Hoje finalmente decidi assistir novamente A Paixão de Cristo, eu comprei o DVD há uns quatro meses atrás e ainda não havia reunido coragem o suficiente para assisti-lo novamente. Não que seja um consideração em relação à religiosidade do filme, mas quando se vive sozinho e se vê a namorada menos do que gostaria você passa a selecionar cuidadosamente as ocasiões nas quais pode assistir filmes com potencial para fazê-lo chorar. Mas primeiro deixem me falar a respeito da minha admiração por esse filme. Assisti-lo no cinema foi uma experiência marcante no mínimo. Eu o vi duas vezes a primeira com a minha irmã e a segunda com o Derek. Na primeira vez obviamente a experiência foi mais intensa. Eu já estive em velórios e não lembro em nenhum deles ter causado mais comoção nas pessoas do que esse filme. As pessoas choravam alto, soluçavam e o intervalo programado de 15 minutos durante a exibição de fato foi necessário para as pessoas se recomporem . Essa sessão de cinema causou um grande impacto em mim, não pela história em si, mas pela maneira como foi capaz de emocionar a todos na sala. Eu me percebi desejando que outras histórias tivessem essa capacidade de difusão e apelo entre uma audiência tão diversa. Agora assistindo em DVD o filme perde muito de sua emoção e é possível analisá-lo com mais calma. Logo nas primeiras cenas tudo fica claro para mim que não é possível analisar o filme sem levar em consideração a sua religiosidade. A iluminação é a mais bonita que eu considero ter visto em um filme, a trilha sonora não só é uma das minhas favoritas como também valoriza cada cena do filme. O diretor Mel Gibson mostra como é capaz de transformar os filmes através de detalhes, como colocar um ator com uma face levemente afeminada e belo olhos para interpretar Satanás e abusar da violência gráfica do filme. Mas o que me chama a atenção é a falta de qualidade dos diálogos, particularmente os de Jesus. Jim Caviezel é um ator competente e faz um excelente trabalho como Jesus, mas sempre que o personagem fala é visível o esforço do diretor em consertar o excesso dessas passagens e tornar o personagem mais humano. De fato eu considero esse ser a grande vantagem da obra de Mel Gibson em relação a outros filmes que retrataram Jesus, o filme é bem sucedido em criar uma identificação da audiência com o personagem. É possível ao espectador se colocar no lugar de Jesus e sentir sua fragilidade, que na verdade é a chave para o sucesso do filme. Ninguém se emocionaria com um personagem que é repetidamente atacado e ferido mas é apresentado como alguém inatingível. Porém essa capacidade de apego do público pelo personagem só é possível porque o diretor tem a consciência de colocar várias cenas lembrando da humanidade e fragilidade do personagem. Um exemplo claro é a cena em que um muito humano Jesus fala com sua mãe a respeito de uma mesa mais alta do que o normal que acabou de construir. Outro exemplo é a cena em que Maria vê seu filho caindo sob o açoite dos romanos e lembra de uma passagem da infância na qual o menino Jesus cai e ela pode lhe socorrer e consolar. Essa é uma das cenas mais emocionantes para mim e imagino que seja difícil que ela não apele a qualquer pessoa que seja mãe. No entanto apesar de truques como esse ajudarem o filme no final eles não apagam (para mim) a sensação incômoda que de que o personagem principal parece alguém fora de si e tem seus melhores momentos quando está quieto. É louvável o esforço do ator em seus olhares e interpretação de dor e isso diluí a má impressão causada pelos diálogos bíblicos. Como filme em si é uma bela obra, mas meu apreço pelo personagem sofre um forte abalo assim que eu me lembro que esse é o mesmo Jesus que é contra homossexuais e sempre precisa do dinheiro alheio.
domingo, 14 de junho de 2009
Cinema Groover - A Paixão de Cristo
Hoje finalmente decidi assistir novamente A Paixão de Cristo, eu comprei o DVD há uns quatro meses atrás e ainda não havia reunido coragem o suficiente para assisti-lo novamente. Não que seja um consideração em relação à religiosidade do filme, mas quando se vive sozinho e se vê a namorada menos do que gostaria você passa a selecionar cuidadosamente as ocasiões nas quais pode assistir filmes com potencial para fazê-lo chorar. Mas primeiro deixem me falar a respeito da minha admiração por esse filme. Assisti-lo no cinema foi uma experiência marcante no mínimo. Eu o vi duas vezes a primeira com a minha irmã e a segunda com o Derek. Na primeira vez obviamente a experiência foi mais intensa. Eu já estive em velórios e não lembro em nenhum deles ter causado mais comoção nas pessoas do que esse filme. As pessoas choravam alto, soluçavam e o intervalo programado de 15 minutos durante a exibição de fato foi necessário para as pessoas se recomporem . Essa sessão de cinema causou um grande impacto em mim, não pela história em si, mas pela maneira como foi capaz de emocionar a todos na sala. Eu me percebi desejando que outras histórias tivessem essa capacidade de difusão e apelo entre uma audiência tão diversa. Agora assistindo em DVD o filme perde muito de sua emoção e é possível analisá-lo com mais calma. Logo nas primeiras cenas tudo fica claro para mim que não é possível analisar o filme sem levar em consideração a sua religiosidade. A iluminação é a mais bonita que eu considero ter visto em um filme, a trilha sonora não só é uma das minhas favoritas como também valoriza cada cena do filme. O diretor Mel Gibson mostra como é capaz de transformar os filmes através de detalhes, como colocar um ator com uma face levemente afeminada e belo olhos para interpretar Satanás e abusar da violência gráfica do filme. Mas o que me chama a atenção é a falta de qualidade dos diálogos, particularmente os de Jesus. Jim Caviezel é um ator competente e faz um excelente trabalho como Jesus, mas sempre que o personagem fala é visível o esforço do diretor em consertar o excesso dessas passagens e tornar o personagem mais humano. De fato eu considero esse ser a grande vantagem da obra de Mel Gibson em relação a outros filmes que retrataram Jesus, o filme é bem sucedido em criar uma identificação da audiência com o personagem. É possível ao espectador se colocar no lugar de Jesus e sentir sua fragilidade, que na verdade é a chave para o sucesso do filme. Ninguém se emocionaria com um personagem que é repetidamente atacado e ferido mas é apresentado como alguém inatingível. Porém essa capacidade de apego do público pelo personagem só é possível porque o diretor tem a consciência de colocar várias cenas lembrando da humanidade e fragilidade do personagem. Um exemplo claro é a cena em que um muito humano Jesus fala com sua mãe a respeito de uma mesa mais alta do que o normal que acabou de construir. Outro exemplo é a cena em que Maria vê seu filho caindo sob o açoite dos romanos e lembra de uma passagem da infância na qual o menino Jesus cai e ela pode lhe socorrer e consolar. Essa é uma das cenas mais emocionantes para mim e imagino que seja difícil que ela não apele a qualquer pessoa que seja mãe. No entanto apesar de truques como esse ajudarem o filme no final eles não apagam (para mim) a sensação incômoda que de que o personagem principal parece alguém fora de si e tem seus melhores momentos quando está quieto. É louvável o esforço do ator em seus olhares e interpretação de dor e isso diluí a má impressão causada pelos diálogos bíblicos. Como filme em si é uma bela obra, mas meu apreço pelo personagem sofre um forte abalo assim que eu me lembro que esse é o mesmo Jesus que é contra homossexuais e sempre precisa do dinheiro alheio.
A Tempestade
Esse é o segundo texto dos dois que eu mais me orgulho. A razão para isso é que eu criei ele com a idéia de falar especificamente sobre uma colega do Derek, a Alice. Eu não mencionava ela no texto mas enquanto escrevia ela foi minha total fonte de inspiração. O meu orgulho por ele foi justamente porque mesmo sem mencionar nada eu postei o texto no "Teorias" na comunidade dos Groovers no Orkut e depois de alguns dias a própria Alice me pediu para postar um trecho do texto na descrição dela no perfil do orkut.
Ela está sentada embaixo da árvore, não se sabe ao certo a quanto tempo. Ela pode estar lá, sentada no mesmo lugar a horas ou pode ter acabado de escolher aquele local para um descanso passageiro.
As nuvens estão escuras sob um céu pouco amistoso. Ela considera se deve partir. Um trovão da seu ultimato. Ela estava prestes a sair, já tinha se decidido, estava apenas esperando mais alguns segundos, mas mudou de opinião. Não gosta que lhe digam o que fazer. Adora provar que sua opinião prevalece sobre as demais, não importando se o seu oponente for seu namorado ou a própria natureza.
O vento começa a soprar mais forte, levanta folhas do chão e mexe em seu cabelo. É um afago rude, mas ela o aceita sem relutância, pois sabe que é sincero. Um carinho sincero é algo que ela sabe não receber facilmente, se é que já recebeu. Mas o pensamento que surge, contra a sua vontade, é de que ela não sabe por que necessita de algo sincero. A falsidade e a distância têm servido aos seus propósitos Ela sabe que não pode se afogar em sentimentos rasos. Ela sabe de muitas coisas. Mas ela afasta todos esses pensamentos. Ela quer algo. Ela quer mais do rude afago, mas o vento cessa. Ela se levanta e olha para as nuvens vigorosas, acima de onde ela coloca seu ego quando está sozinha. O vento se foi de fato.
Ela dá diversos passos decididos em direção ao nada. Por um breve momento, ela se questiona de que adianta a determinação que não leva a lugar algum. Mas novamente ela afasta o pensamento. Um pensamento mais profundo poderia tira-lá de seu caminho não traçado.
Ela encontra-se perdida no mundo, mas sabe tudo sobre ela mesma e isso é o que basta para o mundo se curvar a sua vontade, mas talvez não seja o bastante para ela.
Ela têm todas as escolhas à sua frente. Todas elas estão certas. Não existe caminho errado. Existem caminhos por onde ela não andou, e eles trazem uma fascinação, mas nem mesmo isso é certo.
Ela dá passos calmos em direção ao vento, ela têm certeza de que não dará os mesmos passos na direção contrária. Não há necessidade. A brisa suave toca seu rosto e brinca com seu cabelo. O vento fica mais forte. As nuvens se juntam em uma forma que parece seguir o trajeto de seus passos. A chuva cai molha seu cabelo, seu rosto, suas mãos...
O tempo se torna mais impetuoso... o vento uiva, as nuvens se tornam negras, e no horizonte uma tempestade se forma. Ela para. Prefere não refletir. Ela não precisa, mas ela não o deixa de fazer por receio, ela não reflete por instinto. Para não se perder de um caminho não trilhado. E isso não é mais algo revelado com culpa ou pesar. Ela não mudou. Continua a mesma. Ela nunca necessitou mudar. Todos os caminhos estão certos. Ela levanta a cabeça e olha para a tempestade. A chuva e o vento a dizem para não prosseguir. Ela não gosta que lhe digam o que fazer. Os trovões ressoam. Ela mantém sua cabeça ereta. Ela é quem dá ultimatos. Ela é maior do que isso. Ela é cada dia menos e cada noite mais. Ela sou eu sem a cicatriz.
Ela está sentada embaixo da árvore, não se sabe ao certo a quanto tempo. Ela pode estar lá, sentada no mesmo lugar a horas ou pode ter acabado de escolher aquele local para um descanso passageiro.
As nuvens estão escuras sob um céu pouco amistoso. Ela considera se deve partir. Um trovão da seu ultimato. Ela estava prestes a sair, já tinha se decidido, estava apenas esperando mais alguns segundos, mas mudou de opinião. Não gosta que lhe digam o que fazer. Adora provar que sua opinião prevalece sobre as demais, não importando se o seu oponente for seu namorado ou a própria natureza.
O vento começa a soprar mais forte, levanta folhas do chão e mexe em seu cabelo. É um afago rude, mas ela o aceita sem relutância, pois sabe que é sincero. Um carinho sincero é algo que ela sabe não receber facilmente, se é que já recebeu. Mas o pensamento que surge, contra a sua vontade, é de que ela não sabe por que necessita de algo sincero. A falsidade e a distância têm servido aos seus propósitos Ela sabe que não pode se afogar em sentimentos rasos. Ela sabe de muitas coisas. Mas ela afasta todos esses pensamentos. Ela quer algo. Ela quer mais do rude afago, mas o vento cessa. Ela se levanta e olha para as nuvens vigorosas, acima de onde ela coloca seu ego quando está sozinha. O vento se foi de fato.
Ela dá diversos passos decididos em direção ao nada. Por um breve momento, ela se questiona de que adianta a determinação que não leva a lugar algum. Mas novamente ela afasta o pensamento. Um pensamento mais profundo poderia tira-lá de seu caminho não traçado.
Ela encontra-se perdida no mundo, mas sabe tudo sobre ela mesma e isso é o que basta para o mundo se curvar a sua vontade, mas talvez não seja o bastante para ela.
Ela têm todas as escolhas à sua frente. Todas elas estão certas. Não existe caminho errado. Existem caminhos por onde ela não andou, e eles trazem uma fascinação, mas nem mesmo isso é certo.
Ela dá passos calmos em direção ao vento, ela têm certeza de que não dará os mesmos passos na direção contrária. Não há necessidade. A brisa suave toca seu rosto e brinca com seu cabelo. O vento fica mais forte. As nuvens se juntam em uma forma que parece seguir o trajeto de seus passos. A chuva cai molha seu cabelo, seu rosto, suas mãos...
O tempo se torna mais impetuoso... o vento uiva, as nuvens se tornam negras, e no horizonte uma tempestade se forma. Ela para. Prefere não refletir. Ela não precisa, mas ela não o deixa de fazer por receio, ela não reflete por instinto. Para não se perder de um caminho não trilhado. E isso não é mais algo revelado com culpa ou pesar. Ela não mudou. Continua a mesma. Ela nunca necessitou mudar. Todos os caminhos estão certos. Ela levanta a cabeça e olha para a tempestade. A chuva e o vento a dizem para não prosseguir. Ela não gosta que lhe digam o que fazer. Os trovões ressoam. Ela mantém sua cabeça ereta. Ela é quem dá ultimatos. Ela é maior do que isso. Ela é cada dia menos e cada noite mais. Ela sou eu sem a cicatriz.
sábado, 13 de junho de 2009
Apenas mais um passo...
Esse é o meu texto favorito e um dos dois eu tenho mais orgulho de ter escrito. Começou com um encontro real com uma atendente do Zaffari em 14/09/2005. Uma das razões por ele me deixar tão orgulhoso foi ter postado ele na comunidade "Glamour Decadente" no orkut e recebido diversos elogios um deles de uma autora paulista que me incentivou a mandar material para a sua editora (algo que eu acabei nunca fazendo). Para aqueles que não perceberem, o Arco do Triunfo gaúcho que eu menciono no texto é o Marco do Expedicionário.
00:30... Eu deixo um dos motéis mais baratos que eu já estive na vida, no meio do caminho até a porta de saída cruzo com um homem idoso que me olha sem dizer uma palavra. Minha acompanhante se despede de mim com um sorriso e um beijo no rosto. Um beijo no rosto. Depois de coisas inomináveis. Um beijo no rosto. Ela vai para o norte e eu para o sul. Ela sobe e eu desço. Desço ao limite do que minha alma permite. Centro de Porto Alegre, Lima e Silva. A chuva cai com a intenção de lavar meus pecados. Eu não deixo. Eu preciso deles. Eles me fazem resistir. As ruas, vazias. As únicas pessoas que andam pelas ruas não usam guarda-chuvas. Pessoas sem guarda-chuva no meio da madrugada são justamente o tipo de pessoa que se deve conheceer. Mas ninguém têm nome na madrugada. Nesse horário a cidade não é só mais um amontoado de pessoas correndo e comprando. Nessa hora única, a cidade têm alma. Um ônibus passa por uma poça de água e me encharca da fria e suja água da chuva. Estou encharcado e com frio. Uma BMW cruza a Lima e Silva e me observa. Eu me sinto decadente. Eu me sinto bem. Eu me sinto acima de tudo, livre. Eu sorrio, imaginando que aquele idiota possa achar que está melhor do que eu. Eu sorrio mais quando penso que ele vai viver a vida toda sem saborear esse tipo de sensação. Deixo a Lima e Silva. Sigo meu caminho. Ele me leva até o Arco do Triunfo, na frente da Redenção. Eu penso nas palavras e sorrio novamente. Redenção, 01:00. Eu atravesso o Triunfo, e sinto seu peso em minhas costas. A decadência é uma companheira mais amena. Redenção, existe um nome mais apropriado para a maior concentração de prostitutas, traficantes, viciados e estupradores do que esse? Se ainda existe um lado bom nessas pessoas, eu sou feito desse lado. Vultos movem-se em meio as árvores, cobertos pela acolhedora escuridão. Mais de uma vez eu ouvi falarem que passar pela Redenção a uma hora dessas é suicídio. Eu não me importo. Não tem nada a ver com coragem. Eu sou medroso. No meu âmago eu sei disso. Eu espero ser confrontado pela justiça poética que teima em me deixar passar impune. Dois vultos saem das sombras e se dirigem em minha direção.Eu olho para eles esperando apenas minha punição. Eles passam por mim e me comprimentam com a cabeça. Eu percebo que eles me tomaram por um deles. Quando você tenta estar completo e percebe que já esta mais coberto de lama do que limpo, não é mais fácil simplesmente sujar o resto? Não... Seria fácil demais. Eu retomo meu caminho, não posso desviar dele. Eu me viro e olho para a Redenção. Ela ficou para trás. Eu penso que em meio a esse grande inferno de podridão e decadência existe um caminho iluminado que eu decidi não trilhar. Os postes que iluminam a Redenção mostram a todos esse caminho. Eu dou mais um passo a frente. Algo me impede de seguir. Eu me viro novamente. Os postes se apagam. Eu me sinto em casa.
00:30... Eu deixo um dos motéis mais baratos que eu já estive na vida, no meio do caminho até a porta de saída cruzo com um homem idoso que me olha sem dizer uma palavra. Minha acompanhante se despede de mim com um sorriso e um beijo no rosto. Um beijo no rosto. Depois de coisas inomináveis. Um beijo no rosto. Ela vai para o norte e eu para o sul. Ela sobe e eu desço. Desço ao limite do que minha alma permite. Centro de Porto Alegre, Lima e Silva. A chuva cai com a intenção de lavar meus pecados. Eu não deixo. Eu preciso deles. Eles me fazem resistir. As ruas, vazias. As únicas pessoas que andam pelas ruas não usam guarda-chuvas. Pessoas sem guarda-chuva no meio da madrugada são justamente o tipo de pessoa que se deve conheceer. Mas ninguém têm nome na madrugada. Nesse horário a cidade não é só mais um amontoado de pessoas correndo e comprando. Nessa hora única, a cidade têm alma. Um ônibus passa por uma poça de água e me encharca da fria e suja água da chuva. Estou encharcado e com frio. Uma BMW cruza a Lima e Silva e me observa. Eu me sinto decadente. Eu me sinto bem. Eu me sinto acima de tudo, livre. Eu sorrio, imaginando que aquele idiota possa achar que está melhor do que eu. Eu sorrio mais quando penso que ele vai viver a vida toda sem saborear esse tipo de sensação. Deixo a Lima e Silva. Sigo meu caminho. Ele me leva até o Arco do Triunfo, na frente da Redenção. Eu penso nas palavras e sorrio novamente. Redenção, 01:00. Eu atravesso o Triunfo, e sinto seu peso em minhas costas. A decadência é uma companheira mais amena. Redenção, existe um nome mais apropriado para a maior concentração de prostitutas, traficantes, viciados e estupradores do que esse? Se ainda existe um lado bom nessas pessoas, eu sou feito desse lado. Vultos movem-se em meio as árvores, cobertos pela acolhedora escuridão. Mais de uma vez eu ouvi falarem que passar pela Redenção a uma hora dessas é suicídio. Eu não me importo. Não tem nada a ver com coragem. Eu sou medroso. No meu âmago eu sei disso. Eu espero ser confrontado pela justiça poética que teima em me deixar passar impune. Dois vultos saem das sombras e se dirigem em minha direção.Eu olho para eles esperando apenas minha punição. Eles passam por mim e me comprimentam com a cabeça. Eu percebo que eles me tomaram por um deles. Quando você tenta estar completo e percebe que já esta mais coberto de lama do que limpo, não é mais fácil simplesmente sujar o resto? Não... Seria fácil demais. Eu retomo meu caminho, não posso desviar dele. Eu me viro e olho para a Redenção. Ela ficou para trás. Eu penso que em meio a esse grande inferno de podridão e decadência existe um caminho iluminado que eu decidi não trilhar. Os postes que iluminam a Redenção mostram a todos esse caminho. Eu dou mais um passo a frente. Algo me impede de seguir. Eu me viro novamente. Os postes se apagam. Eu me sinto em casa.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Livros que Mudam a Vida - Zombie Survival Guide
Zombie Survival Guide - "Não saia matando zumbis sem ele"!
Como meu primeiro testemunho de livros que mudam a vida eu escolhi esse absolutamente indispensável lançamento. Fiz uma pequena pesquisa e apesar de eu ter pensado no título do post descobri que há uma lista na Amazon "Top 10 Life Changing Books", entre eles "A Sabedoria da Humanidade" e "Ghandi Essencial - Uma antologia de seus escritos sobre sua vida, obra e idéias", mas o meu livro escolhido para o primeiro post desse novo tópico é "Zombie Survival Guide" ou "Guia de Sobrevivência Zumbi". Com certeza um livro que muda a vida. Primeiro vamos esclarecer qual a relevância desse livro para mim. Umas das minhas fantasias recorrentes (juntamente com ser transportado para o universo de Star Trek ou ir para em uma ilha deserta com a Silvia Saint, ou ainda ser o único sobrevivente de um desastre em massa) é que o mundo seja assolado por zumbis mortos-vivos comedores de cérebro. Porquê? Ínumeras vantagens:
1. Não é necessário trabalhar. Claro você ainda tem que procurar por alimento e proteção, mas se você der a sorte de ter alguns amigos sobreviventes será praticamente como "dar uma banda radical com a galera".
2. Podemos atirar em pessoas! Melhor ainda são pessoas mortas e que estão tentando te devorar ou seja nenhum dilema moral. É só mandar bala!
3. Saques! Com os mortos levantando dos túmulos lá se vai a ordem mundial pela janela e o caos entra chutando a porta da frente! É cada um por si. Aquela jaqueta legal da vitrine que custava R$ 600,00 agora custa um tijolo na vitrine. Aquela Kawasaki linda que jamais seria sua? É só sair andando. Tudo é claro "confiscado" para ajudar na luta contra os zumbis.
Eu poderia continuar com mais motivos mas esses já são o suficiente para me convencer a trocar a humanidade por uma infestação de zumbis. E é justamente aí que entra o importantíssimo "Zombie Survival Guide", informações sobre como transformar sua casa em uma fortaleza anti-zumbis, as melhores formas de atacar, se defender, táticas de sobrevivência e uma série de informações sobre a fisiologia dos mortos-vivos. Isso sem falar é claro, no imensurável valor jornalístico de todos os casos registrados de ataques de zumbis no decorrer da história començando em 60.000 AC em Katanga na Africa Central até 2002 na cidade de Saint Thomas nas Ilhas Virgens.
Claro há as 10 lições mais importantes do livro:
1º - Se organize antes que eles le levantem.
2º - Eles não sentem medo, porque você deveria?
3º - Usa a cabeça - corte fora a deles.
4º - Lâminas não precisam ser recarregadas.
5º - Proteção ideal - Roupas apertadas, cabelos presos.
6º - Suba as escadas e depois destrua-as.
7º - Sai do carro, suba na moto.
8º - Fique em movimento, fique abaixado, fique em silêncio, fique alerta!
9º - Nenhum lugar é seguro, apenas mais seguro.
10º - Os zumbis podem ir embora, mas a ameaça permanece.
O guia ainda conta com diversas páginas em branco onde você pode registrar o seu diário de lutas contra os mortos no evento de uma inevitável infestação de zumbis.
Nota pessoal: O guia contém uma timeline dos sintomas da infestação do vírus no seu organismo o que o torna especialmente assustador se você está lendo ele com uma gripe forte e mal-estar. Seguindo o relato por pelo menos 5 horas você pode ficar na dúvida sobre estar com pneumonia ou estar se tornando um morto-vivo.
Hora 1- Dor e descoloração da área infectada. Coagulação imediata do ferimento.
Hora 5- Febre entre 37°c e 40°c. Calafrios, demência leve, vômito, e dor aguda nas articulações.
Hora 8- Dormência de extremidades e da área afetada , forte febre entre 41°c e 42°c. Forte demência e perda da coordenação muscular.
Hora 11- Paralisia dos membros inferiores, dormência no corpo todo, batimento cardíaco enfraquecido.
Hora 16- Coma.
Hora 20- Ataque cardíaco e término de todas as funções cerebrais.
Hora 23- Reanimação.
Dica de trilha sonora para leitura: Bram Stoker's Dracula: Original Motion Picture Soundtrack e
Underworld: Rise of the Lycans Soundtrack
Como meu primeiro testemunho de livros que mudam a vida eu escolhi esse absolutamente indispensável lançamento. Fiz uma pequena pesquisa e apesar de eu ter pensado no título do post descobri que há uma lista na Amazon "Top 10 Life Changing Books", entre eles "A Sabedoria da Humanidade" e "Ghandi Essencial - Uma antologia de seus escritos sobre sua vida, obra e idéias", mas o meu livro escolhido para o primeiro post desse novo tópico é "Zombie Survival Guide" ou "Guia de Sobrevivência Zumbi". Com certeza um livro que muda a vida. Primeiro vamos esclarecer qual a relevância desse livro para mim. Umas das minhas fantasias recorrentes (juntamente com ser transportado para o universo de Star Trek ou ir para em uma ilha deserta com a Silvia Saint, ou ainda ser o único sobrevivente de um desastre em massa) é que o mundo seja assolado por zumbis mortos-vivos comedores de cérebro. Porquê? Ínumeras vantagens:
1. Não é necessário trabalhar. Claro você ainda tem que procurar por alimento e proteção, mas se você der a sorte de ter alguns amigos sobreviventes será praticamente como "dar uma banda radical com a galera".
2. Podemos atirar em pessoas! Melhor ainda são pessoas mortas e que estão tentando te devorar ou seja nenhum dilema moral. É só mandar bala!
3. Saques! Com os mortos levantando dos túmulos lá se vai a ordem mundial pela janela e o caos entra chutando a porta da frente! É cada um por si. Aquela jaqueta legal da vitrine que custava R$ 600,00 agora custa um tijolo na vitrine. Aquela Kawasaki linda que jamais seria sua? É só sair andando. Tudo é claro "confiscado" para ajudar na luta contra os zumbis.
Eu poderia continuar com mais motivos mas esses já são o suficiente para me convencer a trocar a humanidade por uma infestação de zumbis. E é justamente aí que entra o importantíssimo "Zombie Survival Guide", informações sobre como transformar sua casa em uma fortaleza anti-zumbis, as melhores formas de atacar, se defender, táticas de sobrevivência e uma série de informações sobre a fisiologia dos mortos-vivos. Isso sem falar é claro, no imensurável valor jornalístico de todos os casos registrados de ataques de zumbis no decorrer da história començando em 60.000 AC em Katanga na Africa Central até 2002 na cidade de Saint Thomas nas Ilhas Virgens.
Claro há as 10 lições mais importantes do livro:
1º - Se organize antes que eles le levantem.
2º - Eles não sentem medo, porque você deveria?
3º - Usa a cabeça - corte fora a deles.
4º - Lâminas não precisam ser recarregadas.
5º - Proteção ideal - Roupas apertadas, cabelos presos.
6º - Suba as escadas e depois destrua-as.
7º - Sai do carro, suba na moto.
8º - Fique em movimento, fique abaixado, fique em silêncio, fique alerta!
9º - Nenhum lugar é seguro, apenas mais seguro.
10º - Os zumbis podem ir embora, mas a ameaça permanece.
O guia ainda conta com diversas páginas em branco onde você pode registrar o seu diário de lutas contra os mortos no evento de uma inevitável infestação de zumbis.
Nota pessoal: O guia contém uma timeline dos sintomas da infestação do vírus no seu organismo o que o torna especialmente assustador se você está lendo ele com uma gripe forte e mal-estar. Seguindo o relato por pelo menos 5 horas você pode ficar na dúvida sobre estar com pneumonia ou estar se tornando um morto-vivo.
Hora 1- Dor e descoloração da área infectada. Coagulação imediata do ferimento.
Hora 5- Febre entre 37°c e 40°c. Calafrios, demência leve, vômito, e dor aguda nas articulações.
Hora 8- Dormência de extremidades e da área afetada , forte febre entre 41°c e 42°c. Forte demência e perda da coordenação muscular.
Hora 11- Paralisia dos membros inferiores, dormência no corpo todo, batimento cardíaco enfraquecido.
Hora 16- Coma.
Hora 20- Ataque cardíaco e término de todas as funções cerebrais.
Hora 23- Reanimação.
Dica de trilha sonora para leitura: Bram Stoker's Dracula: Original Motion Picture Soundtrack e
Underworld: Rise of the Lycans Soundtrack
quinta-feira, 11 de junho de 2009
O Anti-Protagonista
Eu sempre tive uma forte admiração por todos aqueles personagens que não eram os protagonistas de seus respectivos veículos, mas de alguma forma acabavam roubando a cena e não seguindo a trilha pré-determinada dos eventos. Há algo de fascinante naquele personagem que é designado a fazer parte de algo e transforma a forma como você percebe determinado seriado, filme, livro ou qualquer outra plataforma de comunicação. Evidentemente eu não sou o único com essa admiração e acho até que não somos poucos por aí. Ainda que eles não se resumam a esse estereótipo, uma grande parte destes personagens são anti-heróis, mas a totalidade deles atuou para mim como um caminho para fugir do comum e satisfazer a minha necessidade de diferencial.
Vários personagens apresentaram esse tipo de personalidade nos mais variados tipos de mídia que eu acompanhei. Em Cavaleiros do Zodíaco, nós tínhamos a figura (hipnotizante para mim) de Ikki de Fênix. Ele só aparecia de vez em quando nos episódios (quase sempre para salvar o irmão Shun) e mesmo assim cada aparição trazia algo novo e desafiador. Eu lembro que o background do personagem citava um treinamento na "Ilha da Morte" (na qual ele foi parar tomando o lugar do seu irmão) e o amor do personagem havia sido a filha do seu treinador carrasco a qual era morta pelo próprio pai com um golpe que visava Ikki. Agora eu pergunto alguém lembra da história do Seya?
Em Lost, o protagonista é Jack, o doutor com suas crises de responsabilidade e comprometimento, enquanto para mim o personagem mais interessante é Sawyer, o trapaceiro que novamente tem um background muito mais interessante. Nada como um filho vingativo que assume a identidade do responsável pela morte dos seus pais e acaba se tornando justamente aquilo que ele procura.
Uma referência óbvia é Han Solo, um coadjuvante fadado a permanecer na sombra do protagonista Jedi, Luke Skywalker, o piloto coreliano se mostrou um personagem muito mais interessante e marcante do que o protagonista da primeira trilogia de Guerra nas Estrelas.
Eventualmente, esse tipo de admiração me levou a apreciar outros artistas que eram por si sós astros em seus respectivos meios e protagonistas de seus campos de atuação, mas não exatamente escolhas óbvias para alguém com o meu perfil. Johnny Cash e Hans Zimmer servem como perfeito exemplo no âmbito musical. O primeiro um cantor cuja carreira de mais de 50 anos é um marco americano, mas nenhuma de suas músicas jamais chegaria a uma rádio brasileira. Já o alemão Hans Zimmer não é tão obscuro, qualquer pessoa com algum interesse mediano por trilhas sonoras o conheceria. Porém não poderíamos classificá-lo como uma escolha óbvia pela sua música em si e não apenas pelo fenómeno de marketing que acompanha um filme.
Todas essas figuras agem como um anti-protagonista, eles não são o exato contrário do protagonista, mas eles preenchem as lacunas aonde os personagens principais não podem ir.
Mas o ponto interessante é até onde esses personagens me inspiraram e influenciaram a minha vida até esse ponto. Refletindo brevemente a respeito, imagino que a porção tenha sido muito maior do que o recomendado, sendo possível até mesmo relacionar a minha obsessão com decadência ao inicio da admiração por esse tipo de personagem. Talvez possa parecer um pouco exagerada a noção de que esse tipo de admiração específica por um determinado estereótipo viesse a orientar o rumo da minha vida, mas a minha criação foi ausente o suficiente para me proporcionar isso. Não que isso seja uma lamentação em relação aos meus pais, alguém tão narcisista quanto eu só pode achar positiva uma característica que me tornou o que eu sou. O fato é que eu nasci depois da crise de meia-idade dos meus pais e isso me deu uma maior liberdade. Liberdade essa que eu acabei direcionando na parte motivacional e me inspirando a seguir esses exemplos, digamos assim, mais interessantes. Assim acabou se tornando inevitável que como o caminho trilhado por essas diferentes personalidades fictícias eu procurei por preencher as lacunas da minha própria história com meus próprios atos. Em outras palavras eu não deixaria outra pessoa ficar com as vagas interessantes que ficariam entre as minhas ações. Para todos os atos impensados que eu cometi, sempre houve essa presença espectral de um Vinicio que fez todas as outras escolhas. Houve um Vinicio que realmente se dedicou ao estudo e ao desenvolvimento acadêmico enquanto eu mergulhei de cabeça no rpg. Isso sempre foi ponderado por mim (retroativamente) nas mais diversas áreas da minha vida e quanto mais penso nisso mais exemplos me saltam a mente. Eu penso no Vinicio que não foi a festa no dia antes do Provão do Enem e não dormiu na prova. Penso no Vinicio que terminou o cursinho pré-vestibular e entrou em uma faculdade conceituada da UFRGS, penso no Vinicio casou com a Jéssica, penso no Vinicio que não foi expulso de casa, penso no Vinicio que se reconciliou com o seus pais. Todos esses fariam o papel de protagonista no meu destino, cumprindo o papel esperado por eles e tendo algum dilema moral a respeito disso. Mas o fato é que não me restava outra opção a não ser seguir as minhas fortes influências baseadas nos personagens com quem eu tanto queria me identificar. Nenhum deles jamais faria essas escolhas responsáveis, o que me restava eram caminhos alternativos à essas rotas óbvias. Fugas para o Uruguai, festas inoportunas, irresponsabilidades mal diluídas, mágoas carregadas além da necessidade, todas elas cumpriram o seu papel em me afastar do caminho comum e me transformar em alguém que tivesse a qualidade mais importante do mundo para mim: ser alguém ao qual eu posso admirar através do meu gosto deturpado. Pensem o que quiserem, mas a verdade é que no fim do dia, sozinho no meu quarto carregando a sombra desse exército de Vinicios que me acompanha eu ainda posso parar e pensar: "Sabe de uma coisa? Eu ainda sou o cara mais legal dessa sala!"
Vários personagens apresentaram esse tipo de personalidade nos mais variados tipos de mídia que eu acompanhei. Em Cavaleiros do Zodíaco, nós tínhamos a figura (hipnotizante para mim) de Ikki de Fênix. Ele só aparecia de vez em quando nos episódios (quase sempre para salvar o irmão Shun) e mesmo assim cada aparição trazia algo novo e desafiador. Eu lembro que o background do personagem citava um treinamento na "Ilha da Morte" (na qual ele foi parar tomando o lugar do seu irmão) e o amor do personagem havia sido a filha do seu treinador carrasco a qual era morta pelo próprio pai com um golpe que visava Ikki. Agora eu pergunto alguém lembra da história do Seya?
Em Lost, o protagonista é Jack, o doutor com suas crises de responsabilidade e comprometimento, enquanto para mim o personagem mais interessante é Sawyer, o trapaceiro que novamente tem um background muito mais interessante. Nada como um filho vingativo que assume a identidade do responsável pela morte dos seus pais e acaba se tornando justamente aquilo que ele procura.
Uma referência óbvia é Han Solo, um coadjuvante fadado a permanecer na sombra do protagonista Jedi, Luke Skywalker, o piloto coreliano se mostrou um personagem muito mais interessante e marcante do que o protagonista da primeira trilogia de Guerra nas Estrelas.
Eventualmente, esse tipo de admiração me levou a apreciar outros artistas que eram por si sós astros em seus respectivos meios e protagonistas de seus campos de atuação, mas não exatamente escolhas óbvias para alguém com o meu perfil. Johnny Cash e Hans Zimmer servem como perfeito exemplo no âmbito musical. O primeiro um cantor cuja carreira de mais de 50 anos é um marco americano, mas nenhuma de suas músicas jamais chegaria a uma rádio brasileira. Já o alemão Hans Zimmer não é tão obscuro, qualquer pessoa com algum interesse mediano por trilhas sonoras o conheceria. Porém não poderíamos classificá-lo como uma escolha óbvia pela sua música em si e não apenas pelo fenómeno de marketing que acompanha um filme.
Todas essas figuras agem como um anti-protagonista, eles não são o exato contrário do protagonista, mas eles preenchem as lacunas aonde os personagens principais não podem ir.
Mas o ponto interessante é até onde esses personagens me inspiraram e influenciaram a minha vida até esse ponto. Refletindo brevemente a respeito, imagino que a porção tenha sido muito maior do que o recomendado, sendo possível até mesmo relacionar a minha obsessão com decadência ao inicio da admiração por esse tipo de personagem. Talvez possa parecer um pouco exagerada a noção de que esse tipo de admiração específica por um determinado estereótipo viesse a orientar o rumo da minha vida, mas a minha criação foi ausente o suficiente para me proporcionar isso. Não que isso seja uma lamentação em relação aos meus pais, alguém tão narcisista quanto eu só pode achar positiva uma característica que me tornou o que eu sou. O fato é que eu nasci depois da crise de meia-idade dos meus pais e isso me deu uma maior liberdade. Liberdade essa que eu acabei direcionando na parte motivacional e me inspirando a seguir esses exemplos, digamos assim, mais interessantes. Assim acabou se tornando inevitável que como o caminho trilhado por essas diferentes personalidades fictícias eu procurei por preencher as lacunas da minha própria história com meus próprios atos. Em outras palavras eu não deixaria outra pessoa ficar com as vagas interessantes que ficariam entre as minhas ações. Para todos os atos impensados que eu cometi, sempre houve essa presença espectral de um Vinicio que fez todas as outras escolhas. Houve um Vinicio que realmente se dedicou ao estudo e ao desenvolvimento acadêmico enquanto eu mergulhei de cabeça no rpg. Isso sempre foi ponderado por mim (retroativamente) nas mais diversas áreas da minha vida e quanto mais penso nisso mais exemplos me saltam a mente. Eu penso no Vinicio que não foi a festa no dia antes do Provão do Enem e não dormiu na prova. Penso no Vinicio que terminou o cursinho pré-vestibular e entrou em uma faculdade conceituada da UFRGS, penso no Vinicio casou com a Jéssica, penso no Vinicio que não foi expulso de casa, penso no Vinicio que se reconciliou com o seus pais. Todos esses fariam o papel de protagonista no meu destino, cumprindo o papel esperado por eles e tendo algum dilema moral a respeito disso. Mas o fato é que não me restava outra opção a não ser seguir as minhas fortes influências baseadas nos personagens com quem eu tanto queria me identificar. Nenhum deles jamais faria essas escolhas responsáveis, o que me restava eram caminhos alternativos à essas rotas óbvias. Fugas para o Uruguai, festas inoportunas, irresponsabilidades mal diluídas, mágoas carregadas além da necessidade, todas elas cumpriram o seu papel em me afastar do caminho comum e me transformar em alguém que tivesse a qualidade mais importante do mundo para mim: ser alguém ao qual eu posso admirar através do meu gosto deturpado. Pensem o que quiserem, mas a verdade é que no fim do dia, sozinho no meu quarto carregando a sombra desse exército de Vinicios que me acompanha eu ainda posso parar e pensar: "Sabe de uma coisa? Eu ainda sou o cara mais legal dessa sala!"
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Trilogias e Futebol
Há muito tempo eu desisti do futebol, não eu não quis dizer jogar! De jogar eu desisti há milénios (meu único talento, ser goleiro, nunca foi muito apreciado). Eu estou falando de torcer, me emocionar com uma partida, arriscar meu humor e minha alegria ao assistir meu time em campo. Ainda lembro perfeitamente quando isso aconteceu: final do Mundial Interclubes de 1995 (portanto há 14 anos atrás). Aquela era uma situação perfeita, o Grêmio vinha de uma campanha linda: Brasileiro, Libertadores, e depois de vários anos havíamos chego ao mundial. Foi uma partida difícil contra o Ajax, time holandês desconhecido do público brasileiro até então (mas todo gremista nunca mais esqueceu este nome), o Grêmio lutou bravamente, teve o xerife da zaga Rivarola expulso no meio do jogo e levou a partida para os penaltis. Foi nesse ponto que tudo fez sentido para mim. As cobranças começaram a favor do Ajax e o Grêmio estava por um fio, então momentos antes da cobrança derradeira o jogador holandês se preparou para a cobrança e Danrlei estava no gol.
O consagrado goleiro gremista usou uma tática (idiota) que era muito familiar para mim: apontar qual o lado que o jogador iria chutar! Nossa, eu fazia isso muito e sempre, sempre dava errado. Mas é claro, agora era a minha chance de redenção. Mas antes que o jogador holandês corra para a bola vamos analisar algumas questões que estavam em jogo naquele momento. Primeiro, o clima daquele tempo era outro. Devemos lembrar que há menos de um ano havíamos sido tetracampeões mundiais de futebol. O que foi um marco para o Brasil. Tudo era festa , dali em diante tudo daria certo para os brasileiros. Leia sobre a situação política no Brasil no momento e você vai ver que a vitória da seleção influenciou altamente a eleição do Fernando Henrique para presidente. Mais do que isso a vitória foi nos penaltis. O goleiro da seleção havia sido o meu maior ídolo por anos a fio: Taffarel! Eu havia acompanhado todas as eliminatórias da Copa do Mundo de 1994 e as críticas ao fiel goleiro da seleção. Mas depois da final e do título nos penaltis eu tive o orgulho de ler na capa dos jornais do dia seguinte: Taffarel, o herói da final! Para alguém que no país do futebol só tinha talento para ser goleiro aquele era um campeonato especial, ainda mais quando se tem apenas 9 anos de idade, é como se Deus estivesse olhando para você e dissesse: “É isso aí cara!”.
E lá estávamos nós assistindo a partida do Grêmio em 28 de Novembro de 1995. Kluivert partiu para a cobrança e Danrlei estava lá defendendo no mesmo estilo comprovadamente ineficaz que eu utilizava. Mas lá estava o destino novamente pronto para construir uma sequência, é como se Deus estivesse dizendo: “É isso aí cara - 2, A Missão”! Evidentemente, em alguns segundos eu descobriria que Deus estava dizendo mais algo como “Nada disso cara – O Baú da Morte”. No momento em que o Grêmio perdeu aquela partida e perdeu o campeonato mundial eu perdi o meu ânimo de torcedor e perdi a fé em Deus e deixei de acreditar em sequências felizes. Dali em diante eu não me permitiria acreditar que um momento feliz e marcante seria sucedido por um outro de igual importância e qualidade.
Os anos passaram e eu tive que reacomodar o fanatismo e esperanças em algum outro entretenimento e a magia do cinema acabou me cativando e eventualmente restaurando a minha fê nas sequências. Porém eu não estava preparado para mais uma desilusão gigantesca: as trilogias!
Não houve decepção maior na minha vida do que os capítulos finais de trilogias (interessante notar que esse fenômeno ocorre apenas em trilogias lançadas nos anos 2000). O capitulo final de uma trilogia é muito mais emocionante do que uma final de futebol. Uma final de futebol não tem toda a preparação que o capítulo final de uma trilogia têm. Toda essa antecipação começa meses antes, quando começam a sair as primeiras notícias sobre a produção do filme. Nesses casos as decepções podem começar já nessa época. Você pode descobrir que o elenco do filme não é mais o mesmo (Rachel Weis foi substituída por Maria Bello em “A Múmia – A Tumba do Imperador Dragão”).Ou então que o excelente compositor dos outros dois filmes foi substituido por um péssimo (Sai Danny Elfman e entra o medíocre Christopher Young em "Homem-Aranha 3") ou ainda que o diretor foi alterado (“Parque dos Dinossauros 3” perdeu Spielberg e “ganhou” Joe Johnston). Como eu disse a emoção de um filme é bem maior e também é a decepção. O intervalo médio de uma trilogia é de 6 anos, agora imagine você isso comparado aos 90 minutos de uma partida de futebol. Sem contar que temos trilhas sonoras, trailers, revistas, entrevistas todos aumentando ainda mais a sua expectativa. E quando finalmente a bola vai rolar, quer dizer, o filme vai começar nos deparamos com um Ciclope morrendo nos primeiros 15 minutos de filme (X-Men – O confronto final), ou um John Connor que não tem nada a ver com o original ("Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas"). O pior de tudo é quando o filme tem uma parte dois excelente e que cria enormes expectativas no capítulo final e aí tudo desaba. Piratas do Caribe - No Fim do Mundo é um exemplo claro: na segundo parte Jack Sparrow é morto por um Kraken e no terceiro filme o Kraken simplesmente aparece morto na praia. Quer dizer o bicho matou o protagonista da trilogia e nós nem ao menos vemos como ele morreu! E o que dizer de Homem-Aranha 3, todos nós vemos o "Emo-Aranha". O filme é simplesmente MUITO ruim! O Homem-Aranha estava indo muito bem com um vilão por filme, todos nós sabemos o que ocorreu com a franquia do Batman (pré Cristopher Nolan) quando começaram a colocar dois vilões em cada filme (Duas Caras e Charada?! Hera Venenosa e Mr. Freeze?!!!) mas lá vem o Aranha com TRÊS vilões no mesmo filme! E eu achava que torcer por resultados espetaculares no futebol era algo difícil! Imagine quando alguém destrói uma série que você adorava. Vai dizer que você imaginava que debaixo da armadura do Darth Vader estava aquele menino chorão que vimos em "Star Wars - A vingança dos Sith"?
É nos últimos anos as minhas expectativas em relação à que uma sequência de eventos seja algo satisfatório foi por água baixo. Ou no futebol ou no cinema o caminho tem sempre sido decepcionante, mas sempre há uma exceção. Sempre há aquele evento que te faz acreditar que ainda existe esperança e que tudo vai dar certo. Se a sequência de felicidade que eu esperava como torcedor não veio na final do mundial interclubes com o Ajax e nem na final da copa de 1998, ela veio pelas mãos do maior técnico de todos os tempos em 2002. Luis Felipe Scolari nos tornou pentacampeões e finalmente criou um elo com a esperança da Copa de 94. O mesmo foi realizado pelo capítulo final da trilogia do Senhor dos Anéis. O Retorno do Rei, isso sim é que é como encerrar uma trilogia!!!
E lá estávamos nós assistindo a partida do Grêmio em 28 de Novembro de 1995. Kluivert partiu para a cobrança e Danrlei estava lá defendendo no mesmo estilo comprovadamente ineficaz que eu utilizava. Mas lá estava o destino novamente pronto para construir uma sequência, é como se Deus estivesse dizendo: “É isso aí cara - 2, A Missão”! Evidentemente, em alguns segundos eu descobriria que Deus estava dizendo mais algo como “Nada disso cara – O Baú da Morte”. No momento em que o Grêmio perdeu aquela partida e perdeu o campeonato mundial eu perdi o meu ânimo de torcedor e perdi a fé em Deus e deixei de acreditar em sequências felizes. Dali em diante eu não me permitiria acreditar que um momento feliz e marcante seria sucedido por um outro de igual importância e qualidade.
Os anos passaram e eu tive que reacomodar o fanatismo e esperanças em algum outro entretenimento e a magia do cinema acabou me cativando e eventualmente restaurando a minha fê nas sequências. Porém eu não estava preparado para mais uma desilusão gigantesca: as trilogias!
Não houve decepção maior na minha vida do que os capítulos finais de trilogias (interessante notar que esse fenômeno ocorre apenas em trilogias lançadas nos anos 2000). O capitulo final de uma trilogia é muito mais emocionante do que uma final de futebol. Uma final de futebol não tem toda a preparação que o capítulo final de uma trilogia têm. Toda essa antecipação começa meses antes, quando começam a sair as primeiras notícias sobre a produção do filme. Nesses casos as decepções podem começar já nessa época. Você pode descobrir que o elenco do filme não é mais o mesmo (Rachel Weis foi substituída por Maria Bello em “A Múmia – A Tumba do Imperador Dragão”).Ou então que o excelente compositor dos outros dois filmes foi substituido por um péssimo (Sai Danny Elfman e entra o medíocre Christopher Young em "Homem-Aranha 3") ou ainda que o diretor foi alterado (“Parque dos Dinossauros 3” perdeu Spielberg e “ganhou” Joe Johnston). Como eu disse a emoção de um filme é bem maior e também é a decepção. O intervalo médio de uma trilogia é de 6 anos, agora imagine você isso comparado aos 90 minutos de uma partida de futebol. Sem contar que temos trilhas sonoras, trailers, revistas, entrevistas todos aumentando ainda mais a sua expectativa. E quando finalmente a bola vai rolar, quer dizer, o filme vai começar nos deparamos com um Ciclope morrendo nos primeiros 15 minutos de filme (X-Men – O confronto final), ou um John Connor que não tem nada a ver com o original ("Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas"). O pior de tudo é quando o filme tem uma parte dois excelente e que cria enormes expectativas no capítulo final e aí tudo desaba. Piratas do Caribe - No Fim do Mundo é um exemplo claro: na segundo parte Jack Sparrow é morto por um Kraken e no terceiro filme o Kraken simplesmente aparece morto na praia. Quer dizer o bicho matou o protagonista da trilogia e nós nem ao menos vemos como ele morreu! E o que dizer de Homem-Aranha 3, todos nós vemos o "Emo-Aranha". O filme é simplesmente MUITO ruim! O Homem-Aranha estava indo muito bem com um vilão por filme, todos nós sabemos o que ocorreu com a franquia do Batman (pré Cristopher Nolan) quando começaram a colocar dois vilões em cada filme (Duas Caras e Charada?! Hera Venenosa e Mr. Freeze?!!!) mas lá vem o Aranha com TRÊS vilões no mesmo filme! E eu achava que torcer por resultados espetaculares no futebol era algo difícil! Imagine quando alguém destrói uma série que você adorava. Vai dizer que você imaginava que debaixo da armadura do Darth Vader estava aquele menino chorão que vimos em "Star Wars - A vingança dos Sith"?
É nos últimos anos as minhas expectativas em relação à que uma sequência de eventos seja algo satisfatório foi por água baixo. Ou no futebol ou no cinema o caminho tem sempre sido decepcionante, mas sempre há uma exceção. Sempre há aquele evento que te faz acreditar que ainda existe esperança e que tudo vai dar certo. Se a sequência de felicidade que eu esperava como torcedor não veio na final do mundial interclubes com o Ajax e nem na final da copa de 1998, ela veio pelas mãos do maior técnico de todos os tempos em 2002. Luis Felipe Scolari nos tornou pentacampeões e finalmente criou um elo com a esperança da Copa de 94. O mesmo foi realizado pelo capítulo final da trilogia do Senhor dos Anéis. O Retorno do Rei, isso sim é que é como encerrar uma trilogia!!!
domingo, 7 de junho de 2009
Casar e ter filhos.
Eu eu tenho pensado muito sobre as vantanges de não ter filhos. Basicamente a minha teoria é de que quanto mais velho se fica maior a vontade de se ter filhos. Apesar de eu achar que essa é um péssimo motivo por si só para ter filhos, devo estar preparado para essa ocasião. Afinal, como disse Elton Jhon "It's the Circle of Life" (ah, sobre um post anterior meu sobre funeral vocês acreditam que essa é uma das dez músicas mais tocadas em funerais americanos?). Mas voltando a ausência do bebê, eu comecei a pensar que eles são (no meu caso) a diferença entre uma vida de classe média e a boa e velha vida de classe baixa, suburbana e miserável, pegadora de ônibus e todos esses ítens charmosos que eu adoro. Por enquanto obviamente eu não tenho condições ou mesmo estrutura para ter um filho. Mas se meus planos estiverem corretos, isso deve se resolver até o fim do ano. Aí vem a questão: por que não ter filhos? Sim, eu sei que há milhares de respostas lógicas para essa questão todas elas me dizendo que ter filhos é o ínicio do pesadelo.
Eu não posso evitar de pensar a respeito de porque as pessoas são impulsionadas a essa vida de casamento e filhos? E como isso pode mudar de forma tão rapidamente... Até onde eu sei eu sempre fui o mais promíscuo dos meus amigos. Acho que na outra ponta estaria o Derek, não importa o que ele diga sempre acho que ele não seria capaz de dormir com alguém sabendo que iria magoar aquela pessoa. Ainda sim dadas essas caracteristícas, aqui estou eu escrevendo sobre ter filhos e casar. Quando um homem pensa em casar e (tecnicamente) viver feliz para sempre com alguém que ama ele sempre deve calcular a vida daqui a 20, 30 anos. Daqui a 30 anos eu terei 54. Seguindo as duas suposições eu poderia ou estar casado, com alguns filhos, investindo cada centavo do meu dinheiro no futuro das crianças ou eu poderia estar solteiro, sem filhos e também investindo cada centavo do meu dinheiro no futuro de algumas outras crianças, digamos universitárias gostosas de 19 a 23 anos. Hey, é tudo ouro para mim! Mas acho que as duas situações tem suas complicações, a vida de casado vai acabar com a sua energia e muito provavelmente comprometer a sua identidade, apartir dali você não é mais "Vinicio", não mesmo, você se torna o "Pai!" ou "Idiota que esqueceu de comprar o leite". Já na solteirice madura você acaba passando por mais situações humilhantes do que de costume (em relação a cantadas é quase uma volta a 8º série), sem falar que as situações inverossímeis que você costuma se meter não diminuem, apenas a sua energia diminui. Mas para aqueles que tem as mesmas dúvidas que eu, um pequeno lembrete visual.
Vida de Casado com Filhos.
Vida de Solteiro sem filhos
Eu não posso evitar de pensar a respeito de porque as pessoas são impulsionadas a essa vida de casamento e filhos? E como isso pode mudar de forma tão rapidamente... Até onde eu sei eu sempre fui o mais promíscuo dos meus amigos. Acho que na outra ponta estaria o Derek, não importa o que ele diga sempre acho que ele não seria capaz de dormir com alguém sabendo que iria magoar aquela pessoa. Ainda sim dadas essas caracteristícas, aqui estou eu escrevendo sobre ter filhos e casar. Quando um homem pensa em casar e (tecnicamente) viver feliz para sempre com alguém que ama ele sempre deve calcular a vida daqui a 20, 30 anos. Daqui a 30 anos eu terei 54. Seguindo as duas suposições eu poderia ou estar casado, com alguns filhos, investindo cada centavo do meu dinheiro no futuro das crianças ou eu poderia estar solteiro, sem filhos e também investindo cada centavo do meu dinheiro no futuro de algumas outras crianças, digamos universitárias gostosas de 19 a 23 anos. Hey, é tudo ouro para mim! Mas acho que as duas situações tem suas complicações, a vida de casado vai acabar com a sua energia e muito provavelmente comprometer a sua identidade, apartir dali você não é mais "Vinicio", não mesmo, você se torna o "Pai!" ou "Idiota que esqueceu de comprar o leite". Já na solteirice madura você acaba passando por mais situações humilhantes do que de costume (em relação a cantadas é quase uma volta a 8º série), sem falar que as situações inverossímeis que você costuma se meter não diminuem, apenas a sua energia diminui. Mas para aqueles que tem as mesmas dúvidas que eu, um pequeno lembrete visual.
Vida de Casado com Filhos.
Vida de Solteiro sem filhos
sábado, 6 de junho de 2009
Cozinhando com Vinicio - Pão de queijo
Bom, mais um fim de semana em que a minha namorada trabalha os dois dias. Isso acaba deixando o meu dia monótono. Como eu preferi ficar sozinho esse findi e acabei não me reunindo com os Groovers sobraram algumas opções, mas depois de algumas horas tudo fica mais difícil. Já enjoei de morrer no Nerverwinter, já não tenho mais energias para me masturbar, estou sem paciência para assistir a algum filme e na teve está passando o jogo da seleção com algumas pérolas do Galvão Bueno ("É isso aí amigo... vamos esperar o replay para ver se o Arnaldo muda de idéia"). O que me resta é cozinhar (e ir postando os resultados).
18:30 - Comecei a pensar em visitar a minha sogra e como faz umas duas semanas que ela quer comprar uma embalagem com pão de queijo pronto, resolvi fazer um pão de queijo e levar para ela.
18:35 - Bom eu comprei uma embalagem de mistura para pão de queijo, então tecnicamente é só seguir as instruções.
18:37 - Na embalagem falava sobre despejar a mistura em um recipiente médio (ok), adicionar dois ovos (ok), e colocar 100ml de água (humm..). Bom eu sei em uma latinha tem 330ml (ou seria 360ml?) então tentei imaginar um terço da lata no copo, mas achei muito pouquinho e acabei colocando um pouco mais de água.
18:38 - As instruções seguem: "amasse a massa por aproximadamente 4 minutos até ela dar liga". Comessei a amassar!
19:15 - Nada.
19:23 - 4 minutos na bunda desse filho duma puta que escreveu essa receita na embalagem!
19:40 - What the fuck is "dar liga"?
19:57 - Consultei a embalagem e traz o seguinte lembrete "lembre-se que quanto mais você amassar a massa mais ela vai crescer".
20:18- Comecei a ficar com medo que pelo tempo que eu estava amassando a massa ela crescesse e ocupasse todo a minha casa.
20:22- A massa começou a grudar nos meus dedos, mas não estava "lisinha" como recomendava a embalagem, etnão resolvi untar as minhas mãos com óleo.
20:27- O óleo não ajudou em nada e ainda me melecou todo.
20:31- Resolvi colocar um pouquinho mais de água.
20:38- Resolvi colocar mais um ovo.
20:42 - Resolvi não levar mais para a minha sogra.
20:55- Comecei a pensar que como eu coloquei mais água e ovos, eu deveria colocar mais mistura. Não tinha mais mistura.
20:59- Acho que qualquer pó relacionado serviria. Achei um pacote de sopa instantânea 4 queijos. Obviamente sopa 4 queijos e pão de queijo são parentes próximos. Achei meu substituto!
21:15 - Até agora consegui uma substância que tem coloração de catarro e consistência de mingau. Não lembra em nada um pão de queijo.
21:20 - Resolvi deixar a massa "descansar" e crescer um pouco.
22:05 - A porra da massa não cresceu absolutamente nada, acho até que encolheu.
22:07- Resolvi mostrar para essa massa quem é que manda. Como a massa estão muito molenga par fazer várias bolinhas vou fazer uma bolinha só. Um mega pão de queijo.
22:09 - Lembrei que eu não tenho forno, vou ter quefazer na panela.
22:10- Coloquei um pouco de manteiga no fundo da panela (não sei porque, não tenho muito pão e tenho muita manteiga sobrando então sempre é bom gastar um pouco de manteiga).
22:12- Estava pensando que muito provavelmente o pão de queijo (se é que ainda podemos chamar de pão de queijo) vai queimar no fundo e ficar cru em cima. Bolei uma guarnição para o pão de queijo. Peguei uma massinha (não, não foi uma pequena quantidade de massa, foi um pão mesmo) e cortei ela no meio e coloquei no fundo da panela.
22:25- Coloquei a massa em cima do pão no fundo da panela.
22:30- Coloquei um recheio de mortadela cortada em fatias e queijo mussarela fatiado.
22:31- Cobri tudo com o resto da massa.
22:48- Dei uma conferida no Frankeistein ali na panela e até está começando a parecer bom! Talvez eu até coma...
23:01 - Essa porra resolveu crescer no fogo, tá virando da panela.
23:22 - Pensei em tirar do fogo, mas não...
23:36 - Ainda no fogo...
23:38 - Acabei de provar e está... hum, como eu poderia descrever? Horrível.
10:15 - Tentei retirar o conteúdo da panela com uma colher.
10:21- Tentei retirar o conteudo da panela com uma espátula.
10:30 - Missão cumprida... Hora de pensar no almoço de hoje.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Que o Santander seja louvado! Aleluia!
Eu devo admitir que as vezes fico tentado a acreditar em Deus, na maioria das vezes em que isso acontece é quando eu assisto a “Paixão de Cristo” e toda a vez que eu lembro que o meu colega Paulo de 45 anos e que não faz a metade do que eu faço, ganha o mesmo que eu (claro, que para mim isso é uma prova de que Deus existe e está me punindo).
Mas como eu disse as vezes fico tentado a acreditar em um ser superior, mas Deus é muito anos 80, totalmente fora de moda. Então fiquei pensando em algo para adorar, algo que tivesse as mesmas qualidades de Deus, que me trouxesse conforto, esperança, que fosse onipresente e que fosse uma força mundial e universal, mas que também tivesse algumas vantagens sobre Deus. A começar pelo logotipo. Sejamos sinceros quando pensamos em Deus, existe algum simbolo que te venha a mente? A cruz é de Jesus e a Biblia seria tecnicamente o manual para iniciantes. Você acha que alguém no departamento de marketing da Brastemp pensou em colocar como simbolo da empresa o manual de instruções da nova lavadora? Pois é, a Biblia está fora. Então o meu novo salvador precisava de todas as outras qualidades divinas e um “algo a mais”. Mas finalmente a inspiração veio e eu dicidi adorar o Santander!
O Santander tem um logotipo simples, porém bonito. O vermelho chama a atenção e tem um tom elegante. Ele me dá atenção sempre que há dinheiro na minha conta, facilita minhas formas de pagamento e não perde uma oportunidade de me lembrar como o meu dinheiro é importante para ele. Tudo bem, até aqui igualzinho à todas as igrejas, mas existem alguns bônus: eles não queimaram ninguém na fogueira, não há excomungações (no máximo um cadastro no SPC) e também não temos crucificações. Eu diria que o papel de Jesus, ficaria com o Selton Mello.
Convenhamos, o Selton Mello é alguém bem mais confiável, e além do mais na campanha ele tá sempre acompanhado pala Fernanda Torres (apesar de ela ser feia tenho uma queda por ela desde os "Normais"). Um casal é sempre melhor do que aquela imagem de um Jesus assexuado. Quem quer dar dinheiro para um virgem de 33 anos?
Pensem bem o Santander é de onde eu tiro o meu salário, ele me dá todos os meses a esperança (normalmente vã) de que esse mês sobrará mais um pouquinho. O Santander conta atualmente com 11.685 agências no mundo enquanto a igreja católica conta com 3.700.000 congregações no mundo todo. No entanto ainda sim o Santader é muito mais presente na minha vida! Vejam um dos bônus mais importantes, a igreja católica representa um ser supostamente todo poderoso, que sabe tudo e que sempre precisa de dinheiro! Quer dizer, por mais que Deus saiba tudo ele administra dinheiro muito mal e isso que ele nem paga impostos. Enquanto isso o Santander é especialista em retirar o seu dinheiro nomear essa retirada com nomes bem mais criativos e ainda por cima gasta bem ficando cada vez mais rico. Ora, se eu vou ter que dar dinheiro para alguém, que seja para quem sabe gastar e já que eu teria que pagar as taxas do Santander mesmo vamos unir o útil ao agradável!Ainda dúvida que adorar um Banco é uma boa idéia? Vamos ao essencial hoje em dia: conectividade.
Três frases que estão no site do Santander hoje:
"Mais tranquilidade para você no seu dia-a-dia"
"Revele seu talento e contribua para o desenvolvimento sustentável"
"Todo sonho começa com um primeiro passo, dê o seu".
Três frases do site do Vaticano (sim, o Vaticano tem site http://www.vatican.va/):
"Carta aos Bispos, aos presbíteros, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos da Igreja "
"Carta aos Bispos da Igreja Católica a propósito da remissão da excomunhão aos 4 Bispos consagrados pelo Arcebispo Lefebvre"
E a minha favorita:
"Para a compra de FOTOS dirigir-se ao Serviço Fotográfico do L'Osservatore Romano"
Mas se ainda resta alguma dúvida sobre o destino que a Igreja e o Santander dão as suas "doações" as imagens a seguir deixam claras as vantagens da minha nova religião.
Mas como eu disse as vezes fico tentado a acreditar em um ser superior, mas Deus é muito anos 80, totalmente fora de moda. Então fiquei pensando em algo para adorar, algo que tivesse as mesmas qualidades de Deus, que me trouxesse conforto, esperança, que fosse onipresente e que fosse uma força mundial e universal, mas que também tivesse algumas vantagens sobre Deus. A começar pelo logotipo. Sejamos sinceros quando pensamos em Deus, existe algum simbolo que te venha a mente? A cruz é de Jesus e a Biblia seria tecnicamente o manual para iniciantes. Você acha que alguém no departamento de marketing da Brastemp pensou em colocar como simbolo da empresa o manual de instruções da nova lavadora? Pois é, a Biblia está fora. Então o meu novo salvador precisava de todas as outras qualidades divinas e um “algo a mais”. Mas finalmente a inspiração veio e eu dicidi adorar o Santander!
O Santander tem um logotipo simples, porém bonito. O vermelho chama a atenção e tem um tom elegante. Ele me dá atenção sempre que há dinheiro na minha conta, facilita minhas formas de pagamento e não perde uma oportunidade de me lembrar como o meu dinheiro é importante para ele. Tudo bem, até aqui igualzinho à todas as igrejas, mas existem alguns bônus: eles não queimaram ninguém na fogueira, não há excomungações (no máximo um cadastro no SPC) e também não temos crucificações. Eu diria que o papel de Jesus, ficaria com o Selton Mello.
Convenhamos, o Selton Mello é alguém bem mais confiável, e além do mais na campanha ele tá sempre acompanhado pala Fernanda Torres (apesar de ela ser feia tenho uma queda por ela desde os "Normais"). Um casal é sempre melhor do que aquela imagem de um Jesus assexuado. Quem quer dar dinheiro para um virgem de 33 anos?
Pensem bem o Santander é de onde eu tiro o meu salário, ele me dá todos os meses a esperança (normalmente vã) de que esse mês sobrará mais um pouquinho. O Santander conta atualmente com 11.685 agências no mundo enquanto a igreja católica conta com 3.700.000 congregações no mundo todo. No entanto ainda sim o Santader é muito mais presente na minha vida! Vejam um dos bônus mais importantes, a igreja católica representa um ser supostamente todo poderoso, que sabe tudo e que sempre precisa de dinheiro! Quer dizer, por mais que Deus saiba tudo ele administra dinheiro muito mal e isso que ele nem paga impostos. Enquanto isso o Santander é especialista em retirar o seu dinheiro nomear essa retirada com nomes bem mais criativos e ainda por cima gasta bem ficando cada vez mais rico. Ora, se eu vou ter que dar dinheiro para alguém, que seja para quem sabe gastar e já que eu teria que pagar as taxas do Santander mesmo vamos unir o útil ao agradável!Ainda dúvida que adorar um Banco é uma boa idéia? Vamos ao essencial hoje em dia: conectividade.
Três frases que estão no site do Santander hoje:
"Mais tranquilidade para você no seu dia-a-dia"
"Revele seu talento e contribua para o desenvolvimento sustentável"
"Todo sonho começa com um primeiro passo, dê o seu".
Três frases do site do Vaticano (sim, o Vaticano tem site http://www.vatican.va/):
"Carta aos Bispos, aos presbíteros, às pessoas consagradas e aos fiéis leigos da Igreja "
"Carta aos Bispos da Igreja Católica a propósito da remissão da excomunhão aos 4 Bispos consagrados pelo Arcebispo Lefebvre"
E a minha favorita:
"Para a compra de FOTOS dirigir-se ao Serviço Fotográfico do L'Osservatore Romano"
Mas se ainda resta alguma dúvida sobre o destino que a Igreja e o Santander dão as suas "doações" as imagens a seguir deixam claras as vantagens da minha nova religião.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Funeral.
Até agora escrevi um texto motivado pela dor de cabeça e recauchutei alguns dos tempos do “Teorias”, mas nada muito novo. Pensei de que forma (re)começar. Pensei qual seria o assunto que me daria o pontapé inicial de volta as minhas inspirações sobre escrever frequentemente. Pensei sobre muitas coisas, mas ao tentar ir na direção contrária acho que acabei encontrando o ponto certo. Que forma melhor do que começar pelo fim? Vamos começar pelo meu funeral.
Bom, primeiro vamos ter que estabelecer como eu morri. Eu adoraria dizer que morri em alguma situação heróica e por algum propósito maior, algo no estilo Spock em "A ira de Khan" ou Bruce Willis em “Armageddon” (não se pode vencer essa morte!). Mas acho que no fim vou acabar me engasgando com uma manga ou algo assim. Com certeza as minhas últimas palavras seriam “Vinha um português caminhando pela rua...”.
De qualquer maneira a primeira consequência direta à isso seria o tipo de resposta das pessoas. Não acredito em um tipo de comoção generalizada na minha familia, até porque tenho conseguido êxito na duvidosa tarefa de me manter afastado dos meus pais. Acho que eu poderia esperar choque por parte da familia, um pouco de perplexidade por parte dos colegas de trabalhos, algumas lágrimas de pessoas não tão próximas, alguma bem-vinda indiferença de pessoas mais próximas. Eu tenho esse estranha sensação de alívio do resto das pessoas com a minha morte, ao mesmo tempo uma espécie de sentimento de perda atrasado, como se a minha ausência fosse mais notada do que a minha presença , para o bem ou para o mal. Depois disso vamos ao derradeiro teste de popularidade: o enterro.
Por algum tempo eu fui um fiel defensor da cremação, sempre me pareceu mais digna e de uma certa forma mais impressionante, já que ela lhe dá a possibilidade de tornar o seu local de descanso final algo muito mais abrangente e charmoso. Por exemplo, se largarmos as cinzas no oceano, ao invés de termos uma visita melancólica no dia de finados, teríamos uma interessante e contemplativa visita a praia. Eu me lembro em mais de uma ocasião ter pedido que jogassem as minhas cinzas ao longo da Farrapos. Não tivesse um envolvimento tão grande assim com aquela rua específica. Não me lembro de ter transado com mais de duas prostitutas daquela rua e nunca fui de visitar aquelas boates. O que me fascinava era a “alma” da rua em si. Prostitutas, traficantes, videolocadoras, trabalhadores, frentistas, igrejas, todos ocupando a mesma rua de Porto Alegre. Você pode atravessas a Farrapos desde o centro até o Terminal Navegantes e encontrar mil pessoas (todas elas interessantes) e mesmo assim se sentir sozinho. Pensando na logística da coisa as minhas cinzas mal dariam para uma quadra, mas eu não pensaria duas vezes. A alternativa à cremação seriam os caixões, o que me pareceu sempre um pouco “retrô”, isso é claro, até que eu encontrasse essas formidáveis versões. Que tal partir para a eternidade preso em Carbonite?
Ou então ter um digno descanso final em Genesis com o caixão oficial da Frota Estelar como Spock em "À Procura por Spock"?
Tenho que admitir que essas versões me conquistaram e uma vez escolhido o caixão vamos ao velório. Na minha maneira de ver as coisas, eu acredito que seja indispensável uma boa seleção músical e uma mensagem pré-escrita do defunto (essa mesma serviria). Em relação a seleção musical eu sempre acreditei que 5 músicas dariam conta (15 minutos de velório estão bom para mim). Acreditem ou não eu achei uma lista na internet cujo título era “The Best and Worst Funeral Songs”, quem disse que a Internet não tem nada que preste? A lista não ajudou muito mas achei os piores sons bem mais interessante do que os outros (isso diz alguma coisa sobre mim?)
Vamos a minha lista (acabei percebendo que nem todos são músicas mas quem vai debater com o morto?):
1-”The Blower's daughter” Damien Rice
2-”The Wrestler” Bruce Springsteen
3-”You'll Never Walk Alone” - Johnny Cash
4-O monólogo de William Shatner da abertura de Star Trek “Audaciosamente indo aonde nenhum
homem jamais esteve”.
5-O encerramento do Looney Toons “Por Hoje é só pessoal”!
Quanto a mensagem, ao contrário do óbvio (e eu sempre fui um grande fã de tudo que é contrário ao óbvio) eu não escolheria um dos Groovers ou a Guiomar para fazer a leitura. É um momento importante, se não um dos mais importantes da vida (ou morte) de uma pessoa e eu imagino que todos prestariam atenção. Sendo assim eu escolheria o “Marcos Gordinho”, que foi meu vizinho e meu maior inimigo na maior parte da infância. Ele tem a lingua presa e acho que ele ler essas palavras seria uma boa maneira de me despedir.
Nos derradeiros momentos enquanto o caixão é baixado eu gostaria que o Anderson contasse toda a piada do Português que vem andando pela rua, que o Bruno falasse o “Atimunae ÔÔÔ” e que o Derek ficasse quieto.
Nada mal, na minha opinião.
Bom, primeiro vamos ter que estabelecer como eu morri. Eu adoraria dizer que morri em alguma situação heróica e por algum propósito maior, algo no estilo Spock em "A ira de Khan" ou Bruce Willis em “Armageddon” (não se pode vencer essa morte!). Mas acho que no fim vou acabar me engasgando com uma manga ou algo assim. Com certeza as minhas últimas palavras seriam “Vinha um português caminhando pela rua...”.
De qualquer maneira a primeira consequência direta à isso seria o tipo de resposta das pessoas. Não acredito em um tipo de comoção generalizada na minha familia, até porque tenho conseguido êxito na duvidosa tarefa de me manter afastado dos meus pais. Acho que eu poderia esperar choque por parte da familia, um pouco de perplexidade por parte dos colegas de trabalhos, algumas lágrimas de pessoas não tão próximas, alguma bem-vinda indiferença de pessoas mais próximas. Eu tenho esse estranha sensação de alívio do resto das pessoas com a minha morte, ao mesmo tempo uma espécie de sentimento de perda atrasado, como se a minha ausência fosse mais notada do que a minha presença , para o bem ou para o mal. Depois disso vamos ao derradeiro teste de popularidade: o enterro.
Por algum tempo eu fui um fiel defensor da cremação, sempre me pareceu mais digna e de uma certa forma mais impressionante, já que ela lhe dá a possibilidade de tornar o seu local de descanso final algo muito mais abrangente e charmoso. Por exemplo, se largarmos as cinzas no oceano, ao invés de termos uma visita melancólica no dia de finados, teríamos uma interessante e contemplativa visita a praia. Eu me lembro em mais de uma ocasião ter pedido que jogassem as minhas cinzas ao longo da Farrapos. Não tivesse um envolvimento tão grande assim com aquela rua específica. Não me lembro de ter transado com mais de duas prostitutas daquela rua e nunca fui de visitar aquelas boates. O que me fascinava era a “alma” da rua em si. Prostitutas, traficantes, videolocadoras, trabalhadores, frentistas, igrejas, todos ocupando a mesma rua de Porto Alegre. Você pode atravessas a Farrapos desde o centro até o Terminal Navegantes e encontrar mil pessoas (todas elas interessantes) e mesmo assim se sentir sozinho. Pensando na logística da coisa as minhas cinzas mal dariam para uma quadra, mas eu não pensaria duas vezes. A alternativa à cremação seriam os caixões, o que me pareceu sempre um pouco “retrô”, isso é claro, até que eu encontrasse essas formidáveis versões. Que tal partir para a eternidade preso em Carbonite?
Ou então ter um digno descanso final em Genesis com o caixão oficial da Frota Estelar como Spock em "À Procura por Spock"?
Tenho que admitir que essas versões me conquistaram e uma vez escolhido o caixão vamos ao velório. Na minha maneira de ver as coisas, eu acredito que seja indispensável uma boa seleção músical e uma mensagem pré-escrita do defunto (essa mesma serviria). Em relação a seleção musical eu sempre acreditei que 5 músicas dariam conta (15 minutos de velório estão bom para mim). Acreditem ou não eu achei uma lista na internet cujo título era “The Best and Worst Funeral Songs”, quem disse que a Internet não tem nada que preste? A lista não ajudou muito mas achei os piores sons bem mais interessante do que os outros (isso diz alguma coisa sobre mim?)
Vamos a minha lista (acabei percebendo que nem todos são músicas mas quem vai debater com o morto?):
1-”The Blower's daughter” Damien Rice
2-”The Wrestler” Bruce Springsteen
3-”You'll Never Walk Alone” - Johnny Cash
4-O monólogo de William Shatner da abertura de Star Trek “Audaciosamente indo aonde nenhum
homem jamais esteve”.
5-O encerramento do Looney Toons “Por Hoje é só pessoal”!
Quanto a mensagem, ao contrário do óbvio (e eu sempre fui um grande fã de tudo que é contrário ao óbvio) eu não escolheria um dos Groovers ou a Guiomar para fazer a leitura. É um momento importante, se não um dos mais importantes da vida (ou morte) de uma pessoa e eu imagino que todos prestariam atenção. Sendo assim eu escolheria o “Marcos Gordinho”, que foi meu vizinho e meu maior inimigo na maior parte da infância. Ele tem a lingua presa e acho que ele ler essas palavras seria uma boa maneira de me despedir.
Nos derradeiros momentos enquanto o caixão é baixado eu gostaria que o Anderson contasse toda a piada do Português que vem andando pela rua, que o Bruno falasse o “Atimunae ÔÔÔ” e que o Derek ficasse quieto.
Nada mal, na minha opinião.
Amor é só amor, mas amar é só amar?
Mais um texto de 2005, eu descreveria esse como um híbrido romântico-melancólico.
Eu estava considerando algumas questões fundamentais a minha existência.E se o universo for apenas uma meleca presa no sapato de um cara muito, muito grande isso aumentaria a minha insignificância? A nossa vida realmente passa diante de nossos olhos no momento antes da morte? E se isso realmente acontece eu posso estar morrendo agora e apenas revendo a minha vida? Isso com certeza explicaria um monte de coisas... Por que os postes apagam quando eu passo, em um número tão absurdo de vezes que supera a barreira da coincidência? ( nas verdade eu sei a resposta para essa questão , mas gosto de pensar nela como se eu não soubesse a resposta). Fiquei considerando tudo isso enquanto estava deitado no telhado da Dona Célia, na verdade eu teria ido embora quando comecei a pensar na questão do universo, mas com tanto frio meu corpo começou a ficar dormente e eu comecei a achar um pouco de dificuldade em descer de lá , então resolvi esperar a morte filosofando ,já que não sei jogar xadrez, achei que a senhora infálivel gostaria de um bom papo antes de fazer o que deve ser feito. Comecei a pensar em qual assunto a agradaria mais, sim eu me refiro a ela no feminino pois se alguém tiver de me levar que seja uma mulher, cheguei a conclusão de que ela gostaria de falar de amor.
O que ela gostaria de ouvir? Com certeza ela não gostaria de ouvir histórias de sacrificios em nome do amor, já deveria estar cheia disso.Teria ela já amado em sua existência tortuosa? Teria deixado alguém prosseguir por amor? Considerei o que era consenso em torno do amor. Bom, talvez não seja consenso, mas uma boa parte das pessoas acha o amor complexo. Acho que não, acho que o amor é bastante simples, amar é que é complexo. Difícil achar uma história de amor que seja simples, mas por outro lado o âmago da questão é muito simples...”nós nos amamos e queremos ficar juntos”, mas até chegar a esse ponto não é pura complicação?
Acho que a Morte não conhece essa faceta do amor, acho que ela só pega o final da história, e quase sempre finais tristes ou apáticos. Eu sempre acreditei que a graça não está no “viveram felizes para sempre” , ou talvez esteja, já que eu nunca cheguei lá, mas gosto de pensar que o mais importante é o caminho percorrido até lá, os sonhos que foram sacrificados, as angústias de noites em claro, a vergonha de se olhar no espelho e saber que não se têm a pessoa que foi destinada a você, a trágica caminhada na chuva da noite esperando que a próxima pessoa que dobre a esquina seja destinada a você, ou mesmo a luta contra o próprio destino para faze-lo ceder aos seus pés. Eu iria explicar tudo isso a ela... e ela se tornaria uma pessoa mais romântica? Jamais saberei... Ela não apareceu...Vou ter que voltar a pensar no universo.
Eu estava considerando algumas questões fundamentais a minha existência.E se o universo for apenas uma meleca presa no sapato de um cara muito, muito grande isso aumentaria a minha insignificância? A nossa vida realmente passa diante de nossos olhos no momento antes da morte? E se isso realmente acontece eu posso estar morrendo agora e apenas revendo a minha vida? Isso com certeza explicaria um monte de coisas... Por que os postes apagam quando eu passo, em um número tão absurdo de vezes que supera a barreira da coincidência? ( nas verdade eu sei a resposta para essa questão , mas gosto de pensar nela como se eu não soubesse a resposta). Fiquei considerando tudo isso enquanto estava deitado no telhado da Dona Célia, na verdade eu teria ido embora quando comecei a pensar na questão do universo, mas com tanto frio meu corpo começou a ficar dormente e eu comecei a achar um pouco de dificuldade em descer de lá , então resolvi esperar a morte filosofando ,já que não sei jogar xadrez, achei que a senhora infálivel gostaria de um bom papo antes de fazer o que deve ser feito. Comecei a pensar em qual assunto a agradaria mais, sim eu me refiro a ela no feminino pois se alguém tiver de me levar que seja uma mulher, cheguei a conclusão de que ela gostaria de falar de amor.
O que ela gostaria de ouvir? Com certeza ela não gostaria de ouvir histórias de sacrificios em nome do amor, já deveria estar cheia disso.Teria ela já amado em sua existência tortuosa? Teria deixado alguém prosseguir por amor? Considerei o que era consenso em torno do amor. Bom, talvez não seja consenso, mas uma boa parte das pessoas acha o amor complexo. Acho que não, acho que o amor é bastante simples, amar é que é complexo. Difícil achar uma história de amor que seja simples, mas por outro lado o âmago da questão é muito simples...”nós nos amamos e queremos ficar juntos”, mas até chegar a esse ponto não é pura complicação?
Acho que a Morte não conhece essa faceta do amor, acho que ela só pega o final da história, e quase sempre finais tristes ou apáticos. Eu sempre acreditei que a graça não está no “viveram felizes para sempre” , ou talvez esteja, já que eu nunca cheguei lá, mas gosto de pensar que o mais importante é o caminho percorrido até lá, os sonhos que foram sacrificados, as angústias de noites em claro, a vergonha de se olhar no espelho e saber que não se têm a pessoa que foi destinada a você, a trágica caminhada na chuva da noite esperando que a próxima pessoa que dobre a esquina seja destinada a você, ou mesmo a luta contra o próprio destino para faze-lo ceder aos seus pés. Eu iria explicar tudo isso a ela... e ela se tornaria uma pessoa mais romântica? Jamais saberei... Ela não apareceu...Vou ter que voltar a pensar no universo.
Procurando...
Mais um dos meus textos antigos, esse foi escrito em 29/06/2005 e eu sou particularmente orgulhoso dele, vale mencionar que eu estava solteiro e não estava falando de ninguém especificamente...
Eu acordei hoje a noite e você não estava lá. Fiquei me perguntando se eu gostaria que você estivesse e sinceramente não consegui encontrar uma resposta. Me senti melhor depois de pensar mais um pouco e perceber que ainda nem nos conhecemos, então seria pouco apropriado você estar no meu quarto a uma hora daquelas. O pensamento trouxe um sorriso bobo aos meus lábios, mas ninguém pode ver na escuridão do meu quarto. Mas eu soube que no seu quarto você também estava sorrindo e ninguém estava lá para observar. Fiquei pensando em como será nosso primeiro encontro e se será especial...Passo pelas pessoas na rua, uma garota de cabelos curtos e olhar distante passa e sorri, me pergunto se é você, ninguém me responde então me resigno a observar ela se afastar. Pego um ônibus e no primeiro sinal que ele para um outro ônibus para ao lado , pela janela vejo uma jovem mulher lendo um livro, me pergunto se você estaria lendo aquele livro, nos próximos dois sinais a mesma mulher continua coincidentemente ficando paralela a minha posição no ônibus. Seria o destino me dizendo para descer e ir ao seu encontro? Ela olha para o lado e me olha por alguns segundos, eu desvio o olhar primeiro, nossos destinos se separam. E se eu nunca volta a vê-la? E se ela for você?
Devo parar de procurar, devo deixar a apatia ganhar?
Começou a chover, parei de escrever por um pouco. Sai de casa rapidamente, dei uma volta na vizinhança me perguntando se a mesma chuva que me molha e derrete meu desprezo também molha o seu rosto, toca suas mãos? Ninguém respondeu.
Entrei no Orkut, resolvi deixar o texto na comunidade...você têm orkut? Você fala português? Será que você irá ler este texto um dia? E se vc lêsse e soubesse que é sobre você que eu estou falando?
Humm...acho que vou ficar até mais tarde na net hoje...
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Mulheres Jovens
Bom o título desse texto era na verdade "Let's get it on..." obviamente uma alusão a música que criou o clima para que eu pudesse escrevê-lo... Mais tarde fazendo uma releitura dele ele me inspirei a escrever um texto sobre mulheres mais velhas, mas seguindo a ordem cronológica, vamos as mais jovens primeiro:
A doce e simples satisfação das mulheres mais novas...haa, se existe algo nesse mundo profano que ainda permanece sagrado é com certeza o frescor e energia das jovens mulheres. Mas por que algumas ainda se iludem com o homem perfeito? E vejam bem eu não estou dizendo que não exista tal homem, eu apenas estou dizendo que ele é muito chato. Desejar ganhar rosas e então ele já está lá com um buquê, ou não precisar sentir ciúmes por que o homem perfeito não trai...que tédio! Estava pensando no Amor ( e vejam bem ele começa com letra maiúscula) e nos Groovers, cheguei a conclusão de que todos nós ainda acreditamos no amor. Talvez por que ainda não fomos decepcionados o suficiente...Depois passei a pensar que todos nós esperamos encontrar (ou reencontrar) o amor de nossas vidas. E depois pensei nas garotas que tem o mesmo pensamento ...meu deus ( com letra minuscula)! Qual a graça de esperar pelo principe encantado? É a princípio faz sentido: ele será bonito, inteligente, honesto...etc. Suas mães irão adorálo...mas cedo ou tarde vc sentirá falta de nós : os caras errados! Sim nós somos os fiéis representantes desta classe , o que temos de interessante? É realmente não somos bonitos, nem inteligentes, nem ao menos honestos...mas temos "charme"... isso vem justamente dos nossos defeitos... a falta de tato com os sentimentos femininos, o fato de deixarmos evidente que tudo dará errado, e com certeza irá dar: seus pais não gostarão de nós, vamos nos sentir atraídos pela sua melhor amiga ou até sua irmã, vamos implicar com seu ex namorado, vamos detestar o seu bichinho cde extimação mas eu te garanto não há experiência melhor do que deixar um cara totalmente "maluco" bagunçar a sua vida toda.Sabe aquela senção de segurança e tranquilidade que você sente quando volta pra casa depois de uma longa viagem? Pois é, nós vamos tirar isso de vc. Tente permanecer tranquila depois de deixar o caos tomar conta da sua vida...
A doce e simples satisfação das mulheres mais novas...haa, se existe algo nesse mundo profano que ainda permanece sagrado é com certeza o frescor e energia das jovens mulheres. Mas por que algumas ainda se iludem com o homem perfeito? E vejam bem eu não estou dizendo que não exista tal homem, eu apenas estou dizendo que ele é muito chato. Desejar ganhar rosas e então ele já está lá com um buquê, ou não precisar sentir ciúmes por que o homem perfeito não trai...que tédio! Estava pensando no Amor ( e vejam bem ele começa com letra maiúscula) e nos Groovers, cheguei a conclusão de que todos nós ainda acreditamos no amor. Talvez por que ainda não fomos decepcionados o suficiente...Depois passei a pensar que todos nós esperamos encontrar (ou reencontrar) o amor de nossas vidas. E depois pensei nas garotas que tem o mesmo pensamento ...meu deus ( com letra minuscula)! Qual a graça de esperar pelo principe encantado? É a princípio faz sentido: ele será bonito, inteligente, honesto...etc. Suas mães irão adorálo...mas cedo ou tarde vc sentirá falta de nós : os caras errados! Sim nós somos os fiéis representantes desta classe , o que temos de interessante? É realmente não somos bonitos, nem inteligentes, nem ao menos honestos...mas temos "charme"... isso vem justamente dos nossos defeitos... a falta de tato com os sentimentos femininos, o fato de deixarmos evidente que tudo dará errado, e com certeza irá dar: seus pais não gostarão de nós, vamos nos sentir atraídos pela sua melhor amiga ou até sua irmã, vamos implicar com seu ex namorado, vamos detestar o seu bichinho cde extimação mas eu te garanto não há experiência melhor do que deixar um cara totalmente "maluco" bagunçar a sua vida toda.Sabe aquela senção de segurança e tranquilidade que você sente quando volta pra casa depois de uma longa viagem? Pois é, nós vamos tirar isso de vc. Tente permanecer tranquila depois de deixar o caos tomar conta da sua vida...
Diálogos estranhos...
-Você sempre vêm ao mesmo lugar, por quê?
-Por que ninguém que têm a coragem de me perguntar isso têm a coragem de me convidar para ir a algum outro lugar...
-Isso foi uma pergunta?
-O que você acha?
-Acho que pareceu uma pergunta, mas poderia ser interpretado como uma resposta.
-E se fosse uma resposta?
-Você teria se saído quase bem...
-Não foi uma resposta.
-Sorte a sua.
-Você vêm sempre aqui?
-Só quando eu estou doente.
-Você está doente agora?
-Agora não, mas estou confiante...
-Por que?
-Nunca se sabe.
-Nunca se sabe o quê? Se você vai ficar doente ou se vai ficar confiante?
-Isso depende da pessoa.
-Não to te entendendo, poderia ser mais especifíco?
-Bom, pra mim as duas coisas andam juntas, sabe?
-Como ficar confiante por ficar doente?
-É mais ou menos assim.
-Acho que não te conheço mais.
-Começo a não me sentir muito bem...
-Acho que o melhor caminho seria o divórcio.
-Me sinto mau. Ufa! Já estava preocupado.
-Você acha que eu sou a sua cara metade?
-Acho difícil.
-Mas você acredita em almas gêmeas?
-Não. Acredito na minha individualidade.
-E no amor você acredita?
-Depender muito de outra pessoa não é legal.
-Você está querendo dizer que não me ama mais?
-Na verdade acho que nunca amei.
-Mas você disse que tinha certeza...
-Coisa de momento.
-Você disse que teriamos filhos lindos e que jamais me abandonaria.
-E?
-Você me deu todas as garantias...e disse tudo isso enquanto faziamos amor!
-É...você deveria ter visto a sua cara.
-Por que ninguém que têm a coragem de me perguntar isso têm a coragem de me convidar para ir a algum outro lugar...
-Isso foi uma pergunta?
-O que você acha?
-Acho que pareceu uma pergunta, mas poderia ser interpretado como uma resposta.
-E se fosse uma resposta?
-Você teria se saído quase bem...
-Não foi uma resposta.
-Sorte a sua.
-Você vêm sempre aqui?
-Só quando eu estou doente.
-Você está doente agora?
-Agora não, mas estou confiante...
-Por que?
-Nunca se sabe.
-Nunca se sabe o quê? Se você vai ficar doente ou se vai ficar confiante?
-Isso depende da pessoa.
-Não to te entendendo, poderia ser mais especifíco?
-Bom, pra mim as duas coisas andam juntas, sabe?
-Como ficar confiante por ficar doente?
-É mais ou menos assim.
-Acho que não te conheço mais.
-Começo a não me sentir muito bem...
-Acho que o melhor caminho seria o divórcio.
-Me sinto mau. Ufa! Já estava preocupado.
-Você acha que eu sou a sua cara metade?
-Acho difícil.
-Mas você acredita em almas gêmeas?
-Não. Acredito na minha individualidade.
-E no amor você acredita?
-Depender muito de outra pessoa não é legal.
-Você está querendo dizer que não me ama mais?
-Na verdade acho que nunca amei.
-Mas você disse que tinha certeza...
-Coisa de momento.
-Você disse que teriamos filhos lindos e que jamais me abandonaria.
-E?
-Você me deu todas as garantias...e disse tudo isso enquanto faziamos amor!
-É...você deveria ter visto a sua cara.
Erros e Acertos...
"Entre mortos e feridos salvaram-se todos"...ou algo assim. Eu já utilizei a frase: " Você é tão especial para mim que faz todos os meus erros valerem a pena, porque até os meus erros me trouxeram até este momento, me troxeram até você", na verdade eu já a utilizei algumas vezes. Sempre funcionou. Que tal falar um defeito que vc normalmente não falaria só pra poder dizer: "...é que eu simplesmente não consigo mentir pra vc."? "Sexo? Relaxa eu não vou negar que você me atrai, mas eu posso ser muito paciente quando eu quero".
Claro, eu não sou um completo canalha...ou talvez eu seja, mas o fato de eu estar escrevendo isso mostra que eu estou disposto a melhorar, ou não por que afinal ninguém lê este maldito tópico, ou ainda pior eu posso estar apenas me forçando a utilizar novas táticas de enganação e charlatanismo, já que eu estou revelando as mais utilizadas.E se eu olhasse para o outro lado? Recentemente eu olhei. Descobri o que eu já sabia. Magoei muita gente. Desiludi outros tantos. Mas também fui magoado e desiludido, quantas destas pessoas levaram junto consigo um pouco do sentimento que eu já tive? Claro que foram muitas! Mas então eu errei por que? Se eu apenas fiz aos outros o que eu acreditei terem feito comigo. A resposta agora parece evidente: Eu culpei apenas uma pessoa e eximi da culpa outras tantas. Claro que eu posso vir a descobrir que estou errado. Quem me conhece sabe quem eu culpei e eu asseguro que não escrevo isso pra ela...nem pra qualquer outra que eu tenha conhecido e tido a honra de provar os lábios, eu escrevo isso para dois tipos de leitores: 1º para todas as garotas que pensarem em sair comigo ou tiverem qualquer interesse , 2º para a pessoa que eu me disponho a ser, por que semana que vêm quando eu me arrepender do que eu acabo de escrever eu vou ter que ler isso e dizendo para mim mesmo o que eu precisava ouvir e ninguém foi capaz de me dizer, por que eu não deixei! Ei Vinicio mirei no que vi e acertei no que não vi!
Claro, eu não sou um completo canalha...ou talvez eu seja, mas o fato de eu estar escrevendo isso mostra que eu estou disposto a melhorar, ou não por que afinal ninguém lê este maldito tópico, ou ainda pior eu posso estar apenas me forçando a utilizar novas táticas de enganação e charlatanismo, já que eu estou revelando as mais utilizadas.E se eu olhasse para o outro lado? Recentemente eu olhei. Descobri o que eu já sabia. Magoei muita gente. Desiludi outros tantos. Mas também fui magoado e desiludido, quantas destas pessoas levaram junto consigo um pouco do sentimento que eu já tive? Claro que foram muitas! Mas então eu errei por que? Se eu apenas fiz aos outros o que eu acreditei terem feito comigo. A resposta agora parece evidente: Eu culpei apenas uma pessoa e eximi da culpa outras tantas. Claro que eu posso vir a descobrir que estou errado. Quem me conhece sabe quem eu culpei e eu asseguro que não escrevo isso pra ela...nem pra qualquer outra que eu tenha conhecido e tido a honra de provar os lábios, eu escrevo isso para dois tipos de leitores: 1º para todas as garotas que pensarem em sair comigo ou tiverem qualquer interesse , 2º para a pessoa que eu me disponho a ser, por que semana que vêm quando eu me arrepender do que eu acabo de escrever eu vou ter que ler isso e dizendo para mim mesmo o que eu precisava ouvir e ninguém foi capaz de me dizer, por que eu não deixei! Ei Vinicio mirei no que vi e acertei no que não vi!
Trilhas sonoras
Meu primeiro texto no qual mencionei a Guiomar, escrevi em 23/05/05 e ela é a pessoa que sempre me lembra da trilha sonora da Felicity e de alguma forma da personagem em si... Bom nessa época ela não queria absolutamente nada comigo e hoje já estamos juntos há dois anos...
Acabo de perceber a semelhança que existem entre os meus relacionamentos e as trilhas sonoras que tanto me fascinam. Várias delas me emocionam, me animam , mas é só eu me afastar ou apertar "stop" e tudo se transforma uma tênue lembrança.
Agora tenho mais tempo para escutá-las enquanto trabalho, na rádio do terra, mas assim como alguns dos meus relacionamentos existem aquelas que vêm com o seguinte aviso "você só pode ouvir 30 segundos de cada música"...acho que a Luciane veio com esse aviso e eu não li. Existe um filme chamado "Por uma noite apenas", com o Wesley Snippes, acho que essa seria a trilha ideal, para ela. A trilha de Missão Impossível 2 se aplicaria bem com a Ariane, pelo menos a parte alegre. Afinal ela pode decepcionar um cara e ainda deixá-lo feliz..."Don Juan de Marco" seria bom para a Veridiana, afinal ela tinha personalidade. Que tal a trilha de "O Ipério Contra-Ataca" para a Mirlayne? Claro isso já é piada...e eu me dispus a escrever um texto sério. Por que eu me dispus a isso? Talvez o desejo de deixar tudo para trás, escolher uma última trilha, a derradeira trilha...por mais poético que isso seja sei que não é a verdade, mas o que é a verdade? A verdade do futuro , nada mais é do que os desejos e idéias que eu tenho agora...e por mais improvável que pareça neste momento todas as minhas intenções e desejos são verdadeiros, afinal com raras excessões eles sempre foram. Por quê? Porque sempre que eu enganei alguém , e sim eu enganei muitas pessoas, eu estava enganando a mim mesmo...Bom de qualquer forma eu estou escutando a trilha sonora de "Felicity", quem diria? E sabe eu estou gostando...me lembra dessa pessoa...uma pessoa bacana, é bom passar algum tempo com ela. Suave, ameno, tranquilo...Suave é bom, suave é muito bom.
Acabo de perceber a semelhança que existem entre os meus relacionamentos e as trilhas sonoras que tanto me fascinam. Várias delas me emocionam, me animam , mas é só eu me afastar ou apertar "stop" e tudo se transforma uma tênue lembrança.
Agora tenho mais tempo para escutá-las enquanto trabalho, na rádio do terra, mas assim como alguns dos meus relacionamentos existem aquelas que vêm com o seguinte aviso "você só pode ouvir 30 segundos de cada música"...acho que a Luciane veio com esse aviso e eu não li. Existe um filme chamado "Por uma noite apenas", com o Wesley Snippes, acho que essa seria a trilha ideal, para ela. A trilha de Missão Impossível 2 se aplicaria bem com a Ariane, pelo menos a parte alegre. Afinal ela pode decepcionar um cara e ainda deixá-lo feliz..."Don Juan de Marco" seria bom para a Veridiana, afinal ela tinha personalidade. Que tal a trilha de "O Ipério Contra-Ataca" para a Mirlayne? Claro isso já é piada...e eu me dispus a escrever um texto sério. Por que eu me dispus a isso? Talvez o desejo de deixar tudo para trás, escolher uma última trilha, a derradeira trilha...por mais poético que isso seja sei que não é a verdade, mas o que é a verdade? A verdade do futuro , nada mais é do que os desejos e idéias que eu tenho agora...e por mais improvável que pareça neste momento todas as minhas intenções e desejos são verdadeiros, afinal com raras excessões eles sempre foram. Por quê? Porque sempre que eu enganei alguém , e sim eu enganei muitas pessoas, eu estava enganando a mim mesmo...Bom de qualquer forma eu estou escutando a trilha sonora de "Felicity", quem diria? E sabe eu estou gostando...me lembra dessa pessoa...uma pessoa bacana, é bom passar algum tempo com ela. Suave, ameno, tranquilo...Suave é bom, suave é muito bom.
Graças ao Bruno...
Lembro que quando escrevi esse texto (03/05/05) foi pensando em agradecer ao Parmalat por ter me apresentado a alguém interessante, ainda que sob circunstâncias adversas. Mas é interessante notar que esse texto foi escrito porque fiquei encantado com uma garota que conheci na festa do antigo curso de inglês do Parmalat e acabei inspirado a escrever o texto, também é interessante lembrarmos que essa foi a noite na qual fizemos a nossa épica caminhada da ponte de Cachoeirinha até a Morada do Vale porque eu fiquei insistindo para os Groovers continuarem com o infálivel mantra "na próxima para a gente pega o ónibus"... Mas vamos ao texto:
Então você acredita que existe uma estrada pré determinada na qual os seus passos devem seguir? Um caminho do qual você não pode se desviar ?
E se você ousar olhar para o lado? E se tudo o que você desejasse, mas jamais ousasse admitir estivesse lá ?
Como lidar com algo que é tão bom que a simples ideia de desejá-lo é triste, porque você sabe que não a terá.
E se você conseguisse , e se por um estranho acaso do destino você estivesse no seu momento perfeito, o seu melhor momento. Aquele momento que a primeira vista nem ao menos parece especial , você não sabe por que mas de repente as frases certas começam a sair da sua boca e por incrível que pareça nos momentos apropriados . Você se impressiona em como tudo está sendo agradável ,e em como você está sendo charmoso sem ao menos fazer esforço.
Mas você não está inebriado com tudo isso, pelo contrário você mantém uma estranha consciência de tudo o que você está fazendo até que a inevitável pergunta vêm a sua mente: Porque está acontecendo assim ? Porque eu estou me comportando desta maneira? A resposta vêm dos simples olhos que pairam na sua frente, à uma distância segura , mas não longe o suficiente para evitar o desejo de um beijo. Ela é a resposta . Ela simplesmente inspira o melhor em você e não há fórmula para isso.
E se intrigado pelo fato de tudo estar tão simples e bom, sim simplesmente bom, sem “mas”, tudo é agradável , desde do toque de suas frias mãos até o esperado beijo que ainda não se revelou e já é melhor do que todos os outros , você instintivamente duvida de tudo , afinal um encontro casual , inesperado , jamais sequer imaginado, eu jamais pintei aquela imagem na minha mente... eu sei que aquele momento , que aquela mulher definitivamente não estão no meu destino, em nenhum momento do meu “livro da vida” existe aquele nome...
Determinado a esclarecer tudo , e assim estragar tudo, pois não há maior besteira do que a verdade, eu falei à ela . Desde a minha fascinação até a certeza de que era apenas um engano, claro, um adorável engano, mas ainda sim um erro. Eu disse que a pessoa encantadora que eu era naquele momento não era eu ,e que ela também não seria tão encantadora para essa nova pessoa , sendo assim o que nos restavam eram apenas algumas horas...Ninguém jamais havia resistido á essa verdade, de fato poucas sequer a entenderam e as que mal arranharam a superfície do seu significado, não acreditaram nela. Ela abraçou o entendimento da questão, porque ela já sabia de tudo isso antes mesmo de eu explicar...na verdade acho que foi ela quem me explicou...Então como se aceita o fato de que algo tão bom, que não foi destinado para você, está com você por apenas uma noite.
E se você ousasse desejar mais...
Contra quais forças você estaria lutando? Você, ela, o destino.
Então você acredita que existe uma estrada pré determinada na qual os seus passos devem seguir? Um caminho do qual você não pode se desviar ?
E se você ousar olhar para o lado? E se tudo o que você desejasse, mas jamais ousasse admitir estivesse lá ?
Como lidar com algo que é tão bom que a simples ideia de desejá-lo é triste, porque você sabe que não a terá.
E se você conseguisse , e se por um estranho acaso do destino você estivesse no seu momento perfeito, o seu melhor momento. Aquele momento que a primeira vista nem ao menos parece especial , você não sabe por que mas de repente as frases certas começam a sair da sua boca e por incrível que pareça nos momentos apropriados . Você se impressiona em como tudo está sendo agradável ,e em como você está sendo charmoso sem ao menos fazer esforço.
Mas você não está inebriado com tudo isso, pelo contrário você mantém uma estranha consciência de tudo o que você está fazendo até que a inevitável pergunta vêm a sua mente: Porque está acontecendo assim ? Porque eu estou me comportando desta maneira? A resposta vêm dos simples olhos que pairam na sua frente, à uma distância segura , mas não longe o suficiente para evitar o desejo de um beijo. Ela é a resposta . Ela simplesmente inspira o melhor em você e não há fórmula para isso.
E se intrigado pelo fato de tudo estar tão simples e bom, sim simplesmente bom, sem “mas”, tudo é agradável , desde do toque de suas frias mãos até o esperado beijo que ainda não se revelou e já é melhor do que todos os outros , você instintivamente duvida de tudo , afinal um encontro casual , inesperado , jamais sequer imaginado, eu jamais pintei aquela imagem na minha mente... eu sei que aquele momento , que aquela mulher definitivamente não estão no meu destino, em nenhum momento do meu “livro da vida” existe aquele nome...
Determinado a esclarecer tudo , e assim estragar tudo, pois não há maior besteira do que a verdade, eu falei à ela . Desde a minha fascinação até a certeza de que era apenas um engano, claro, um adorável engano, mas ainda sim um erro. Eu disse que a pessoa encantadora que eu era naquele momento não era eu ,e que ela também não seria tão encantadora para essa nova pessoa , sendo assim o que nos restavam eram apenas algumas horas...Ninguém jamais havia resistido á essa verdade, de fato poucas sequer a entenderam e as que mal arranharam a superfície do seu significado, não acreditaram nela. Ela abraçou o entendimento da questão, porque ela já sabia de tudo isso antes mesmo de eu explicar...na verdade acho que foi ela quem me explicou...Então como se aceita o fato de que algo tão bom, que não foi destinado para você, está com você por apenas uma noite.
E se você ousasse desejar mais...
Contra quais forças você estaria lutando? Você, ela, o destino.
Ração de Cachorro+Açucar=Biscoito barato!
Devido a uma experiência pessoal com alguns amigos em estado de total debilidade mental, quando estavamos achando muito engraçado jogar água uns nos outros e atirar biscoitos para o ar apanhando-os com a boca antes de atingirem o chão como prova de nossa grande capacidade fisica, e acreditando ser isso uma atividade saudável e corriqueira para as comemorações do meu vigésimo aniversário, acontece que a nivel de experiência socio-educacional eu resolvi pegar um pouco de ração para cachrro e alcançar para um amigo que por sua vez estava lançando alguns biscoitos para q outro amigo as "abocanhasse" em pleno ar, o esperado aconteceu e o amigo( cuja identidade será mantida no mais absoluto sigilo) acabou por nos relatar que a ração tinha gosto de milho!
Eu proponho que sendo a ração pra cachorro comestivel, nós poderiamos adicionar açucar e teriamos como resultado um excelente biscoito!
Com apenas alguns centavos vc pode produzir quilos e mais quilos de um saboroso biscoito, que pode ser utilizado nas ocasiões em q vc se encontra sem dinheiro ou quando aquela visita indesejada aparece na sua casa!
Pensem bem, isto pode ser a solução para a fome mundial!
Eu proponho que sendo a ração pra cachorro comestivel, nós poderiamos adicionar açucar e teriamos como resultado um excelente biscoito!
Com apenas alguns centavos vc pode produzir quilos e mais quilos de um saboroso biscoito, que pode ser utilizado nas ocasiões em q vc se encontra sem dinheiro ou quando aquela visita indesejada aparece na sua casa!
Pensem bem, isto pode ser a solução para a fome mundial!
Textos Antigos
Procurei no orkut e encontri alguns textos antigos que eu postei no tópico "Teorias", interressante encontrar textos de uma outra época da minha vida... Textos sobre pessoas que eram interessantes e perderam o interesse, textos sobre quando a minha namorada ainda não era minha namorada ou textos sobre coisas ínuteis que... bem, continuam ínuteis. Pretendo ir postando esses textos aos poucos. A maioria deles se referia a alguem ou a algum evento de uma maneira não muito óbvia (ou pelo menos eu gostava de acreditar nisso), mas passados quatro anos desde que começamos a postar (30/03/2005) acho que algumas passagens merecem esclarecimentos.
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