o que realmente impressiona no livro é o envolvimento de Cobain com as drogas. Nos últimos 20 anos aprendemos a contra-gosto a ter uma tolerância maior a casos extremos como o de Kurt (que acabou se suicidando), aprender a história de alguém desde o nascimento até o fundo do poço do vício de heróina de certa forma traz de volta o choque da questão de um assunto que há muito tempo deixou de ser novidade.
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