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sábado, 13 de abril de 2013

Tomb Raider

Eu passei alguns meses sem o meu X-Box 360 e agora que eu comprei um novo console eu tenho que admitir que Tomb Raider definitivamente não estava na lista de jogos que eu estava ansioso para jogar.
Far Cry 3, The Walking Dead e até mesmo voltar a jogar Skyrim pareciam opções bem mais atrativas do que o retorno de Lara Croft. Eu não havia visto nem um video mostrando a jogabilidade e apesar do primeiro trailer mostrando uma Lara mais jovem, sobrevivendo a um naufrágio parecer bastante promissor esse é um reboot que nunca me interessou muito. 
 Porém toda essa falta de interesse se desfez assim que eu comecei a jogar.
Depois de sobreviver a um naufrágio Lara se encontra em uma ilha misteriosa e cheia de perigos levando a jovem arqueóloga à se transformar em uma resistente e destemida sobrevivente. No papel a trama se parece um pouco com Lost (a ilha, os mistérios) mas na prática o jogo mantém um clima original e dinâmico para torná-lo único o suficiente. 
Como "origin story" essa é sem dúvida a melhor re-invenção de um personagem já estabelecido. Uma grande atenção foi dada ao desenvolvimento de Lara. Sua personalidade vai se transformando ao longo do jogo e depois de várias horas de sofrimento psicológico e principalmente físico, a garota indefesa e amedrontada dá lugar à uma sobrevivente implacável. Os personagens secundários no entanto não são bem desenvolvidos e infelizmente não damos muita importância quando perdemos um amigo ou destruímos um inimigo. O foco da jornada aqui é a transformação de Lara e por causa disso todos os coadjuvantes parecem bastante rasos.
Mas o jogo não seria tão bom quanto é se focasse apenas na caracterização dos personagens e esquecesse da ação e esse é um pecado que os desenvolvedores do jogo não cometeram. Tomb Raider é cheio de ação de tirar o fôlego e momentos de tensão sutil. A jogabilidade, principalmente no combate, é dinâmica e eficiente. 
Uma novidade na série Tomb Raider é a possibilidade de ir aumentando as habilidades de Lara durante o decorrer da aventura. Você vai ganhando experiência e pode escolher entre três opções de desenvolvimento: caçadora, sobrevivente e combatente. Cada uma dessas categorias tem opções bem interessantes que complementam bastante a sensação de que Lara precisa aprender rápido a se virar se quiser sobreviver nessa ilha mortal. 
Outro ponto interessante é que esse é um jogo que finalmente explora a vantagem que ele tem sobre outros jogos do gênero. Esta é a história de uma arqueóloga, faz todo o sentido que ela revire cada pedaço do cenário sombrio da ilha em busca de relíquias e artefatos  antigos. Pela primeira vez em um jogo eu me senti trabalhando a favor do desenvolvimento do personagem ao revirar cada canto do jogo em busca de relíquias para aumentar o meu xp. 
Uma das coisas mais difíceis de se acertar em um jogo é o clima e a ambientação e esse é um título que faz isso muito bem. Há sempre um certo clima de tensão e suspense na medida certa. Dá para notar que houve uma grande preocupação com a sensação de realidade que não é sentida em outros jogos de aventura. Ainda que exista um clima sobrenatural que permeia a trama do jogo ele nunca toma espaço demais e as partes mais fantásticas do jogo são sempre bem introduzidas com uma parcela consistente de realismo. Lara se machuca e fica parcialmente incapacitada várias vezes durante a história. Na maior parte do jogo a tela fica livre de indicadores de munição, energia e etc, o que facilita muito a inserção do jogador na aventura, uma lição que Assassin's Creed precisa desesperadamente aprender.
A trilha sonora do jogo é sutil mas cresce nos momentos apropriados e acaba tornando o esforço de Lara mais épico e humano ao mesmo tempo. 
Tomb Raider é na minha opinião um dos melhores jogos dos últimos anos e para os donos do X-Box 360 a única opção disponível no console para fazer frente à Uncharted. 

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