1- Bill, The Butcher - Gangues de Nova York

Daniel Day-Lewis está tão bom no papel que eu quase não preciso explicar a minha predileção pelo personagem. Como se isso não bastasse o seu antogonista é Leonardo DiCaprio, em seu último filme antes de virar um ator de verdade. O personagem tem tudo para que eu goste dele, é anti-católico, baseado em uma figura real e Day-Lews foi indicado ao Oscar de melhor ator com o personagem, em outras palavras, Bill, The Butcher é o cara e não merecia ter morrido ainda mais para um personagem tão boboca quanto Amsterdam Vallon.
2-Cães de Aluguel - Mister Blonde

Mister Blonde é um personagem subestimado, ele é a alma do filme e o irmão de Vincet Vega de Pulp Fiction, todas as suas frases são legais e ele dá a sensação de perigo a um filme que tem mais da metade do seu tempo passado em um galpão solitário. Eu acho que o que é injusto com a morte de Mister Blonde é que ela é recebida com algum alívio já que ele estava prestes a colocar fogo em um policial e isso faz com que a ausência dele não seja algo que se sente de imediato.
3- Fogo Contra Fogo - Neil McCauley

Ainda que a interpretação de Pacino seja mais intensa e cause um impacto maior do que a performance acertadamente contida de DeNiro, eu sempre acabo torcendo por DeNiro no filme. A cena em que ele recita seu lema para o Pacino "Nunca se deixe apegar a algo que você não possa largar em 30 segundos se você ver a polícia se aproximando", e quando mais tarde ele é obrigado a provar essas cenas sempre me causam um impacto e eu acabo torcendo que ele mate o Al Pacino.
4 -O Grande Truque - Robert Angier

Ainda que eu não possa classificar Angier como um vilão clássico, ele se utiliza de métodos escusos, deixa sua obsessão controlá-lo, dá pouca importância a vida das duas mulheres que se apaixonou e comete (várias vezes) o mais absurdo tipo de assassinato que eu já vi em um filme. Ainda sim, acreditem, o personagem é tão carismático que eu tenho dúvidas em classificá-lo como vilão. Um pouco antes de final quando ele tinha aparentemente vencido e estava confortavelmente em uma posição privilegiada eu estava feliz e contente que o filme iria acabar assim. Infelizmente, eu não havia percebido que o filme ainda teria uma brusca reviravolta e Angier sairia derrotado do filme.
5 - Wall Street - Gordon Gekko

Gordon Gekko é o melhor exemplo de vilão que rouba um filme. Charlie Sheen nem ao menos merece estar no mesmo filme que Michael Douglas. Douglas ganhou o Oscar de melhor ator com esse papel e simplesmente rouba o filme de qualquer outro ator. Gordon Gekko é mesquinho, inteligente, corrupto e assustadoramente correto em suas observações. O que dizer do único personagem a convencer Oliver Stone a dirigir uma continuação, ainda que mais de 20 anos depois do original?
6- O Chacal - O Chacal

Nesse caso eu até não acho o herói fraco e Richard Gere tem um bom desempenho como o ex-terrorista irlândes Declan Mulqueen (sem dúvida o nome mais legal de um personagem de Gere) e acho que ele deveria investir mais em papéis de ação. O problema é que seu rival aqui é ninguem menos que Bruce Willis, em sua melhor interpretação depois de Corpo Fechado. O Chacal é mil vezes mais eficiente do que Mulqueen e apesar de sua motivação (até onde se sabe) ser dinheiro ele se arrisca muito mais do que o irlândes. De qualquer maneira o filme é um embate interessante entre dois adversários a altura, mas nesse caso eu torci pelo assassino.
7- Apocalipse Now - Coronel Kurtz

E impossível falar sobre o Coronel Kurtz sem entender Apocalypse Now, e uma frase de Francis Ford Coppola resume o filme: "Meu filme não é sobre o Vietnam, meu filme é o Vietnam". O que dizer sobre um coronel do exército americano fadado a se tornar general que vai ao Vietnam para fazer um estudo sobre a guerra e se torna um desertor com sua própria unidade e seus próprios objetivos, é tido como Deus pelos nativos e que faz com que o primeiro homem mandado para matá-lo junte-se a ele e quando finalmente o Capitão Willard tem a chance de matá-lo ele mesmo dá as boas vindas à morte? Kurtz não é apenas um personagem é um estudo sobre a humanidade, sociedade e a cultura da guerra. Eu não estou completamente certo que ele deveria ter sobrevivido, mas considerando o final alternativo (em que ele e Willard se unem e combatem um ataque aéreo) acho que ele poderia ter tido um futuro melhor, ainda que menos impactante.
8- Dúvida - Padre Brendan Flynn

Dúvida é um filme poderoso, ainda que eu ache que a trilha sonora da última cena estrague o final do filme. Dúvida me ensinou que as vezes acreditamos em mentiras (nem tão) óbvias para podermos voltar ao estado normal das coisas. O filme é muito eficiente e consegue o seu objetivo: que a mais importante parte do filme se passe na sua cabeça. Aqui sim começa o meu mártírio. Simplificando a trama do filme ficamos em dúvida se um padre molestou um garoto ou não, e o filme nos dá as ferramentas necessárias para analisarmos a questão tanto logica quanto emocionalmente. O meu lado lógico conclui que o padre é culpado, mas o personagem é interpretado com tanta empatia por Philip Seymour Hoffman que eu me pego pondo de lado a lógica e decidindo que ele é inocente. Se um vilão é capaz de ensinar essa importante lição, com certeza ele deveria ter ganho. O problema é que o filme é tão ambiguo que se eu decido que o padre é inocente ele deixa de ser o vilão e caso ele seja culpado eu não poderia torcer por um molestador. Enfim, Dúvida é um filme genial e o Padre Flynn um vilão que tira o sono das pessoas, seja como um mártir injustiçado ou como um molestador assustadoramente humano.
9- Kill Bill - Budd

Bud é um personagem especial. Michael Madsen é um canastrão sempre foi e sempre será a não ser quando quem o está dirigindo é Quentim Tarantino. Ele é o único ator a repetir um personagem nessa lista. Bud é o melhor personagem de Kill Bill e isso não é pouca coisa. O que é tão fascinante no personagem é que ele legitimamente derrotou a protagonista da estória e é possivelmente o maior assassino do mundo, e ainda sim ele está satisfeito em que apenas ele saiba dessas qualidades. Ele mente que vendeu sua espada fazendo com que seu irmão pense que ele é um idiota perdedor, aceita trabalhar em um bar como leão-de-chácara, sendo constantemente humilhado por seu chefe e colegas e ainda sim ele está acima de tudo isso. Eu diria que o personagem é muito nobre, comparado as versões cinematográficas de Ghandi ou Jesus. Ele admite a seu irmão que A Noiva merece sua vingança e que eles merecem morrer pelo que fizeram a ela, mas também pondera que ela mesmo fez coisas horríveis e merece a mesma punição, deixando que o destino escolha quem deve prevalecer. Para mim não há melhor maneira de se estar certo do que estar extremamente próximo de estar errado e essa é a questão do argumento de Bud, ninguém em Kill Bill está tão certo quanto ele nem mesmo A Noiva. E como eu poderia não torcer para um personagem que senta em seu trailer e escuta Johnny Cash?
10- As duas faces da lei - David "Rooster" Fisk

A Outra Face da Lei prometia muita coisa, a reunião de Pacino e DeNiro depois de O Poderoso Chefão Parte II e Fogo Contra Fogo, porém aqui a coisa se inverte e Pacino tem a sua atuação mais contida enquanto DeNiro explode na tela. Apesar das reviravoltas forçadas no roteiro eu tenho que admitir que o filme é interessante. Porém a minha predileção pelo vilão vem justamente de uma falha do filmes que não tenciona ser ambiguo e ainda sim acaba permitindo uma caracterização amigável de Pacino. DeNiro está um pouco exagerado no filme e acaba não conquistando tanto a atenção do espectador, fazendo com que eu acabasse torcendo pelo personagem de Pacino.
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